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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 96

A semana se arrasta lentamente, e cada dia parece deixar um peso maior sobre os ombros de Marina. Desde a última conversa que tiveram em sua sala, ela e Victor não trocaram mais nenhuma palavra que não fosse sobre trabalho. Cada interação entre eles era formal, fria, como se um muro invisível tivesse sido erguido.

Na sexta-feira à tarde, enquanto organizava algumas pastas sobre o novo caso em que Victor estava trabalhando, seu telefone toca e o identificador indica que é ele.

— Sim, senhor Ferraz? — responde, com um tom profissional, ao atender.

— Venha à minha sala. Agora mesmo — ele ordena, desligando logo em seguida, sem qualquer outro detalhe.

Ela respira fundo, tentando se acalmar, antes de se levantar e caminhar em direção à sala dele. Seu coração b**e um pouco mais rápido, não importava quantas vezes tivesse que encará-lo no ambiente de trabalho; sempre sentia uma tensão, um nervosismo silencioso ao estarem próximos.

Ao chegar, b**e levemente na porta antes de abrir e entrar. Assim que atravessa a soleira, os olhares deles se encontram e sente uma onda de calor subir por seu corpo. A intensidade do olhar de Victor, firme e penetrante, parece ter o poder de desarmá-la, deixando-a vulnerável e ciente do efeito que tinha.

Victor, por sua vez, mantém o olhar fixo nela, mas seus pensamentos estão distantes. Desde que permitira que aquela distância se instalasse entre eles, algo parecia deslocado. Trabalhar ao lado dela, sem sentir o calor de sua presença ou a doçura de seus lábios cúmplices, o castigava em silêncio.

Mas o que poderia fazer? Marina havia deixado claro o que queria, e ele, no momento, não podia oferecer isso. Mesmo assim, estar longe dela o inquietava.

— Pois não, senhor? — ela pergunta, com a voz saindo suave, quase hesitante.

Marina se aproxima de sua mesa, sentindo o peso do olhar dele em cada passo que dá. É um olhar intenso, quase fulminante, que a faz se sentir desestabilizada, a ponto de esquecer como se caminha com firmeza. Respirando fundo, força-se a manter a compostura.

Percebendo que está observando-a por tempo demais, Victor desvia o olhar para a pasta que repousa sobre sua mesa. Ele a estende em direção a ela, deixando o seu rosto voltar à expressão controlada.

— Preciso que revise isso e depois envie para o endereço indicado no envelope — diz, com o tom formal, mas carregado de algo mais que ela não consegue identificar.

— Claro — responde Marina, pegando a pasta da mão dele.

No breve instante em que seus dedos se tocam, uma corrente de eletricidade passa entre eles. O toque, por mais leve e casual que fosse, parece carregar toda a voltagem que pairava no ar. O olhar de Marina se ergue para encontrar o de Victor, e, por um segundo, o tempo parece congelar. Há algo ali, um sentimento não dito, uma conversa silenciosa.

— Mais alguma coisa, senhor? — pergunta ela, ainda sob o efeito daquele toque.

Victor observa o seu rosto por um instante antes de responder, notando o leve brilho de ansiedade em seus olhos, como se ela estivesse esperando por algo a mais. Ele hesita, mas decide prosseguir com o pedido que estava em sua mente.

— Na verdade, sim. — Pausa, tomando um breve fôlego. — Estou negociando com um novo cliente, alguém bastante influente. Ele só tem disponibilidade para vir à cidade uma vez por mês, e estou planejando um jantar e gostaria que você estivesse lá comigo.

O convite soa direto, mas há algo no tom dele que a faz hesitar.

— Quando será esse jantar? — ela pergunta, tentando manter o tom casual.

— No próximo sábado — responde Victor, observando-a atentamente.

A mente de Marina se volta rapidamente para a viagem que havia planejado com o namorado no próximo fim de semana. Sávio, que estava tão animado para o retiro no resort, jamais entenderia se ela cancelasse devido a um jantar de trabalho com Victor.

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