Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 19

Decidi voltar para o hospital porque na dúvida se eu desmaiasse já estava no caminho mesmo. Não estava me sentindo bem depois do último ocorrido.

De qualquer forma, queria dar um oi para minha irmã, para conversar com ela com calma depois do último ocorrido. Até então eu não tinha tido tempo. Não depois da loucura toda que em 24horas a minha vida tinha se tornado.

Em menos de vinte e quatro horas eu estava noiva, tinha visto o meu pai mais uma vez depois de anos, minha irmã tinha acordado bem da cirurgia e Matheus mostrava indícios de loucura que Laura queria ajuda para que houvesse como trata-lo. Eu não sabia dizer como em vinte quatro horas o meu mundo tinha ficado tão louco, mas acho que depois que conheci um árabe lindo, essas coisas meio que se tornaram constantes na minha vida. Onde há eu e Seth, certamente há loucura garantida!

Seth iria me buscar para me deixar em casa, ao que era o tempo de eu conversar um pouco com Sophia. No entanto, antes de adentrar o quarto, percebi que ela conversava com alguém e, ouvindo com mais atenção, logo pude perceber que a pessoa com quem minha irmã falava era o nosso pai. Parei diante da porta como uma fofoqueira, ouvindo a conversa que eles tinham ali.

— Ah, eu mudei Sophia. E vou encontrar uma forma de mostrar isso para a sua irmã, sabe? — O homem soltou uma leve risada acompanhado de uma pergunta de Sophia:

— Então é verdade que temos irmãozinhos? — Perguntou Sophia sorridente e, dali do lado de fora da porta, eu só consegui sorrir também, sorridente, pois eu adorava ver o sorriso e a euforia contida na voz da minha irmã sempre que ela estava bem.

— Sim, Sim. Você não se importa com isso, não é mesmo? — Perguntou meu pai para Sophia que logo o respondeu:

— Não. Muito embora o senhor não tenha tido tempo de contar a sua história. Eles chegaram justamente nesse momento. — Sophia riu mais um pouco e eu fiquei atenta, pois, de alguma forma, queria saber a história do meu pai depois que ele tinha nos deixado.

Ele tinha feito muito mal a todos nós. Ainda assim, eu queria, de verdade, que Sophia estivesse certa. Que ele, de fato, estivesse mudado. Embora não acreditasse tanto em mudanças assim. De qualquer forma, estava curiosa sobre o que meu pai iria falar e, portanto, fiquei de ouvidos em pé ouvindo-o:

Não ia conseguir entrar mais no quarto de Sophia e conversar com ela. Na verdade, agora não queria mesmo. Era muito para eu assimilar. Muito do que eu tinha ouvido o meu pai falar. Procurei refúgio na sala de espera do hospital enquanto as palavras do meu pai pareciam ainda muito presentes na minha cabeça.

Era muito bonito o que tinham feito por ele e como ele realmente tinha mudado. Como ele parecia completamente diferente do homem que eu conhecia do passado. Não parecia a mesma pessoa das imagens nítidas na minha cabeça. Fechei meus olhos, sentindo lágrimas que dessa vez não deixei que caíssem. Apenas fiquei a pensar se eu conseguiria, um dia, ser capaz de perdoar o meu pai por tudo o que ele fez a minha mãe. Seria um longo caminho para conseguir perdoá-lo. Mas, talvez, todos merecessem perdão, e, mais do que tudo, a quem mais ele deveria pedir perdão era a minha mãe, que tanto sofreu com ele. Embora meu coração estivesse apertadinho, pois eu ainda tinha algumas memórias de meu pai bêbado, chegando em casa, de minha mãe e ele discutindo, dentre outras imagens, eu sabia que uma hora conseguiria perdoá-lo. Não poderia odiar um homem que aparenta estar mudado para sempre.

Era só questão de tempo até que isso acontecesse. Era o que eu tinha certeza.

E se de fato ele estivesse mudado, o tempo também mostraria que isso é algo claro e cristalino e não uma mentira deslavada. Só questão de tempo.