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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 57

Em casa, Victor está deitado em sua cama, com uma expressão séria e frustrada. Ele olha para o teto, tentando relaxar, mas há algo que o incomoda por dentro, algo mais forte que qualquer coisa. É como se uma inquietação tomasse conta de todo o seu corpo, pulsando em suas veias e não lhe dando trégua.

“Que diabos é isso?” se questiona, jogando o travesseiro no chão com raiva. Seus pensamentos viajam em direção a uma jovem de cabelos loiros e olhos azuis penetrantes, um olhar que o faz perder o controle da situação toda vez que surge em sua mente.

— Ah, loirinha… — sussurra, deixando escapar uma respiração pesada.

Seu corpo começa a reagir ao se lembrar dela, e o calor invade cada músculo. Victor engole em seco, quando a imagem de Marina com aquele baby-doll curto com a frase “Queridinha da Mamãe” vem à tona.

O cheiro do perfume dela continua vivo em sua memória, um aroma delicado que o inebria e o faz desejar reviver aqueles momentos no Rio de Janeiro. Fechando os olhos, ele tenta buscar mais detalhes do que viveu com ela, o som de sua risada, a suavidade de sua pele, os olhares que trocavam e os beijos cheios de desejo.

Porém, quando se vê prestes a perder o controle, como um adolescente tomado pelos hormônios, ele se levanta bruscamente, se recusando a deixar que aquele desejo o consumisse. Caminhando até o bar do quarto, bebe um gole de água, tentando se acalmar, mas aquele sentimento permanece.

Com um movimento impaciente, pega o celular e começa a procurar na lista de contatos por alguém que pudesse satisfazer essa urgência, alguém que o ajudasse a esquecer Marina, pelo menos por uma noite. Enquanto navega pelos contatos do W******p, ele se depara com uma atualização de status dela. Um misto de curiosidade e raiva o invade, sentindo-se tentado a ver o que Marina havia postado. Victor tenta se distrair olhando os status de outras pessoas, mas a bolinha verde ao lado da foto de Marina o atrai de volta. Ele clica, querendo saber o que ela está fazendo. Ao abrir o status, uma foto de Marina aparece na tela. Ela está abraçada a outro homem, sorridente, com os rostos próximos demais, e os braços dele envolvendo sua cintura.

Os olhos de Victor escurecem, sua expressão se torna fria e o ar ao seu redor parece ficar mais pesado. Ele fixa o olhar na imagem por mais tempo do que deveria, e o que se passa por sua mente é tão absurdo que, se fosse colocado em palavras, pareceria insano.

— Senhor Ferraz? — A voz de uma das funcionárias da casa o faz suspirar com impaciência.

— Entre! — ele responde com um tom de voz duro.

Antes de entrar, Cristina, uma das empregadas recém-contratadas da mansão, faz o sinal da cruz, sentindo um grande nervosismo.

Desde o início de seu trabalho ali, ouviu boatos sobre o temperamento difícil de Victor e, ao vê-lo com aquela expressão severa, seu corpo estremece de leve.

— S-senhor Ferraz, a... a senhora sua mãe pediu que avisasse que o jantar será servido em alguns minutos — ela diz, com a voz um pouco trêmula.

— Não estou com ânimo. Diga que não descerei, quero que me tragam o jantar aqui.

— Mas… a noiva do seu irmão está aqui — ela completa, como se tentasse convencê-lo a reconsiderar.

Embora não quisesse participar daquele jantar, Victor percebe que ignorar a presença da noiva de Rodrigo seria uma indelicadeza, especialmente por ter uma grande consideração por seu irmão mais velho.

— Está bem, obrigado por avisar — ele diz, se levantando com uma expressão resignada.

Cristina suspira aliviada e faz um aceno respeitoso antes de deixar o quarto.

Victor ajusta a camisa e penteia os cabelos rapidamente antes de sair em direção à sala de jantar. Ao chegar, encontra todos à mesa: seus pais, Rodrigo e Valentina Arcuri, a noiva de seu irmão.

Valentina é uma presença marcante. Filha de banqueiros argentinos renomados, ela cresceu em meio ao luxo e à alta sociedade. Os pais, figuras influentes no setor bancário na América Latina, sempre a prepararam para o mundo dos negócios. Com sua elegância natural e estilo impecável, ela exala confiança. Sua educação refinada, moldada por estudos em colégios internacionais e viagens pelo mundo, a tornam a nora ideal para Joana Ferraz, que espera que Victor também encontre uma parceira à altura.

— Boa noite a todos — ele saúda, se aproximando da mesa com um leve sorriso forçado. — Boa noite, Valen — diz, dando um beijo no rosto da futura cunhada.

— Boa noite, Victor. É bom vê-lo — ela responde com um tom suave.

— Qual é o problema? — replica Victor. — Isso é a verdade. Ou acham que, após casado, terei liberdade para sair com outras mulheres?

— Por que está agindo dessa forma? — Xavier pergunta, incomodado com o comportamento do filho.

Geralmente, Victor sente respeito e admiração pelo pai, mas hoje, em particular, não consegue encará-lo. Talvez seja o pensamento de que seu pai possa já ter se deitado com Marina que o incomoda.

— Se não querem ouvir minhas opiniões, então parem de me perguntar — responde, levantando-se com impaciência. — Estou muito feliz, solteiro e cogito continuar assim. E se um dia, por algum milagre, eu me casar, podem ter certeza de que será com a intenção de ser fiel à mulher que escolhi.

Victor começa a se afastar, mas ao ouvir a voz de Xavier, para na porta.

— Que atitude é essa, Victor? — o pai questiona, ainda mais irritado.

— Estou sendo apenas sincero.

— Para onde pensa que vai? — pergunta Xavier, com um misto de frustração e preocupação.

Virando-se lentamente, Victor retorna alguns passos e encara o pai.

— Vou encontrar uma garota. Afinal, sou solteiro e o único aqui que pode fazer isso.

E, sem esperar uma resposta, ele sai da sala, deixando para trás um clima pesado.

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