Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 55

No dia seguinte, Marina e Victor voltam ao apartamento em que estavam hospedados no Rio de Janeiro. O clima entre eles está visivelmente frio e distante, bem diferente do início da viagem. As trocas de olhares, as conversas penetrantes e até os momentos de estresse que anteriormente carregavam uma faísca de algo mais, agora são apenas ecos distantes de um relacionamento profissional, com barreiras claramente definidas.

Os próximos três dias que passam no Rio são monótonos e repletos de formalidades. Marina se ocupa com as tarefas rotineiras, revisando documentos e finalizando relatórios pendentes. Victor, por sua vez, mergulha em reuniões e encontros relacionados ao caso.

Cada vez que se cruzam no apartamento, trocam poucas palavras, e o que antes era uma tensão mal contida agora se transforma em uma indiferença mútua. Ambos mantêm a fachada de profissionais dedicados, e o que quer que tenha existido entre eles parece ter ficado enterrado nos dias de trabalho intenso. No terceiro dia, a rotina no Rio chega ao fim, e é hora de retornar para casa.

Marina sente um misto de alívio e melancolia ao fazer as malas. Por um lado, ela quer desesperadamente deixar para trás as memórias confusas daquela semana. Por outro, há algo que a incomoda profundamente, algo não resolvido entre ela e Victor. No entanto, decide se concentrar apenas no trabalho e no reencontro com sua família.

Quando chegam ao aeroporto, a distância entre eles se torna ainda mais evidente. Enquanto ela espera na fila para o embarque da classe econômica, ele passa direto para a primeira classe sem sequer olhar para trás. A sensação de ser “abandonada” por ele a surpreende, embora ela tenha tentado não nutrir expectativas. Na viagem de ida, por mais tensos que estivessem, Victor a acompanhou, a acalmou em seu nervosismo de voar pela primeira vez. Agora, parecia que ele queria estar deliberadamente o mais longe possível.

O voo segue seu curso, e Marina, sentada em uma cadeira da classe econômica, não consegue evitar o nervosismo que a toma. As mãos dela apertam o braço da poltrona quando o avião decola, exatamente como na primeira vez que voou. Ela olha pela janela, observando as nuvens passarem lentamente, mas não encontra consolo como antes. Dessa vez, Victor não está ao seu lado e o silêncio ao seu redor só reforça a sensação de vazio.

Marina tenta ler um livro para se distrair, mas as palavras na página parecem embaralhar-se em sua mente. Seus pensamentos voltam, inevitavelmente, para Victor. A decisão dele de ir na primeira classe e deixá-la na econômica foi como uma última barreira que ele havia erguido entre os dois. Por mais que tentasse ignorar, aquilo a magoava de alguma forma. Como se, depois de tudo o que passaram juntos, não tivesse significado nada.

— Pelos céus, o que estou pensando? — murmura, voltando a olhar para a página do livro.

“Talvez seja melhor assim,” pensa ela, suspirando enquanto tenta se concentrar.

Finalmente, após algumas horas, o avião pousa. O familiar alívio que ela sentiu ao colocar os pés no chão na primeira vez em que voou não está presente dessa vez. Marina recolhe sua bagagem de mão e segue em direção à saída. Ela não vê Victor durante o desembarque, o que só reforça a sensação de que as coisas voltaram ao devido lugar.

Ao pegar um táxi para casa, os pensamentos sobre o tempo passado no Rio começam a se dissipar, sendo substituídos pela expectativa de ver sua família novamente.

Quando finalmente chega em casa, o cansaço da semana de trabalho, misturado com as tensões emocionais dos últimos dias, pesa sobre seus ombros. Assim que passa pela porta, sua mãe a recebe com um abraço caloroso.

— Minha menina, que saudade! Como foi a viagem? — pergunta Daniela com um sorriso carinhoso, mas seus olhos imediatamente percebem algo diferente na filha.

— Tudo ocorreu bem, mãe. Cansativo, mas deu tudo certo no fim — responde Marina, com um sorriso fraco, mas sincero.

Seu pai também a cumprimenta, feliz por vê-la de volta, mas logo volta ao seu trabalho na padaria. Marina se sente grata pelo breve reencontro. Ela responde com a mesma cordialidade, mas rapidamente pede licença, alegando estar exausta.

— Eu só preciso de um pouco de descanso, mãe. Essa semana foi mais difícil do que imaginei — diz, já caminhando em direção ao seu quarto.

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