Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 69

— Amor, por favor, reconsidere o que acabou de me pedir — implora Rodrigo, visivelmente desconfortável com a situação.

— Eu só estou te pedindo para fazer isso, será que é pedir demais? — responde Valentina, com a voz carregada de incredulidade ao perceber que o noivo irá interceder por sua assistente, o que a irrita mais ainda. — Ela não é uma pessoa insubstituível, pode arranjar outra assistente apenas estalando os dedos.

Rodrigo sempre foi um homem compreensivo, disposto a fazer tudo pelo seu relacionamento com a mulher que ama. Ao longo dos três anos de namoro, nunca tiveram brigas por ciúmes; afinal, ele nunca deu motivo para que ela desconfiasse de alguma coisa. Mas agora, com aquele pedido, sente-se dividido, preso em um conflito moral que o consome.

— Como vou mandá-la embora sem motivo algum? Valen, ela é uma funcionária competente e nunca me desrespeitou — tenta argumentar e sua voz demonstra o peso da decisão.

— Então, não fará o que eu pedi? — Valentina o interrompe, ignorando as justificativas do noivo. — Eu já disse que me sinto insegura com essa mulher aqui!

Rodrigo se aproxima, tentando acalmá-la, e toca delicadamente o rosto da noiva.

— Amor, você não tem motivos para se sentir assim — diz, com voz suave. — Você é a mulher mais linda do mundo, e não existe mais ninguém que eu deseje além de você. Eu te amo, Valentina.

Ela o encara por um momento, mas não cede.

— Então mostre que me ama e mande-a embora hoje mesmo — exige, firme. — Não quero mais essa mulher trabalhando para você, entendeu? Se não fizer isso, vou começar a achar que sua mãe tem razão — ameaça, jogando a dúvida como uma arma.

Rodrigo se afasta, sentindo o peso da chantagem emocional. Ele se vira, encarando a grande janela de vidro em seu escritório. Pela primeira vez, fará algo contra sua própria vontade. Respirando fundo, toma a difícil decisão.

— Tudo bem — diz, com a voz firme. — Se isso te faz sentir mais segura, eu farei.

Valentina sorri, exultante com a submissão do noivo ao seu pedido. Caminha até ele lentamente, envolvendo-o num abraço pelas costas.

— Obrigada, meu amor. Você não imagina o quanto isso significa para mim — murmura, beijando-lhe o pescoço.

Enquanto recebe o carinho da noiva, Rodrigo apenas suspira, desapontado consigo mesmo e com a situação.

— Sabe o que mais eu quero? — Valentina continua, com a voz manhosa, como se nada tivesse acontecido. — Estou com vontade de comer sushi. Podemos ir agora? Você pode resolver isso com sua assistente mais tarde.

Se afastando levemente, Rodrigo pega o paletó, resignado.

— Tudo bem. Conheço um restaurante ótimo — diz, sem entusiasmo.

Os dois saem do escritório de mãos dadas. Rodrigo evita cruzar olhares com Marina, mas não consegue ignorar o sorriso vitorioso que Valentina lança em sua direção. Marina, sem entender o que está acontecendo, apenas observa confusa.

[…]

Após o almoço, Rodrigo volta para a empresa com o peso da responsabilidade que não quer carregar. Sem saber como abordar o assunto com a assistente, decide evitar seu escritório e vai até o andar onde Victor trabalha. Ao entrar no escritório do irmão, é recebido como de costume: um olhar curioso e um tom sarcástico.

— Que milagre te ver por aqui. Aconteceu alguma coisa? — provoca Victor, com aquele tom que lhe é típico.

— Não, nada em específico — responde, tentando se acomodar na cadeira diante do irmão, mas sem esconder o desconforto.

Victor percebe a tensão nos ombros do irmão e, curioso, decide prestar mais atenção.

— Vamos, fala logo de uma vez. Assim, você não perde seu tempo e nem desperdiça o meu — avisa, impaciente.

Rodrigo sorri levemente, apreciando por um momento a franqueza do irmão.

— Você é tão direto… eu até admiro isso em você — comenta, tentando ganhar tempo.

Victor se inclina para a frente, olhando para o irmão com uma expressão impaciente.

— Última chance. Ou fala logo, ou chuto o seu traseiro. Tenho mais o que fazer — justifica.

Respirando fundo, Rodrigo sente o peso das palavras que precisa dizer.

— Tudo bem, vou direto ao ponto. Os papéis do pagamento do caso do Raul Vilela chegaram hoje e vi que você recebeu uma boa quantia.

Victor balança a cabeça, sem paciência.

— Não é para menos. O caso foi complicado, e, além disso, você sabe que não aceito qualquer trabalho. Sou caro — responde, com um sorriso de autossuficiência.

— E você merece cada centavo, afinal, é um dos melhores advogados do país — admite Rodrigo.

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