Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 62

Ao ver que Andressa saiu, Daniela não perde tempo e caminha em direção ao quarto da filha. Ela se aproxima da porta.

— Filha, podemos conversar por um minuto? — pede, com uma expressão neutra no rosto, mas os olhos atentos e curiosos.

Marina assente, tentando não transparecer nervosismo, embora sinta seu coração acelerar levemente. Ela se pergunta se sua mãe ouviu alguma coisa ou se é apenas uma coincidência dela estar ali.

Daniela entra no quarto e se senta na beirada da cama da filha, o olhar está fixo nela, esperando uma explicação que Marina teme precisar dar.

— Sobre o que você e Andressa estavam conversando agora há pouco? — pergunta Daniela, com um tom de voz aparentemente casual, mas com um leve suspense no olhar.

Marina sente um arrepio subir pela espinha, mas esforça para manter a voz calma.

— Ah, mãe… só estávamos falando sobre a viagem, sabe? O Rio de Janeiro, os lugares que conheci…

— E o presente — completa Daniela, com a voz agora mais firme, mas não agressiva. — Esse tal sapato de grife, que custa mais de 15 mil reais. Eu não sabia que seu chefe era tão generoso assim.

O coração de Marina dá um salto e aperta no peito. Ela engole em seco, tentando controlar a onda de nervosismo que começa a subir.

— A senhora estava ouvindo nossa conversa? — pergunta, mostrando uma expressão de leve desapontamento, embora por dentro a ansiedade estivesse crescendo.

— Não estava ouvindo, Marina, mas passei perto quando Andressa mencionou o valor do seu presente — explica, com o olhar mais intenso agora.

— O que mais a senhora ouviu? — Marina pergunta, um tanto alarmada, a expressão assustada denuncia o medo de que algo mais tivesse sido escutado.

— Apenas isso — responde, agora com um olhar ainda mais curioso. — Por quê? Havia algo mais que eu deveria ter escutado?

— Não, claro que não, mãe! — responde rapidamente, sentindo a tensão aumentar. — A senhora nem deveria ter parado para ouvir nada. Onde fica a minha privacidade nesta casa? Não posso nem conversar com uma amiga no meu quarto? — continua, agora com uma ponta de irritação na voz.

— Já disse que não foi de propósito, está bem? — responde Daniela, agora com um tom um pouco mais defensivo. — Não precisa ficar tão nervosa. Quando você reage assim, acabo pensando que está escondendo algo.

Marina respira fundo, percebendo que sua reação impulsiva estava piorando a situação.

— Eu não estou escondendo nada, mãe. Só não gostei da atitude de ficar ouvindo atrás da porta.

— Marina! — a voz de Daniela soa como uma advertência. — Não fale desse jeito comigo.

— Tudo bem — responde, tentando se recompor. — O sapato foi só um presente de agradecimento, mãe. Victor me deu porque eu o ajudei muito com o caso no Rio. Só isso. Eu não tenho culpa se o presente é caro. A senhora sabe que a realidade em que Victor vive é bem diferente da nossa, então, para ele, isso não é nada.

Daniela permanece em silêncio por alguns instantes, observando atentamente cada expressão da filha. Havia algo na explicação de Marina que não a convencera por completo. O olhar avaliador de uma mãe preocupada é implacável.

— Só espero que seja realmente isso — Daniela suspira, com o tom mais cauteloso. — Espero que seu chefe não esteja com segundas intenções com você. Um presente desse valor pode ser interpretado de muitas maneiras, filha, e nem todos vão pensar que foi apenas um gesto de gratidão.

Marina sente o rosto esquentar. A combinação de nervosismo e vergonha a deixa um tanto desconfortável, mas ela mantém a postura firme.

— Mãe, eu sei o que estou fazendo. Victor é meu chefe, só isso. Não tem nada além do profissional entre nós, eu garanto.

— Tudo bem, filha. Eu só quero que tenha cuidado — responde, acariciando o braço da filha, num gesto de carinho, mas também de preocupação. — Você acabou de começar um namoro com o Sávio, e possivelmente ele não gostaria de saber que o chefe da namorada está lhe dando presentes luxuosos.

— Foi um presente, mãe, não “presentes” — corrige, quase impaciente. — E é melhor não falarmos mais sobre isso. Se continuarmos, essa conversa virará um problema totalmente desnecessário.

Daniela dá de ombros, embora um toque de ofensa brilhe em seus olhos. Mas, decidida a não prolongar a discussão, responde com um suspiro resignado:

— Posso ao menos ver o sapato tão famoso?

Já mais calma, Marina caminha até o armário e pega a caixa luxuosa, entregando-a para a mãe. Daniela abre a caixa e observa os scarpins elegantes.

— São lindos, não são? — comenta Marina, com um leve sorriso.

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