Andressa observa o carro de Sávio dobrar a esquina e se aproximar. Com um sorriso brincalhão, ela se levanta e lança um último olhar para Marina.
— Lá vem seu namorado! Vou deixar vocês mais à vontade — comenta, ajeitando a bolsa no ombro. — Nos vemos no sábado, então?
Marina sorri, sentindo-se levemente animada.
— Combinado. Até lá.
— Mal posso esperar para o fim de semana! — Andressa responde, com um brilho de empolgação nos olhos. Ela se despede e entra em casa.
Quando entra em seu quarto, tira rapidamente a roupa que veste e entra no banheiro. Estava se sentindo cansada, havia várias coisas se passando em sua mente. Ao tomar um banho demorado, veste seu pijama e se deita na cama, ligando a televisão em busca de algo para assistir e se distrair. Enquanto procura por algo, pensa no momento que teve mais cedo com Xavier.
A expressão séria no rosto dele indicava um conflito entre desejo e racionalidade. Ele segura suas mãos, entrelaçando seus dedos nos dela, enquanto seus olhos fixavam-se intensamente, como se quisesse que cada palavra fosse gravada.
— Gosto muito de você, Andressa, mais do que pode imaginar. — Sua voz é baixa, carregada de um tom sério e profundo. — Mas sabe que, por mais que dependa de mim, o que temos nunca deixará de ser o que é agora. Já te disse: não deixarei a minha esposa.
Andressa, vestida com uma blusa leve que revela o bronzeado sutil de sua pele, encara Xavier com um sorriso suave, tentando dissipar o nervosismo que o rodeia. Ela mantém o olhar seguro, determinada a mostrar que as limitações que ele impõe não a assustam.
— Já disse que não precisa se preocupar com isso, amor. — Sua voz é suave, quase um sussurro. — Estou feliz com o que temos.
Aliviado, solta as mãos dela, mas não afasta seu olhar penetrante, que agora brilha com uma cautela fria.
— Então, se está feliz, é melhor pensar em como conservar isso sem que ninguém desconfie — ele murmura, mais ameaçador e cauteloso. — Se nos descobrirem, serei obrigado a terminar tudo. Não é o que quero, e sei também que não é o que você quer, certo?
A preocupação em seus olhos contrasta com o olhar assustado de Andressa. Ela endireita os ombros, tentando passar mais confiança.
— Não, claro que não! — responde.
Xavier solta uma risada curta, mas seus olhos continuam sérios.
— No ponto em que estamos, precisamos sacrificar algo… ou alguém — diz ele, calculadamente. Sua mão desliza pelo braço dela, quase em um gesto de posse. — Pense que, depois disso, tirarei você daquele bairro miserável. Te levarei para morar em um apartamento luxuoso, longe de todos aqueles pobretões.
Suas palavras são ditas com uma frieza usual, fazendo os olhos dela brilharem com uma mistura de ambição e ansiedade. Ela imagina o que pode ter: um apartamento em uma das regiões mais nobres da cidade, com uma vista magnífica e luxos que nunca teve. Tentando esconder a empolgação, Andressa inclina a cabeça, com certa expectativa.
— Por que não faz isso agora? — pergunta. — Se eu me mudar, nem a Marina e nem os seus filhos saberão que existo.
Xavier respira fundo e seu olhar endurece. Ele hesita antes de responder, como se estivesse analisando cada palavra.
— Não se preocupe — diz ele, com a voz tranquila e sincera. — Não farei nada que você não queira. Só quero sentir você pertinho de mim.
Ao sentir a suavidade de suas palavras, ela relaxa, sentindo-se envolvida pela sinceridade do namorado, enquanto ele apenas a mantém ali, sem pressa, aproveitando o momento e o calor do contato.
— Você é tão gata, Mari, ainda não acredito que estamos juntos.
— Acredito que as coisas acontecem no tempo certo — afirma ela.
— Mas se você gostava mesmo de mim, devia ter ficado comigo bem antes — comenta.
— Sei que pode parecer extremo, mas você sabe sobre meus pensamentos desde antes. Quero muito melhorar de vida, por mim e pelos meus pais, não queria me arriscar num relacionamento onde teria que lutar sozinha.
Mesmo entendendo um pouco um ponto de vista de Marina, ele ainda pensa que ela carrega muita ambição, porém decide não comentar nada. Tudo parecia perfeito naquele momento para ser estragado por aquela conversa. Teriam muito tempo para discutir sobre aquilo.
— Isso não é mais relevante, o que nos importa é que estamos aqui — comenta Sávio, deslizando a mão sobre a cintura dela, descendo um pouco para as coxas. — E você é minha. — diz, voltando a beijar a sua boca. — Só minha!
O toque dele tem um pouco de possessividade, firme e decidido, mas Marina não se deixa abalar. Ao invés disso, respira fundo, fecha os olhos e tenta se render ao momento, buscando relaxar sentindo o carinho dele. Ela sabe que, para esquecer Victor, precisará se concentrar intensamente no afeto que seu namorado lhe oferece.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...