Era um alívio ver que Sophia estava bem. Isso não somente acalmava os meus nervos que estavam em frangalhos nos últimos tempos, mas me dava esperança de que, somente talvez, as coisas pudessem estar dando certo comigo. Sorri.
Mas, minha maior surpresa foi receber a resposta de Sophia rapidamente. Eu sabia que ela era sensitiva, mas não sabia que ela daria uma resposta tão rápido. O que era bem... diferente.
O que me marcava mais era ver que Sophia e Seth se davam bem. Aparentemente, ele estava se soltando com a minha irmã, sendo o tonto que ele era comigo, com ela também e, Sophia, sempre resplandecente como ela era, parecia também estar gostando da companhia dele.
— Soph. — Chamei e Sophia me olhou, sorrindo. — Mamãe... Ainda não contei para ela. — Sophia balançou a cabeça concordando.
— É um segredo. — Ela disse e eu e Seth sorrimos.
— Por enquanto. — Respondeu Seth me olhando e eu concordei tentando não corar.
Claro que eu queria contar para minha mãe e para todos que eu agora estava noiva, mas eu tinha que preparar o terreno antes. Até porque eu não estava me casando com um qualquer um. E isso poderia gerar muitos burburinhos na minha própria família.
Mas para mamãe eu já ia contar. Assim que tivesse um tempo sozinha com ela. Não queria fazer isso na frente de ninguém. Então eu esperaria. E torceria para que Seth entendesse minha espera.
— Agora, estava pensando em levar a Agnes para almoçar. O que Você acha Sophia? — Perguntou Seth e eu voltei então para a conversa antes que Sophia respondesse.
— Eu não estou com fome. — Seth revirou os olhos. Parecia já estar esperando que eu dissesse algo assim.
— Você nos últimos dias não anda com nenhuma fome, Ag. — Contra argumentou Seth e Sophia riu.
— Acho uma boa ideia. — Respondeu e Seth sorriu para Sophia, agora os dois juntos num complô contra mim.
— Claro que vamos ter enfrentar um bando de loucos que não sabem ver uma celebridade e já querem tirar foto... Mas isso Você deixa comigo, amira. — Respondeu Seth e Sophia bateu palminhas entusiasmadas. Revirei os olhos.
— Vocês estão querendo me vencer pelo cansaço. — Seth riu.
— Não, só pela comida mesmo, Ag. — E percebi que Sophia concordou com a cabeça. Suspirei. Não queria dar o braço a torcer que estava com fome, agora que Sophia tinha acordado, e que a esperança tinha se reacendido em mim, mas essa era a verdade. Dei de língua para os dois.
— Não vou.
— Vai logo, Ag. Ainda estarei aqui te esperando quando Você voltar. — Respondeu Sophia com um sorriso no rosto e meu coração se apertou todinho com a ideia de deixar minha irmã sozinha ali, justo agora que ela tinha acordado.
Mas logo fui retirada dessa linha de pensamento por uma enfermeira que adentrou o quarto rapidamente, dizendo:
— Já acabou a hora de visitas. Agora é só depois das duas da tarde. — Disse e Sophia concordou meneando a cabeça e me inquirindo com o olhar que obedecesse às ordens da enfermeira.
— Viram? É a hora de Vocês almoçarem e minha hora também. Então Sho sho, vão logo. — Disse Sophia fazendo sinais com a mão para que fossemos embora, logo em seguida dando tchau. Dei um fraco sorriso, pois sentia que poderia chorar de novo, de tanta dor que ainda sentia, pois não queria perder a minha irmã, mas concordei. Para passar o resto do dia ali, eu teria que fazer um almoço bem reforçado.
E eu sabia que Seth também não me deixaria em paz se eu não almoçasse com ele, de forma decente, sob o julgo do seu olhar. Suspirei. Tudo bem. Eu podia conviver com isso. Eu acho. Ou pelo menos tentaria.
Suspirei.
— Tudo bem. Eu aceito. Vamos logo. — E Seth riu de minha entrega derrotada enquanto colocava a mão dele sobre a minha, prestes a me levar em direção a um restaurante de sua escolha.
Quando saímos do quarto, ele logo me segredou:
— Vai ser um pouco angustiante sair daqui, mas a gente consegue. Já reservei uma ala inteira do restaurante, ninguém vai poder nos olhar, tampouco tirar foto ou nos encher. O que mais quero, paz. — Segredou-me Seth, bufando irritado. Aparentemente, em Omã, ele não tinha tantos problemas como tinha no Brasil, onde ele era mais do que uma celebridade, mais um ídolo aclamado.
Apenas concordei meneando a cabeça. Eu sabia que era uma situação difícil. Afinal, eu era lembrada constantemente do fato de ele ser um Sheik. E logo minha mãe saberia que ele não tinha vindo para cá apenas para aguardar o meu retorno, mas para algo a mais. Engoli em seco. Só gostaria que ela soubesse pela minha boca e não pela dos outros.
Nos movimentamos então. Ia começar, ao que parecia, a operação, saída do Hospital. Começou de forma estranha, com nós seguindo por um corredor que eu nunca tinha visto e descendo umas escadas. Percebi então que era a garagem do subsolo para os médicos que ali trabalhavam. Onde também, por sinal, encontrava-se o carro do Sheik. Aquele mesmo carro que eu tinha vindo antes.
Mas não era apenas isso. A operação havia apenas começado.
Adentramos o carro e Alfred já estava na frente falando por um dispositivo eletrônico com os outros guardas, dando ordens e preparando o terreno. De repente, me senti como se estivesse sendo olhada e isso me deu um grande calafrio.
— Calma, Amira. Vai dar tudo certo. — Disse Seth tocando a ponta dos seus dedos no meu queixo, dando-me uma onda de prazer instantâneo, enquanto eu tentava respirar mais uma vez e lembrar no que eu estava pensando antes de Seth fazer isso.
— É que eu nunca passei por nada disso... — Disse e Seth sorriu, os lindos dentes brancos reluzindo sob minha vista. Eu nunca cansaria de ver isso.
— Não se preocupe. Alfred sabe o que está fazendo. — Disse Seth no momento que Alfred virou a cabeça para trás, falando conosco.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Sheikh no Brasil
Maravilhoso, amei a história. Parabéns a autora, soube prender minha atenção com comedia, ação, drama e romance na medida certa....