(Olivia)
— Não era minha intenção ferir sua mãe, e é importante que você acredite nisso. Observamos aquele homem por semanas, estudando cada detalhe de sua rotina. Ela nunca o acompanhava, ele vivia sozinho. Por isso, imaginamos que naquele dia não seria diferente. Mas, para nossa surpresa, sua mãe estava com ele. — Ele tentou se explicar, mas, naquele instante, minha cabeça começou a zumbir, e a dor que senti no coração foi indescritível.
"Ele dizia que a amava e, ainda assim, a matou…"
— Por que você queria matar aquele pobre homem desde o início? Ele nunca te fez nada! — Gritei, tomada pela raiva.
— Ele não era tão inocente quanto você pensa. Embora nunca tenha feito nada contra mim, abusava da sua mãe. Aquele desgraçado batia nela, e eu jamais poderia ficar parado assistindo a isso. O plano era eliminá-lo e levar vocês duas para um esconderijo, de modo que o Don jamais conseguisse encontrá-las.
Soltei uma risada amarga.
— No fim das contas, adiantou alguma coisa?
Ele desviou o olhar de mim e, em seguida, voltou a encarar a janela.
— Não... Como você já sabe. O amor da minha vida morreu por minha culpa.
"Era só nisso que ele conseguia pensar? E quanto a mim? Eu sofri depois que minha mãe morreu, pois me tornei um fardo para minha avó."
— A vovó sabia sobre você?
Ele assentiu. "Ah, meu Deus... Por que ela nunca me contou?"
— Segundo ela, tudo seria revelado no momento certo. Ainda assim, deixou claro que não queria que eu tivesse qualquer vínculo com você depois que sua mãe morresse. Ela me culpava, apesar de não saber que, de fato, eu estava envolvido. Me culpava porque eu fui embora... E parti o coração dela.
"Eu queria ter tido mais tempo com a vovó... Desejava poder perguntar por que ela nunca me contou sobre o monstro sentado ao meu lado."
— Por que está me contando isso justo agora? Poderia muito bem ter me deixado viver na ignorância. Então, por que decidiu abrir o jogo? O que exatamente espera ganhar com isso? — Ele suspirou.
— Porque Elodie sabe, e eu não queria que fosse ela a te contar. Quis te dizer a verdade eu mesmo. Eu não queria matar a Sara e...
— Mas matou! Por sua causa, cresci sem uma mãe! — Gritei.
"Ele matou minha mãe! Eu teria amado conhecê-la, ter sentido seu amor, mesmo que ela fosse fria e distante. Ainda assim, sua simples presença teria feito uma diferença imensa na minha vida. Mas ele me tirou isso. Roubou ela de mim!" As lágrimas escorreram, e eu não consegui contê-las.
— Me perdoe, Olivia. Você não imagina o tormento que tenho vivido desde então. Carregar essa culpa, sabendo que contribuí para a morte dela, tem me consumido dia após dia. E, para piorar, o Don ainda ficou satisfeito, convencido de que tudo foi intencional da minha parte...
— Eu não dou a mínima pro Don ou para o inferno que você viveu! Meu filho nunca vai conhecê-la. Você tirou isso dele! Tirou de mim o amor dela, tudo o que eu poderia ter tido... Não quero nada vindo de você. Fique longe de mim e do meu filho.
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