Vendida para o Don romance Capítulo 64

CAPÍTULO 65

Fabiana Prass

Quando acordei novamente estava num local completamente desconhecido e me assustei. Estranhamente eu não estava presa com algemas como o Don, talvez me achem fraca, principalmente por estar meio dopada ainda.

Me sentei devagar, me lembrando do meu desespero, espero que ele esteja bem, ele deve pensar que eu o odeio agora, embora no pequeno olhar que ele me lançou eu tenha visto que não era de ódio, ele tem algum sentimento por mim, mesmo que seja pouco, ou apenas respeito e proteção, ele tem um coração... eu senti.

Quando vi que homens armados conversavam ao meu redor, ligeiramente me fingi de zonza, devem ter me achado uma fraca, mas só de canto de olho já vi três ali dentro, eu não poderia com eles, precisava de estratégias, o Don estava precisando de mim.

— ACORDA BELA ADORMECIDA! VAMOS NOS DIVERTIR UM POUCO, QUERO IRRITAR AQUELE MALDITO DO SEU MARIDO! — encostou aquela mão nojenta em mim, e precisei engolir seco, me faria de desentendida, dopada.

— Espera ela acordar, então a gente joga roleta Russa e decide quem pega primeiro! — outra voz falou, e tive medo, mas me mantive firme.

Senti várias mãos nas minhas pernas e me desesperei. Mesmo desacordada, estavam apertando as minhas coxas. Do nada ouvimos barulhos de bombas, e meti um chute num deles que estava ali e vi sangue voando, o sapato ajudou.

— PUTA, MISERÁVEL! — Veio para cima de mim e então rolei para o lado, caí no chão. Os homens haviam saído e por dentro criei forças de que fosse o Don que estivesse bem e tivesse vindo me buscar, acho que nunca o quis tanto perto de mim.

Ele me pegou desprevenida e apertou o meu pescoço. A princípio tentei torcer o braço dele como a Laura ensinou, mas não resolveu, então ergui o braço o deixando reto, virei o tronco para o lado esquerdo batendo o cotovelo no braço dele, que já me soltou parcialmente. Com o mesmo cotovelo dei uma no queixo dele, e assim consegui me soltar.

Corri até a porta, mas o infeliz engatilhou a arma e parei onde estava, então ele me imobilizou.

Antony apareceu naquela porta e eu só tinha olhos pra ele, nem acreditava que estivesse bem, eu não o havia acertado com aquele tiro, fiquei muito aliviada.

Vi que alguém iria atacá-lo e consegui avisar, então ele me abraçou e eu o retribuí também. As nossas brigas e diferenças ficariam para depois, eu estava bem ali com ele, o contato do seu corpo com o meu, me lembrou de quantas vezes já estivemos tão perto e já fizemos amor, ele vai me perdoar de tê-lo deixado sozinho, pelo visto também sentiu saudades.

Mas, do nada senti as mãos dele me machucarem, me tirando do seu corpo e fui jogada no chão como se não fosse nada.

Antes que eu sofresse por isso, entendi o que acontecia da maneira mais cruel possível... Vi o Antony ser baleado por outro agressor que nem estava ali, e embora o tiro no agressor tenha sido na testa e o homem provavelmente morrido, vi com os meus próprios olhos o homem que eu amo cair no chão, com uma bala no ombro e a culpa era minha. Ele só me protegeu, e fez isso com a sua vida.

— ANTONY NÃO ME DEIXA, ME PERDOE! — me joguei em cima dele desesperada.

— Calma, não se verá livre de mim tão cedo, ragazza! — encostou a cabeça no meu colo, sentei melhor no chão, gritando por ajuda.

— AJUDEM, VAMOS LEVÁ-LO DAQUI, ELE PRECISA DE UM MÉDICO! SE MEXAM! — os seus soldados faziam as coisas em câmera lenta, o sangue havia manchado toda a sua camisa, embora os seus olhos ficaram me olhando, e os seus homens lidavam com os corpos, tirando de perto do Don.

Senti a sua mão tocando o meu rosto, o olhei firme por alguns segundos, eu a segurei com a minha mão e levei até a boca.

— Senti a sua falta! — confessei.

— Me beija, Fabi... — sussurrou, e num impulso o beijei ali mesmo. Entreguei a minha alma ali, eu era toda daquele homem, eu não poderia mais negar.

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