Vingança Após o Divorcio romance Capítulo 202

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JENNIFER

Eu não podia acreditar no quanto eu fora tola. Agora eu me arrependia de ter pressionado Marcus. Ficara evidente que todo o esforço para o obrigar a cuidar de mim fora desnecessário. Marcus passava a ignorar Olivia por vontade própria e concentrava a atenção apenas em mim. Eu deveria ter confiado nele, deveria ter percebido que ele era um homem íntegro e que agiria da maneira correta.

Eu me adiantara demais e agora pagava o preço. Observá-lo cuidar de mim daquele modo era reconfortante, maravilhoso até, porque eu não o compelira a nada. Um sorriso surgiu em meus lábios.

— Desculpe, Marcus. — Ele franziu o cenho.

— Desculpe por quê? — Suspirei enquanto ajustava o travesseiro às minhas costas.

— Por tudo o que eu lhe fiz. Eu estava errada. Não vou inventar desculpas atribuindo-as à gravidez. Ela até intensificou minhas emoções, mas não explica a loucura dos últimos meses. Perdoe-me por todo o transtorno que lhe causei.

Ele me fitou por alguns instantes.

— Tudo bem. Fico satisfeito por você ter reconhecido o erro e assumido a responsabilidade. Portanto, não vamos falar mais sobre isso. Ainda restam dois meses de gestação. Se conseguirmos nos entender até o parto, você receberá tudo o que combinamos. Eu não quero que nos afastemos em maus termos.

Eu não podia negar, ele era um bom homem.

Qualquer outro me culparia por ter arruinado a vida dele, porém Marcus não.

— Você é um homem admirável, Marcus. Olivia tem sorte por contar com você.

Ele apenas assentiu e voltou a encarar a televisão. O celular dele vibrou ao meu lado.

Era Olivia. Por que ela estava ligando? Ela acabara de sair daqui. O que mais poderia querer? Coloquei o aparelho no silencioso e virei-o com a tela para baixo.

— Já pensou em nomes para o bebê? Agora que você sabe que é uma menina, existe algum especial?

Um sorriso despontou nos lábios dele.

— Orchid, o nome de minha mãe. Ou Lilly. Vou esperar para saber qual nome Olivia escolherá. Talvez esses fiquem como nome do meio.

Então eles ainda não tinham discutido nomes. Olivia não queria a criança. Ela não demonstrava entusiasmo nem tentava criar vínculo com o bebê.

— Você vai ser um ótimo pai. E eu sinto muito por você.

Ele se virou para mim com o cenho franzido.

— Não me entenda mal; digo isso porque será você quem cuidará da menina quando nascer. Ela conhece você, sua voz, tudo. Olivia não se esforçou e, segundo ouvi, pode levar um tempo até uma mãe criar vínculo depois do parto.

Ele pareceu refletir. Talvez percebesse o mesmo: Olivia não fazia esforço algum para se aproximar da filha.

— Com tudo o que ocorreu, eu não a culpo. Ela ainda deve estar relutante em aproximar-se de você.

Fiz biquinho. Por que ele a defendia? Eu entendia, ela era a esposa dele.

Mas até um cego notaria que ela não queria mais essa criança. Talvez no início quisesse, agora não mais.

— Eu não acho que ela deseje o bebê. Pode ser consequência do que eu fiz, mas não é justo descontar isso na criança.

No meu bebê. Ela que lidasse com os próprios problemas.

Eu estava mais do que satisfeita com a distância que ela vinha mantendo. A presença dela me deixava desconfortável.