A expressão de ciúmes no rosto de Sávio é clara e intensa. Ele se aproxima rapidamente de Marina e a segura pelo braço, forçando-a a desistir de entrar no carro. Victor, que já havia dado a volta e estava com a porta aberta para entrar no veículo, para por um momento, observando a cena de longe, curioso para ver como Marina lidará com a situação.
— Para com isso, Sávio, não diga o que não sabe — pede Marina, tentando manter a calma, mas visivelmente desconcertada.
— Por que esse homem está sempre aqui? Nunca vi um chefe tão “dedicado” quanto o seu. Será que sou eu que estou exagerando ou tem algo estranho nisso tudo? — questiona, ainda segurando o braço dela com firmeza.
— Sim, você está exagerando — responde Marina, puxando o braço e ajeitando sua postura. — Algumas coisas aconteceram e o senhor Ferraz veio conversar com o meu pai, só isso. Estou aproveitando a carona para ir ao trabalho.
— Você não vai com ele! — declara Sávio, em um tom ríspido, lançando um olhar de desafio para Victor, que continua observando a situação sem se intimidar.
Respirando fundo, Marina tenta evitar que a situação se agrave ainda mais. Não quer causar uma cena, especialmente ali. Embora se sinta culpada por Sávio estar desconfiado, já que sua proximidade com Victor às vezes não é profissional.
— Podemos conversar sobre isso outra hora, por favor? — pede Marina, tentando ser discreta. A última coisa que queria era uma briga ali, em público, na frente da padaria dos pais.
— Vamos conversar no carro — sugere Sávio. — Eu te levo ao trabalho, afinal, sou seu namorado, não ele. Ele segura o braço de Marina novamente, desta vez tentando conduzi-la até seu carro. Sua atitude possessiva faz Victor perder a paciência. Victor fecha a porta do carro com força e começa a caminhar em direção ao casal, enquanto sua expressão se endurece.
— Solte-a! — ordena, com o tom de voz grave e firme ecoando no ambiente, enquanto seu olhar penetrante revela sua irritação.
Sávio para, surpreendido pela atitude do homem. Então, se vira para encará-lo e questiona:
— Quem você pensa que é para me dizer o que fazer com a minha namorada? — retruca, erguendo a cabeça na tentativa de não se sentir intimidado, apesar da evidente diferença de altura e postura entre os dois.
Victor, sem sequer piscar, repete a ordem com ainda mais convicção:
— Eu disse, para soltá-la agora.
O clima entre os dois homens fica tenso. Percebendo que a situação está prestes a sair do controle, Marina sente que precisa intervir antes que a discussão se torne mais grave e atraia a atenção de seus pais, que estão na padaria. Ela conhece bem o temperamento de Victor e sabe que a atitude de Sávio poderia acabar piorando a situação.
— Victor, por favor… — pede, com um olhar de súplica. — Obrigada por tudo, mas já pode ir. Vou com o meu namorado.
O olhar preocupado de Marina o faz recuar. Ele percebe o que está oculto: ela apenas quer evitar mais confusão.
Apertando os punhos, seu corpo enrijece pelo incômodo de ceder àquela situação. No entanto, decide respeitar o pedido dela, mesmo contrariado.
— Tudo bem, mas não demore. Temos muito trabalho pela frente — diz, dando meia-volta e caminhando de volta ao seu carro, deixando claro que não está nada satisfeito.
Ao entrar no carro, acelera, deixando o motor rugir alto enquanto se afasta dali. Marina observa o carro desaparecer ao longe e volta seu olhar para Sávio, que a encara, ainda à espera de uma explicação.
— Por que ele quis se meter? — pergunta Sávio, com um tom amargo, enquanto caminham em direção ao carro dele.
— Talvez ele não tenha gostado de como você me tratou — responde Marina, com firmeza, puxando o braço para longe dele mais uma vez. — E eu também não gostei.
— Eu só fiquei com ciúmes, entende? Como você se sentiria se me visse com outra mulher no carro?
Aquela pergunta a atormenta. Ela para e reflete por um instante. No fundo, Sávio tem razão, e tinha todo o direito de estar inseguro.
— Tudo bem… — suspira, resignada. — Me desculpa por isso. Podemos ir agora? Não quero me atrasar.
Ele suaviza sua expressão e sorri, satisfeito.
— Claro, mas antes, quero um beijo da minha namorada — diz, puxando-a para um abraço antes de beijá-la.
Marina retribui o beijo, mas o faz com uma sensação de desconforto, lutando contra o sentimento de culpa que a invade. Depois do beijo, ele a segura pela mão e a conduz até o carro, abrindo a porta do passageiro para que ela entre.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...