A Babá Perfeita romance Capítulo 7

Resumo de Dois Sustos no Mesmo Dia: A Babá Perfeita

Resumo de Dois Sustos no Mesmo Dia – Capítulo essencial de A Babá Perfeita por Rebecca Santiago

O capítulo Dois Sustos no Mesmo Dia é um dos momentos mais intensos da obra A Babá Perfeita, escrita por Rebecca Santiago. Com elementos marcantes do gênero Erótico, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Durante a aula, Evie se mostra uma aluna bastante dedicada e compenetrada. De olhos fechados, dedilha as cordas do violino com inexperiência, mas sensibilidade. A professora, Srta Brown, balança a cabeça positivamente e, quando necessário, vai até Evie corrigir uma ou outra falha até que, ao término da aula, as duas vem até mim cheias de sorrisos.

- Você foi o máximo! Estou tão orgulhosa- eu vibro, batendo palmas toda animada, enquanto Evie se encolhe, timidamente, ao lado da mestra.

- Obrigada... eu acho - ela diz, baixinho, mexendo na longa trança castanha que eu mesma fiz antes de sairmos da mansão. Seu cabelo é lindo, sedoso, naturalmente ondulado nas pontas. Evie simplesmente o adora, assim como todo mundo na mansão, que não se cansa de elogiá-lo.

- É verdade - a mulher incentiva, acariciando as costas dela. - Foi muito bom para um primeiro dia, Evie. Será um prazer ter sua filha aqui conosco, Sra Lancaster.

Eu olho de Evie para a Srta Brown, confusa. Abro a boca para desfazer o engano... Oh oh. Os olhos azuis irritados de Evie me alertam para o tipo de tempestade que virá a seguir.

- Ela não é minha mãe - a menina explode, assustando a Srta Brown com o seu rompante de fúria, mas não a mim. Evie marcha até Maisy, sentada nos bancos de madeira do estúdio de música, alheia a tudo com seus fones da Hello Kitty. Ela puxa a irmã pela mão na direção das portas duplas de vidro da sala de aula. - Vamos, Maisy. Hora de voltar para casa.

As duas saem pelas portas, enquanto eu fico para me desculpar com a Srta Brown pelo comportamento de Evie. Ela diz que não há nenhum problema, que conhece bem as crianças e desculpa-se também pelo erro cometido. Não sabia que as meninas eram órfãs, esse tipo de informação não consta na ficha dos alunos, obviamente. Eu garanto a ela que está tudo bem e que estaremos de volta para a próxima aula.

Quando saio da sala, olho para o enorme corredor a minha frente e não vejo nenhuma das duas crianças. Eu pisco com a sensação crescente de quem acaba de cometer o maior erro de toda a sua vida. Quem é que deixa, afinal, duas crianças saírem sozinhas de uma sala de aula, quando a mais velha tem apenas nove anos e está nitidamente zangada demais a ponto de ter um mínimo de raciocínio lógico.

O medo sobe até a minha boca, com um gosto amargo, enquanto percorro o corredor da melhor maneira que minha estúpida perna quebrada permite. Manco através do chão de madeira lisa e polida, ouvindo o som da bota ortopédica no assoalho e as batidas do meu próprio coração dentro do peito, cada vez mais aceleradas. Corro os olhos pelas portas envidraçadas onde alunos de todas as classes de instrumento possíveis têm suas aulas, e abro portas feitas em madeira para vasculhar o seu interior. Mas não as encontro. Meu Deus, onde elas estão?

Desesperada, percebo que acabei de perder as meninas. Perdi as meninas e não faço ideia de onde elas possam ter ido parar. 

Eu me encaminho para a recepção do estúdio, logo na entrada, tentando colocar minhas emoções em ordem, mas minhas mãos tremem e suam. A recepcionista, uma jovem negra e muito bonita, me encara em expressão de alerta quando me vê. Parece que acabou de ver um fantasma.

- Tudo bem com a senhora? Deseja um copo d'água...?

- Me desculpe - digo, esbaforida. -  Estou procurando por duas...

Antes de completar a frase, vejo Evie e Maisy sentadas nas poltronas de espera. Elas me olham com as carinhas mais inocentes do mundo. Evie se levanta tranquilamente, toma a mão de Maisy na sua e a puxa na minha direção.

- Vem, Maisy. A tonta finalmente chegou - resmunga, passando direto por mim a caminho da saída.

Meu rosto pega fogo. Quem ela pensa que é? Eu trinco o maxilar e seguro seu braço, impedindo-a de sair pelas portas de vidro da entrada.

Ela me encara como se eu fosse uma louca, mas eu não dou a mínima.

- Você não se separa mais de mim, mocinha. Nunca mais - advirto, seriamente, segurando a mão das duas antes de ir ao encontro de Javier, que já nos aguarda no carro.

***

No caminho até a mansão, que dura cerca de quinze minutos, Evie e eu não dizemos nada uma a outra. De braços cruzados, uma em cada ponta do banco traseiro do carro, tendo Maisy no meio, nós nos ignoramos mutuamente com sucesso.

Sei que minha atitude é infantil, imatura, mas não posso evitar. Ainda estou muito brava pelo que ela aprontou no estúdio de música. Não caio no seu golpe de que estava, todo o tempo, me aguardando na recepção. Ela fez aquilo intencionalmente. E o pior, para me castigar por algo que não estava sob meu controle.

