OLIVIA
Todos nos viramos e lá estava Luke. Era evidente a fúria estampada em seu rosto, as mãos apertadas em punhos rígidos.
— Quem é você? — Perguntou o detetive Rogers.
— Eu mandei calar a porra da boca e tirar essas mãos da minha filha antes que eu as arranque fora!
Estremeci diante da intensidade daquela ira. Ficou claro naquele instante que aquele homem não estava fazendo ameaças vazias. Os dois policiais que acompanhavam Rogers imediatamente colocaram as mãos sobre as armas, preparados para qualquer eventualidade.
Luke os observou rapidamente, com desprezo, antes de voltar sua atenção ameaçadora para Rogers.
— Manda esses teus cães tirarem as mãos das armas, se eles sabem o que é bom pra eles.
O detetive lançou um olhar furioso para Luke e avançou alguns passos em sua direção. Desejei impedi-lo. O policial não fazia ideia com quem estava se metendo, e a última coisa que eu queria era transformar minha casa numa cena de crime.
Eu gostava daquele lugar.
— Não faço ideia de quem seja você, mas eu sou um agente da lei e você está interferindo numa investigação. Sugiro que me deixe fazer o meu trabalho, se sabe o que é melhor pra você, e pare imediatamente de me ameaçar.
Luke deixou escapar um riso breve e sarcástico, balançando lentamente a cabeça.
Logo em seguida, porém, seu semblante se tornou sombrio, seu sorriso desapareceu por completo e a temperatura da sala pareceu cair abruptamente. Seus olhos assumiram um tom frio, glacial. O detetive Rogers se remexeu, desconfortável, percebendo enfim que Luke não recuaria.
— Repete isso, eu te desafio.
Eu percebia que tudo poderia fugir rapidamente ao controle. Não desejava tiroteio algum sob o teto daquela casa. Samuel podia não estar presente, mas eu queria que ele ainda tivesse um lar para onde retornar. Fiz então a única coisa que me restava naquele momento:
— Luke? — Chamei seu nome, mas era como se ele não estivesse ouvindo. — Luke, por favor.
Nenhuma resposta. Ele continuava abrindo e fechando os punhos, como se estivesse prestes a acertar o detetive.
— Pai!
Dessa vez funcionou. Ele voltou a cabeça na minha direção e suas feições imediatamente suavizaram, as mãos relaxaram.
— Sim, meu amor.
Agora seus olhos demonstravam emoção, algo que eu jamais havia testemunhado nele. Era como se estivesse a ponto de chorar.
— Por favor, pare. Seu neto mora aqui. — Meus olhos suplicavam silenciosamente.
Além disso, se ele fizesse algo de errado, me jogaria numa situação ainda pior que aquela criada por Nick.
Luke assentiu brevemente.
— Está bem.
Então virou-se e saiu.
O detetive se voltou para mim imediatamente.
— Eu não sabia que você tinha pai, Sra. Jones. Nossos registros indicam que ele morreu anos atrás. Sendo assim, quem é aquele? Foi ele quem você usou para se livrar do seu marido?
Desta vez fui eu quem lançou um olhar carregado de desprezo. Deveria ter deixado Luke acertar aquele maldito.
— Meu noivo não é como...
— Cala a boca, Sr. Walker! Não estou falando com você. Você aí! Vire-se de costas.
— Eu já avisei várias vezes pra não encostarem na minha filha, mas vocês parecem não escutar.
Todos nos viramos novamente, e lá estava Luke. Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios.
Ele me salvara. Cumprira o que havia prometido. Estava diante de nós, trazendo consigo Nick, visivelmente espancado e remendado.
— Sr. Jones? — Rogers exclamou, também chocado com a presença inesperada.
Nick manteve os olhos fixos em mim por um instante antes de se voltar ao detetive Rogers.
— O que pensa que está fazendo?
O detetive pareceu surpreso com a pergunta, pigarreando sem jeito antes de responder:
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