Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 54

Quando Marina abre os olhos, a luz suave do amanhecer já começa a penetrar pelas cortinas do quarto. O primeiro som que ela escuta é o leve ressoar da respiração de Victor ao seu lado, mas, ao virar a cabeça para observá-lo, percebe que ele está deitado a uma boa distância. Isso a faz suspirar de alívio. O alívio, porém, é mais uma defesa emocional do que qualquer outra coisa. Ela não quer mais aquele tipo de proximidade que, nos últimos dias, havia começado a se formar entre eles.

Marina se levanta lentamente, com cuidado para não acordá-lo. Ela caminha até o banheiro, faz sua higiene matinal e se encara no espelho por um momento mais longo do que o habitual. Seu rosto está cansado, reflexo das noites mal dormidas e das emoções turbulentas dos últimos dias. Mas, por trás desse cansaço, algo novo se insinua: uma decisão. Não vai mais se deixar levar por aquela montanha-russa emocional.

Ao terminar, decide que tomar o café da manhã no quarto, ao lado de Victor, seria insuportável. Por isso, veste-se rapidamente e resolve descer até o restaurante do hotel. A ideia de tomar o café da manhã sozinha a agrada. Ela precisa de um momento de paz, longe das complicações que surgem sempre que Victor está por perto.

Sentada à mesa no restaurante, aprecia o silêncio do local. Apenas algumas poucas mesas estão ocupadas, a maioria por hóspedes em busca de um começo de dia tranquilo. Ela escolhe uma mesa próxima à janela, com uma bela vista do mar. A brisa suave que entra pela janela é revigorante, quase como se estivesse limpando os resquícios da noite anterior. Ela saboreia seu café com leite, mordendo distraidamente um croissant, enquanto seus pensamentos vagam.

Por um instante, ela sente uma calma rara. As ondas suaves do mar à distância parecem combinadas com o ritmo tranquilo do café da manhã. É quase como se o mundo tivesse desacelerado, permitindo que respirasse, finalmente, sem a pressão constante das últimas semanas.

No entanto, essa sensação dura pouco. Ao longe, nota uma figura alta e familiar se aproximando. E pela expressão séria e nada amigável que ele carrega no rosto, Marina sabe que a tranquilidade que estava buscando está prestes a ser interrompida. Ele caminha em direção a ela, com seus passos firmes e determinados, a fazendo sentir um pequeno frio na barriga, mas não de nervosismo, e sim de antecipação.

Ao se aproximar da mesa, Victor puxa uma cadeira ao lado dela, sem pedir permissão, como de costume. Ele se senta com um movimento brusco, jogando o corpo para trás na cadeira e cruzando os braços. A primeira coisa que ela nota é a expressão fechada dele, o que, surpreendentemente, a faz sentir uma pontada de satisfação. Pelo menos, ele também não parece estar de bom humor. Ela não estava disposta a lidar com mais charme ou manipulações matinais.

— Por que você não me acordou? — Victor começa, com sua voz baixa, mas carregada de irritação. — Você queria que eu passasse a noite inteira dormindo no sereno? Que eu acordasse congelado, por acaso?

Marina levanta uma sobrancelha, levando sua xícara de café lentamente à boca antes de responder. Ela está decidida a manter a calma, mesmo com a irritação que cresce em seu peito ao ouvir o tom dele.

— Não sabia se você queria ser acordado ou não — responde com ironia, deixando a sua voz soar mais tranquila do que realmente está. — Achei que você estava gostando da brisa fria da madrugada, já que decidiu se deitar lá fora.

Victor a observa com um olhar firme, seus olhos estreitam-se um pouco, e ela consegue sentir a tensão no ar aumentar. Ele parece medir as palavras dela, quase como se estivesse tentando entender o que há por trás daquele tom.

— Não seja sarcástica, Marina — diz ele, com uma nota de advertência na voz. — Você me deixou lá fora de propósito.

— E se eu deixei? — retruca, colocando a xícara de café de volta no pires e deixando as suas mãos repousarem sobre a mesa, porém seus dedos tremem levemente. — Achei que você merecia um pouco de paz. Além disso, pensei que Rebecca poderia cuidar de você muito bem.

Ao ouvir o nome de Rebecca, Victor franze a testa, claramente incomodado. Aquela mulher acabou com os seus planos.

— Por acaso ficou com ciúme? — pergunta, deixando seu tom de ironia reinar.

— Por que eu sentiria ciúme de algo? Na realidade, estou aliviada por ela aparecer, isso sim! — Revela. — Graças a ela, percebi onde eu estava prestes a me meter.

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