O terceiro dia de julgamento chega, e o clima já está tenso antes mesmo de Marina e Victor saírem do hotel. Eles caminham lado a lado até o carro, trocando poucas palavras, ambos absorvidos em seus próprios pensamentos. O ar ao redor parece denso, carregado de expectativas e preocupações. A cidade começa a despertar, com a luz suave do sol filtrando-se pelas ruas do Rio de Janeiro.
Ao entrarem no carro, Victor se concentra no julgamento que os espera, enquanto Marina se perde em pensamentos sobre sua vida pessoal, que se tornou uma verdadeira bagunça nos últimos dias.
Ao chegarem ao tribunal, o movimento de jornalistas e curiosos à porta já é frenético. Câmeras se voltam na direção do carro, microfones são erguidos e uma multidão de repórteres tenta capturar qualquer informação. Victor, em sua habitual postura firme e confiante, não parece abalado pela atenção. Marina, por outro lado, respira fundo, ajustando o blazer em um gesto nervoso. Apesar de estar ao lado de um dos advogados mais renomados do país, o peso da responsabilidade ainda a pressiona. Quando pisa fora do carro, ela ergue o queixo, tentando transmitir uma confiança que, por dentro, não sente completamente.
— Mantenha a cabeça erguida, loirinha — Victor murmura para ela, ao notar o nervosismo nos olhos dela. — Hoje é o dia crucial. Fique atenta a tudo.
Ela assente em silêncio, sentindo o olhar firme dele antes de seguirem em direção à entrada do tribunal. Os dois passam pela segurança com rapidez, seus passos ecoam pelos corredores de mármore enquanto se aproximam da sala de audiências. A cada passo, o peso da responsabilidade aumenta, e Marina se dá conta de que, naquele ambiente, todos os olhos estão voltados para eles.
Quando entram na sala de audiências, o ar está carregado de solenidade. As cadeiras já estão quase todas ocupadas por jornalistas, familiares e envolvidos no caso. O juiz ainda não chegou, mas as testemunhas e os advogados já começam a tomar seus lugares. Victor se senta com a confiança de quem está completamente no controle. Ele coloca sua maleta ao lado da mesa e abre alguns papéis, revisando suas notas antes da audiência começar. Marina se senta ao lado dele, tentando ignorar os olhares curiosos que os cercam. Ela foca no trabalho, revisando os documentos e preparando-se para o que está por vir.
— Lembre-se — Victor sussurra para ela enquanto folheia suas anotações. — Não deixe o que aconteceu fora do tribunal afetar seu desempenho aqui. — O conselho é direto, e ela balança a cabeça, ciente de que ele tem razão.
Quando o juiz entra na sala, o burburinho cessa imediatamente, e o julgamento finalmente começa. Victor, com sua postura impecável, conduz os depoimentos e apresenta as últimas provas da inocência de Raul Vilela com uma precisão cirúrgica. As evidências, cuidadosamente organizadas, são apresentadas uma a uma, desmontando a acusação meticulosamente. Ele destaca a ausência de qualquer ligação direta entre Raul e os crimes dos quais foi acusado, expondo as ações ilícitas do verdadeiro culpado, Fernando Albuquerque.
Com documentos, testemunhas e gravações, a defesa revela o esquema de corrupção orquestrado por Fernando, que tentava incriminar Raul. Victor também apresenta provas de ameaças diretas feitas por Fernando a Raul, incluindo mensagens intimidadoras e tentativas de suborno a testemunhas. Além disso, Victor revela a tentativa de homicídio contra Raul, planejada por Fernando, e o envolvimento de capangas que invadiram o apartamento dele, roubando documentos cruciais para a defesa, visando sabotar o julgamento.
A cada prova apresentada, Marina sente o peso das acusações contra Fernando aumentando, e a defesa de Raul se fortalecendo. O suspense na sala de audiências é palpável. Todos os olhares estão fixos em Victor enquanto ele faz seu discurso de encerramento, defendendo com eloquência a inocência de Raul.
Marina, ao lado dele, sente que todo o trabalho árduo finalmente está rendendo frutos. O julgamento se estende pelo dia, tendo uma pausa apenas para o almoço.
No final da tarde, após a conclusão dos argumentos mútuos, o juiz pede um intervalo para o júri poder deliberar. Os minutos seguintes são intermináveis, com a sala envolta em um silêncio tenso. Marina observa Raul, que tenta manter a calma, mas o nervosismo é visível em seus olhos. Victor, por outro lado, mantém-se impassível, uma rocha de confiança em meio à incerteza.
Finalmente, o júri retorna e o juiz toma seu lugar. Todos na sala prendem a respiração, aguardando o veredicto.
— Senhoras e senhores — começa o juiz, sua voz firme ecoa pela sala. — O júri chegou a uma decisão unânime. As evidências apresentadas pela defesa demonstraram claramente a inocência de Raul Vilela. O júri, por unanimidade, o absolve de todas as acusações.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...