Ao chegar ao andar onde trabalha, Marina sente todas as palavras de Katrina ecoando em sua mente. Mesmo sem ter nada com Victor, a provocação a deixa desconcertada e levemente incomodada.
“Pare de pensar demais, Marina”, seu pensamento a incomoda, obrigando-a a se concentrar em outra coisa. Mas a ideia se instala de forma incômoda, difícil de ignorar.
Caminhando pelo corredor que leva à sua sala, tenta focar apenas em seu trabalho e no seu relacionamento.
Durante o trajeto no carro com Sávio, percebeu o quanto o estava negligenciando, além de se questionar sobre seu próprio comportamento quando estava longe dele. Por isso, prometeu a si mesma que se afastaria de Victor em qualquer conversa que não fosse estritamente sobre trabalho. Como Katrina havia dito, ela conhecia Victor há mais tempo e sabia que ele era um “galinha” em relação a mulheres.
“Você não deveria querer beijá-lo, nem mesmo solteira. Para Victor, você não passa de mais uma mulher comum entre milhares”, conclui, lutando para manter o foco.
Quando entra em sua sala, imersa nesses pensamentos, seu coração quase para ao ver Victor Ferraz ali, parado, esperando-a.
— Senhor… — sua voz tenta manter um tom profissional, mas há uma hesitação clara. — O que faz aqui? — questiona, com a voz ligeiramente trêmula.
Victor, que até então estava sentado, levanta-se rapidamente e caminha em sua direção com passos decididos.
— Por que deixou aquele idiota te tratar daquele jeito? — questiona, visivelmente nervoso.
A seriedade no rosto de Victor a assusta. Ele estava ali para questioná-la sobre isso?
— Não se preocupe com isso — responde, tentando manter a calma.
Ela coloca sua bolsa na mesa e senta-se, tentando agir como se a situação fosse trivial.
— Como não devo me preocupar? — retruca, incrédulo. — Aqui na empresa, você age como uma mulher que não deixa ninguém te colocar para baixo, mas na rua, deixa aquele babaca te tratar como um objeto?
— Isso não é algo que diz respeito a você — insiste Marina, sem perder a compostura.
— Vai mesmo agir desse jeito? — Victor parece ainda mais irritado com a calma dela.
— Esse assunto é pessoal, e estou lidando com isso. Não precisa se preocupar com nada — afirma, mantendo o tom firme.
Victor balança a cabeça, incrédulo. Ele está claramente agitado, nervoso, enquanto Marina permanece imperturbável, como se estivesse ignorando o turbilhão dentro dele.
— Quer que eu revise algo importante? — ela pergunta, enquanto liga o computador, indicando que quer manter o foco apenas no trabalho.
Ele se aproxima de sua mesa e, com a voz cheia de autoridade, ordena:
— Quero que termine com ele — exige.
Marina o encara, perplexa.
— O que disse? — pergunta, deixando a incredulidade em sua face evidente.
— Termine com aquele babaca, Marina. Ele não te merece — repete, enfático.
— Você não sabe o que está falando, nem o conhece… — responde, ainda confusa com o súbito pedido.
— Não preciso conhecer! — explode, aproximando-se ainda mais, visivelmente tomado pela raiva. — Termine com ele hoje mesmo!
— E por que eu faria isso? — indaga, com o olhar ainda mais perplexo.
— Porque aquele idiota te traiu ontem à noite — revela, com a voz gélida.
— O quê? — Os olhos de Marina se arregalam, surpresa e em choque. — O que você está falando? — ela insiste, tentando entender.
— Ontem, quando te deixei em casa, eu o vi saindo de um motel com outra mulher — afirma com convicção.
Marina fica em silêncio por um momento, e sua boca fica levemente entreaberta. A revelação a deixa atônita.
— Você está mentindo — rebate, mas a dúvida já começa a se instalar em seu peito.
— Não estou. Conheço o carro dele. E o vi, sim, saindo de um motel — revela, sem rodeios. — Ele estava com outra mulher.
Victor começa a assinar os documentos em silêncio, mas percebe o olhar insistente de Katrina sobre ele.
— Está tudo bem? — pergunta ela, curiosa.
Ele hesita por um instante, mas responde.
— Sim, tudo está bem — diz, embora sua voz mostre o contrário.
— Você parece tenso — ela observa, com um toque de preocupação.
— Talvez eu esteja — responde.
— Posso fazer alguma coisa por você? — Indaga, com um olhar insinuante.
Ele para por um instante, sentindo suas emoções se acumularem. Nunca, em toda a sua vida, havia sentido culpa pelas palavras que dizia a alguém. Agora, no entanto, o incômodo o consumia. Tudo isso por ter sido honesto com sua assistente? Que tipo de homem estava se tornando? A confusão interna o perturbava. Tentando afastar Marina de seus pensamentos, ele força a atenção de volta para a mulher à sua frente, determinado a se recompor e recuperar o controle de suas emoções.
— O que pode fazer por mim? — provoca, levantando o olhar.
Katrina se inclina suavemente sobre a mesa, aproximando seus lábios perigosamente perto do ouvido dele.
— O que você quiser — sussurra.
Num movimento súbito e descontrolado, ele varre todos os papéis que estavam sobre a mesa, fazendo-os cair no chão. Bruscamente, agarra Katrina pela cintura, trazendo-a para perto de si e a beija com uma intensidade feroz. Sua boca percorre o corpo dela com urgência, arrancando a blusa e puxando a saia para cima, deixando-a exposta aos seus olhos famintos. Beijando o seu pescoço com fúria, faz com que cada toque seja cheio de um desejo que não consegue controlar. Sua respiração está pesada e ofegante quando se inclina ao ouvido dela e sussurra:
— Quero você, Marina…
Katrina congela ao ouvir o nome errado, o impacto das palavras a faz se afastar de imediato, expondo os seus olhos arregalados em choque.
— O quê? — exclama, dando um salto para longe dele. — Você me chamou de Marina?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...