Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 72

Ao perceber o jogo de Victor, Marina se levanta e tenta se recompor, disfarçando o nervosismo que cresce dentro dela. Mesmo que não queira, tudo que ele faz e fala a afeta de uma maneira desconcertante.

— Tudo bem, senhor Ferraz, se é só isso que quer de mim, eu aceito — responde com a voz firme, mas com o coração acelerado.

Victor sorri, satisfeito com a resposta. Era essa a atitude que esperava dela. Caminhando até sua mesa, abre uma das gavetas, de onde retira um envelope.

— Gostei do seu comprometimento… — diz, caminhando de volta em direção a ela, estendendo o envelope. — Tome, isso aqui é uma pequena amostra do que pode ter se for mais dedicada e complacente.

Marina o observa, surpresa, enquanto pega o envelope com certo receio. O ar tenso ao redor deles parece carregar um estresse latente, e ela sente como se a qualquer momento ele pudesse pregar uma peça. Ao abrir o envelope, encontra um cheque no valor de dez mil reais.

Seus olhos se expandem, revelando surpresa e incredulidade.

— Eu… eu não posso aceitar isso — diz, devolvendo o envelope a ele.

Victor se afasta com um sorriso arrogante, deixando-a com a mão estendida.

— Não aceito reembolsos — responde friamente.

— Por que está me dando um cheque nesse valor? Está tentando me comprar? Porque, se for isso, eu…

— Pare de falar besteiras — interrompe, com sua voz cortante. — Se eu quisesse te comprar, acha mesmo que usaria um valor tão insignificante quanto esse?

Marina arregala os olhos com a fala direta e fria de Victor.

— Isso é um bônus pelo trabalho que fez no Rio de Janeiro — esclarece.

— Mas… você já me deu aqueles sapatos — retruca, lembrando-se do presente.

— Os sapatos foram um presente à parte — explica com desdém.

Ela hesita por um momento, olhando para o cheque em suas mãos. Tudo parece tão surreal.

— Obrigada pela generosidade, mas, honestamente, não posso aceitar. Meu trabalho já foi compensado com horas extras — diz, tentando manter sua postura profissional.

Victor a observa por alguns segundos antes de falar, sua paciência visivelmente está se esgotando.

— Já disse que é um bônus. Use isso para tirar sua carteira de motorista. Se vai trabalhar para mim, precisa saber ao menos dirigir — ordena.

Marina o encara mais uma vez, seus olhos ficam fixos nos dele, enquanto o cheque em suas mãos parece ganhar o peso de uma tonelada. Sua mente já antecipa o olhar de reprovação de sua mãe ao descobrir que ela aceitou aquela quantia vinda do chefe. Victor, sempre atento, percebe a hesitação em seu semblante, lendo cada detalhe da dúvida que se reflete em seus olhos.

— Não pense demais nisso, loirinha. Rodrigo também concorda, e antes que sua mente pervertida comece a imaginar coisas, saiba que não há segundas intenções — provoca, com um sorriso cínico dançando em seus lábios.

As bochechas dela coram de imediato com a provocação, mas decide não retrucar.

— Tudo bem — suspira. — Agradeço a generosidade, prometo que darei entrada na minha CNH o mais rápido possível. Mas… — hesita, olhando nos olhos dele com mais confiança. — Não acha que está investindo muito em alguém que planeja descartar em breve?

Victor balança a cabeça lentamente, divertindo-se com a audácia dela.

— Não me provoque, loirinha… — adverte, voltando à sua mesa e sentando-se com uma aura de controle absoluto. — Preciso visitar um cliente mais tarde e quero que vá comigo.

— Claro, senhor — responde Marina, tentando não demonstrar o desconforto que sente. — Mas agora… o que devo fazer? Onde é minha mesa?

— Ao sair do meu escritório, pegue o corredor e entre na primeira porta à direita. Lá será sua sala.

Ela acena com a cabeça, pronta para sair, mas antes de tocar na maçaneta, se vira para ele.

— Victor, sei o que está fazendo… mas, mesmo assim… obrigada — diz com um sorriso sincero.

Sem esperar por uma resposta, ela abre a porta e sai, deixando-o sozinho em seu escritório. Ele suspira, olhando para a mesa onde há um envelope amarelo. Dentro, está a demissão que havia preparado para ela. Seus olhos percorrem as linhas firmes do papel, mas algo dentro dele o impede de seguir com o plano.

Rasgando o envelope em pedaços, j**a tudo no lixo, ciente de que, por mais que quisesse afastá-la, algo mais forte o estava impedindo.

[…]

72: Ciúmes das flores 1

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