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Vingança Após o Divorcio romance Capítulo 120

(Ethan)

Ouvir meu amigo pronunciar aquelas palavras doeu. Em certos momentos, era inevitável: acabávamos tratando pessoas e circunstâncias como garantidas… Dias atrás, eu estava decidido a tirar a esposa dele, bem, a ex-esposa dele, porque achava que ele não a merecia. Que não a valorizava o suficiente. Tudo isso era verdade, mas eu nunca parei para pensar no que ele podia estar sentindo.

Nick sempre foi mandão, agindo como se tivesse tudo sob controle... Como se a vida não simplesmente acontecesse, mas como se ele a comandasse, controlando todas as variáveis. Por conta disso, acabei esquecendo que ele também era humano, que também tinha sentimentos e se machucava.

Eu conhecia muito bem a raiva de Nick, e na maioria das vezes era só isso: raiva irracional, provocada pelos negócios e nada mais. Mas agora eu começava a enxergar um outro lado dele: O lado humano que ele escondia de todos nós com tanta eficiência... O lado vulnerável, que deixava claro que aquele homem também precisava de apoio, amor e cuidado.

Ele havia cometido um grande erro, algo com que não estava acostumado a lidar. Porém, ele reconhecia isso e estava disposto a se esforçar para consertar as coisas. "Mas como poderia, se eu só vinha sendo um obstáculo em seu caminho?"

Tudo começou na semana em que Olivia foi solta da prisão e me pediram para buscá-lo no bar. Naquele dia, ele deixou escapar que queria ela de volta…

"Como ele podia querer isso, depois de tudo o que fez com ela, depois de tudo o que a fez passar? Eu não podia deixar que isso acontecesse! Achei que ela merecia alguém melhor, que merecia a mim… Mas, caramba, como eu estava errado! Logo, Marcus entrou em cena e mostrou para nós dois como as coisas deveriam ser feitas…"

Achei que, ao entregar os papéis do divórcio, tudo o que eu precisava fazer era ajudá-la a se curar e depois dar meu próximo passo. Mas as coisas não aconteceram assim.

Primeiro, Olivia nunca me quis, nunca. Segundo, agora, mais do que nunca, eu via o quanto Nick realmente amava sua ex-esposa. Pensando bem, na época em que ela estava presa, ele trabalhava sem parar, dia e noite.

Eu mal o via, uma vez que ele se afastara de todos, evitando qualquer tipo de convívio social, e, para piorar, havia perdido peso. Agora percebia: ele estava em depressão, e eu, seu suposto melhor amigo, não notei, já que eu estava ocupado demais ajudando a esposa dele e com raiva demais para me importar com o que ele estava passando.

"Aquele homem mandou a esposa para a cadeia acreditando que estava fazendo justiça por mim, achando que era meu o bebê que a maluca havia perdido... Ele pensou em mim o tempo todo, enquanto eu, por outro lado, estava ocupado tentando me aproximar da mulher dele. Que tipo de amigo eu fui?"

— Não se preocupe, eu vou até lá ficar com ele. Vou cuidar dele. É o mínimo que eu poderia fazer.

Com o coração pesado, desci do carro e o segui até a casa. Assim, encontrei-o com uma garrafa de uísque na mão, bebendo direto do gargalo. Era difícil acreditar no quão egoísta eu tinha sido esse tempo todo…

— Divide aí.

Em resposta, ele me entregou a garrafa, e eu me juntei a ele no balcão da cozinha.

Levei a garrafa à boca e engoli um grande gole de uísque, sentindo-me um verdadeiro lixo por tudo o que havia feito com ele. Além disso, participei da mentira sobre o menino não ser seu, o que apenas reforçava o quanto eu era um péssimo amigo…

Logo depois, bebi mais um gole, o quanto consegui aguentar, e devolvi a garrafa para Nick. Ele a pegou e, sem dizer nada, bebeu também.

— Ethan, você acha que ela vai me perdoar algum dia? — Ele disse aquilo com a voz mais triste que já escutei. Tive que me virar para ter certeza de que era ele quem havia falado.

Em seguida, ele me lançou um breve olhar, e foi quando percebi o quanto seus olhos estavam vermelhos. "Aquele homem estava chorando…" Logo, uma tensão se acumulou nos meus ombros, e meu coração apertou.

— Ela vai, Nick. Dê um tempo a ela.

Sim, eu tinha sentimentos por Olivia. Mas chamaria aquilo de amor? Não, acho que não. Eu apenas gostava da forma como ela era, do jeito que se portava, de tudo nela…"

— Vai ficar tudo bem, cara.

Nesse momento, alguém bateu na porta e nós nos entreolhamos, nos perguntando quem poderia ser.

Enquanto decidíamos se deveríamos abrir ou simplesmente ignorar e continuar bebendo, ouvimos a porta se abrindo e depois se fechando. Desse modo, continuamos nos encarando, sem nos mover.

Pois, estava claro que, quem quer que fosse, tinha uma chave da casa…

Pouco depois, ele apareceu, e, assim que o vimos, a surpresa se estampou em nossos rostos.

— O quê? — Disse ele, enquanto caminhava até nós, pegava a garrafa da mão de Nick e bebia como se fosse água.

Nesse momento, Nick e eu trocamos olhares.

— Por que estão me olhando desse jeito? Eu também tive um dia de merda, por isso preciso beber.

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