Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 9

Meus contatos estavam tentando agilizar todo o processo de doações o mais rápido possível. A burocracia no Brasil era muito grande. De fato, eles tinham um pulmão que poderia ser compatível com Sophia. Mas precisariam fazer os testes para ter certeza. Mais do que isso, precisavam transportar o mais rápido possível. Afinal, o pulmão estava saindo de outro estado para ela.

Comprometi-me em ajudar colocando meu jato a disposição dos médicos. Isso talvez ajudasse um pouco. Claro que chamei a atenção indevida. Alfred já me avisava por mensagem. Muitos fotógrafos não podiam entrar onde estávamos, mas seria um inferno se decidíssemos comer na lanchonete, ou até mesmo na sala de espera, com um monte de câmeras de celular na nossa direção, tentando capturar cenas para vender essas fotos depois. Suspirei.

Eu odiava essa fama. Odiava que por onde eu estivesse, houvesse essa quantidade imensa de pessoas idiotas preocupadas em apenas tirar uma foto para poder fofocar sobre a minha vida. Odiava, porque Agnes parecia um anjo a dormir sobre mim e eu não queria acordá-la. Justo agora que depois de tanto tempo eu tinha conseguido fazer ela dormir.

Não era difícil perceber que ela tinha passado os últimos dois dias em claro. Mais do que em claro, mas na fome também. Agnes até comera tudo o que eu dera para ela comer, mas ela não parecia querer comer e o fez apenas por grande insistência minha. Agora, além de invadirem a minha privacidade, que eu já estava acostumado com esse inferno, estavam começando a tentar invadir a privacidade de Agnes, que não merecia essa porcaria.

— Hanaan... — Chamei e Agnes sequer se mexeu de tão cansada que estava. Mas que o mundo explodisse, que diabos! Eu odiava ter que acordá-la por conta desses malditos idiotas. — Agnes. — Chamei novamente fazendo-a abrir os olhos lentamente, como um anjo a abrir os grandes orbes e acordar de seu lindo mundo dos sonhos.

— Notícias de Sophia? — Ela me perguntou abrindo ainda mais os olhos e eu neguei com a cabeça, ainda me sentindo um idiota por conta de tudo isso.

— Não. Malditos idiotas tirando fotos da gente porque estou aqui. — Respondi e Agnes acabou rindo enquanto se levantava do meu colo.

— Onde Você vai, há fotógrafos, Seth.

— Não tanto assim. Aqui no Brasil parece que Vocês gostam mais disso, não? — Agnes rolou os olhos na órbita, achando tudo um tédio e acabou murmurando:

— Se quiser ir e voltar depois... — Não deixei que ela terminasse.

— Já disse que não vou te largar, Agnes. Não vou te dar paz. — Disse com um sorriso nos lábios e percebi que Agnes tinha ficado vermelha. Logo captei porquê. — Meu Deus, Agnes. É Você que começou a pensar em besteira e eu não. — Disse arqueando uma sobrancelha e Agnes pareceu ficar ainda mais vermelha enquanto se defendia:

— Não! — Sua voz sonoramente alta como quando ela ficava encabulada. — Eu não pensei nada. Na verdade, estava pensando em como Você está sobrevivendo bravamente ao Brasil. — Gargalhei.

— Eu tenho minhas manhas para isso. — Pisquei fazendo Agnes parar de me olhar para não corar mais. — Mas aparentemente vamos ter que parar de falar, o médico está vindo aí. — Disse fazendo Agnes arregalar os olhos, enquanto tentava ajeitar sua longa cabeleira, de forma a ficar mais apresentável enquanto tentava falar com o médico que de fato vinha em nossa direção.

— Agnes Valença? Irmã de Sophia? — Assentiu e ele concordou enquanto continuava a falar com um pequeno sorriso nos lábios. — Sophia ainda está grogue, mas aparentemente, ela acordou. — E a notícia foi tão forte que os olhos de Agnes se arregalaram enquanto ela perguntava afoita:

— Sério? Ela acordou? Soph ta acordada? — O médico concordou balançando a cabeça com um pequeno sorriso nos lábios também. Parecia também aliviado que tudo tivesse ocorrido bem e que Sophia estava acordada.

— Daqui a pouco é o horário de visita e poderão visita-la. Sophia já foi posta num quarto. Só não sei se ela estará muito apta para responder perguntas. E tentem fazê-la não falar muito. Ela precisa de descanso e repouso. — Agnes concordou balançando a cabeça afoitamente. Parecia não acreditar enquanto concordava meneando a cabeça. — Agora precisamos pedir que um pulmão seja compatível com o pulmão da Sophia. E esperar que ela se recupere bem para uma outra cirurgia. — Terminou o médico. Agnes parecia agora ter um pequeno brilho de esperança no olhar, coisa que até então eu não conseguia ver ela ter, pois parecia que não havia esperanças para Agnes quanto a irmã.

— Uma coisa de cada vez, não é mesmo? — Disse Agnes afoitamente. O médico concordou pedindo licença e saindo de perto de nós. Agnes então voltou o seu olhar para mim, completamente tomada de felicidade pela notícia que vinha esperando nos últimos dois dias: Que Sophia acordasse. Ela agora não cabia de felicidade dentro de si.

Tanto que quando ela correu para os meus braços e me abraçou, ainda fiquei um pouco absorto nos meus pensamentos e no cheiro dela tentando sorver a ideia de que Agnes tinha me abraçado de felicidade. Só percebi isso quando algum maldito tirou uma foto nossa assim, o flash maldito percorrendo meus olhos.

— Desgraçado. — Disse saindo do abraço de Agnes, mas ela não deixou que eu continuasse segurando-me pelo braço, ainda com os olhos brilhando por conta das lágrimas que queriam cair, mas que ela não permitia.

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