Chegamos a sua casa e ela sobe direto para o quarto, pulando os degraus de dois em dois, exatamente como o seu pai dias antes. Talvez os belos olhos azuis não tenham sido a única coisa herdada dele.

Eu subo atrás dela e, apesar da perna, não sei como, consigo chegar a tempo de impedi-la de trancar a porta com uma chave que descobriu não sei onde.

- Onde conseguiu essa chave?

- Não é da sua conta - ela grita, tentando fechar a porta na minha cara, mas eu ganho a força bruta e entro no quarto. - Você não é minha mãe!

Sua reação me deixa sem palavras. Eu paraliso. Tento encontrar as palavras mais adequadas para contornar a briga e dou um passo em sua direção, mas ela recua, cruzando os braços na frente do corpo.

- Sei que não sou sua mãe. Longe disso, Evie, eu sou apenas sua babá - admito com franqueza. - Mas achei, de verdade, que também pudéssemos ser amigas.

Ela franze a testa, direcionando seu ódio a mim com tanta força que me assusta.

- Eu tenho amigas. Não preciso de nenhuma nova amiga.

Eu balanço a cabeça, mostrando que entendi.

- Certo, então. Eu preciso - digo, recebendo um olhar desconfiado como prêmio. - Acho que me precipitei por pensar que você também precisasse, é uma pena. Você tem tantas coisas bonitas. Tantas bonecas, brinquedos e coisas incríveis. Mas sabe, por mais que eu olhe, não vejo ninguém para brincar com você, exceto sua irmã - engulo em seco, arrependida pelas minhas palavras assim que elas escapam da minha boca.

Evie vira as costas, mas não antes que eu veja as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

- Evie, eu...

- Por que não vai embora daqui, sua enxerida? - ela berra, enquanto tenta controlar o choro. - Vá embora daqui e não volte nunca mais!

Eu me encolho, atingida pelas suas palavras.

- Certo, é isso o que eu vou fazer - prometo, saindo do quarto enquanto a ouço fungar atrás de mim.

- Eu quero meu cereal - Evie bufa, empurrando o prato com a carne assada preparada por Judith. 

Eu olho para a governanta, que se volta para mim com um suspiro derrotado.

- É sempre assim, acostume-se, Chloe. Evie raramente come um prato de comida.

- Ela prefere os seus cereais - Judith sorri, afagando o cabelo da menina e colocando, a seguir, um prato repleto de sucrilhos diante dela. Com certeza, eles já estavam preparados, eu noto com o que parece ser o princípio de uma enxaqueca. - Mesmo eu preparando a comida com tanto amor e carinho.

Eu me viro para Evie, do outro lado da mesa, pela primeira vez encarando-a depois da nossa discussão lá em cima. 

- Ah, então parece que você não foi embora - a menina sorri, debochadamente.

- Bem, olha só, parece que não - eu respondo no mesmo tom. - E, adivinha só, você hoje vai comer sua comida.

Ela inclina a cabeça para o lado, me fulminando com seus pequenos olhos irritados.

- Não vou mesmo - replica, cerrando os lábios até ficarem brancos. - Essa comida é horrível.

Eu mordo a língua para não dizer algo terrível do qual eu venha a me arrepender mais tarde, mas tenho certeza que a minha expressão já revela tudo o que eu penso e até mais. Estou exausta, furiosa e apavorada com a possibilidade de que uma quadrilha esteja cercando a casa. Eu estou no meu limite. E se estivesse no lugar de Evie ou de qualquer outra pessoa, eu não mexeria comigo agora.

- Essa comida é ótima - eu digo em tom baixo e ameaçador, não ignorando o olhar de alerta que recebo de Abigail, à cabeceira da mesa. Ótimo. Respiro fundo. Não vou deixar que Evie Lancaster, uma pirralha metida e mimada de nove anos, me tire a razão. - Judith fez esse prato com todo carinho, então coma tudinho, meu amor.

Evie  abre um sorriso atrevido que faz o meu sangue congelar nas veias. Eu prendo a respiração, aguardando pela sua retaliação. Porque sim, eu sei que haverá uma.

- Se você acha essa comida tão gostosa assim, porque não fica com ela todinha para você? - ela diz e eu assisto, horrorizada, enquanto pega a carne entre os dedos e atira com precisão na minha direção.

Abigail se engasga com a comida. Judith, ainda de pé, assiste a tudo como se visse um filme de suspense na tv, boca escancarada e os olhos saltando das órbitas.

- Díos mio, madre santa! - ela exclama, fazendo o sinal da cruz. - Agora essas duas se matam.

Ai. Meu. Deus. Eu encaro, boquiaberta, a comida espatifada no meu peito. Molho de tomate escorre pela minha blusa preta favorita do The Clash. Uma quentura se espalha pelo meu rosto. Atinge minhas bochechas, desce pelo pescoço. Eu sinto minha pele comichar e o sangue fervilhar, tudo ao mesmo tempo.

A risadinha de Evie é o único som que se ouve na cozinha agora, um som baixo e desagradável, mas até ele se cala quando Max Lancaster chega. Em seu rosto há uma expressão que faria medo até mesmo ao capeta.

- Eu posso saber o que está acontecendo na minha casa?!

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