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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 90

Em casa, Victor se senta à mesa para o jantar com a família. Todos estão presentes, exceto Xavier.

Rodrigo observa o irmão com um olhar cheio de questionamentos, notando que Victor parece um pouco mais relaxado, mas opta por não dizer nada. Em vez disso, se volta para a mãe que come em silêncio.

— Onde está o papai? — pergunta curioso.

Joana decide responder rapidamente, como se fosse a resposta mais natural do mundo:

— Ele disse que teria uma reunião com alguns investidores esta noite, então chegará tarde.

Victor lança um olhar estreito para a mãe. Sabe que ela está mentindo e não entende como ela consegue agir com tanta naturalidade, como se a verdade não importasse, mas decide deixar esse pensamento de lado. O alívio de saber que a amante de seu pai não era Marina torna aquele problema menor, quase insignificante.

— Xavier trabalha muito — comenta Valentina, tentando suavizar o clima.

— Sim, ele não pensa em se aposentar tão cedo — responde Joana, assumindo uma postura mais leve. — Ainda mais sabendo que nenhum dos filhos quer tomar conta da nossa empresa, já que ambos escolheram seguir carreiras diferentes.

Victor, com um tom irônico, insinua:

— Talvez ele faça outro filho para deixar o legado.

O comentário provoca um silêncio incômodo. Todos à mesa o encaram, surpresos por sua fala que soa um tanto sem sentido.

— Nossa mãe não tem mais idade para isso — diz Rodrigo, rindo.

— Não, não tem — concorda Victor, soltando um suspiro e deixando a questão no ar.

Joana se remexe desconfortável na cadeira, sentindo o peso da insinuação que o filho faz, mas é interrompida por Valentina, curiosa, que resolve perguntar:

— Por que vocês não tiveram mais filhos?

Joana toma um gole de suco antes de responder, com um leve sorriso nos lábios.

— Quando o Rodrigo nasceu, não dava nem um pouco de trabalho, era bonzinho e educado, então pensei, quero ter outro filho. Daí o Victor veio, e minha vontade de ter mais filhos desapareceu rapidamente.

Victor sorri com a indireta, aceitando a provocação da mãe como parte do jogo habitual deles.

— Então, quer dizer que se eu tivesse vindo primeiro, seria filho único? — pergunta, com um toque de sarcasmo.

— Exatamente — responde Joana, sem se importar com o que ele poderia pensar. — O Victor me deu tanto trabalho que cheguei a pensar que ele foi trocado na maternidade — brinca.

Rodrigo, sempre disposto a brincar com o irmão, decide acrescentar.

— Sejamos sinceros, Victor. Você sempre foi uma pessoa difícil de lidar.

Victor responde com seu habitual tom indiferente:

— Fico feliz em não me encaixar nas expectativas de vocês.

— Eu sabia! — exclama Rodrigo, triunfante, como se tivesse acabado de desvendar o maior mistério do universo. — O motivo da sua ausência foi uma mulher. Quem é ela?

Os olhos das duas mulheres à mesa brilham com curiosidade. Valentina está especialmente atenta, sua mente está cheia de perguntas não ditas. Já Joana, olha com expectativas, esperando enfim que o filho revelasse estar gostando de alguém.

Victor percebe que está no centro das atenções e, com a habilidade de sempre, se recompõe rapidamente, apagando qualquer vestígio de emoção.

— Pare com isso, Rodrigo. Eu já disse não haver ninguém em minha vida — responde, em um tom firme, encerrando a conversa bruscamente.

— Está mesmo falando sério? Você sabe que todos aqui apenas torcem para que você encontre alguém — comenta Rodrigo.

— Deviam procurar outra coisa para fazer, eu sou um homem livre e aspiro ficar assim para o resto da minha vida!

O clima à mesa esfria de volta ao silêncio. Victor termina seu jantar calmamente, sem pressa, mas, por dentro, sua mente fervilha. Ele mantém o controle exterior intacto, mas sente uma inquietação crescendo.

Após o jantar, ele se retira para seu quarto, onde toma um banho longo, deixando a água quente tentar lavar os pensamentos que insistem levá-lo em direção à sua assistente. Quando finalmente se deita, pega o celular, na tentativa de distração. Ele rola pelas conversas, mexe nas fotos e, de repente, se depara com a foto de Marina. Sem querer, toca na imagem.

A foto de Marina sozinha em seu perfil do W******p logo desaparece, dando lugar a uma imagem dela sorrindo ao lado do namorado. O efeito é imediato. Victor sente o sangue ferver em suas veias. Sua mente fica nublada pela raiva.

— Não acredito que ela ainda não terminou com esse idiota — murmura entre dentes, com a mandíbula tensa.

A raiva excede seu controle e, antes de conseguir conter o impulso, ele arremessa o celular no chão com força. O som do aparelho batendo no chão ecoa pelo quarto, refletindo sua frustração. Respirando fundo, tenta se acalmar, mas a imagem de Marina ao lado do namorado continua a pulsar em sua mente, cada vez mais intensa, como uma ferida que ele não consegue evitar cutucar.

— Não pode ficar com ele, loirinha, você é minha! — exclama nervoso, enquanto observa os pedaços de seu aparelho celular no chão.

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