YANKA
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Coisas boas estavam acontecendo comigo, e eu não iria deixar as atitudes do Rodrigo atrapalhar isso.
Eu teria que ser fria e calculista, isso se eu quisesse mostrar pra ele que eu não era mais a Yanka de três meses atrás, embora o fato de eu ceder pra ele logo no primeiro dia da minha volta, tenha passado pra ele essa impressão.
Tudo bem que não deu tempo de mudar nada, mas eu não podia dar esse poder todo pra ele, não novamente.
Levantei da cama, desejando ser a mesma Yanka segura de si, que fui antes do Rodrigo me transformar no brinquedo sexual dele.
Escovei os dentes, coloquei uma roupa e desci, pra tomar café da manhã com a Laura e meu pai.
Desejei bom dia a eles e me servi.
Conversamos sobre o meu novo apartamento, e sobre o carro que ainda precisávamos comprar.
— Mudando de assunto, eu gostaria de fazer o almoço hoje, se vocês não se importarem.
Laura: É claro Yanka, a cozinha é sua. O que você tem em mente?
— Estava pensando em fazer uma lasanha, purê, arroz e legumes. Algo simples, mas sei que faço bem feito.
Pai: Isso é verdade, a lasanha dela é a melhor.
Laura: Então combinado, vou ligar pra Isabel e desmarcar com ela, pois assim que acordei eu a avisei pra vir.
— Pelo amor de Deus, é só hoje, eu não vou tomar o trabalho dela.
Falei rindo e eles me acompanharam.
Meu pai e a Laura se retiraram da cozinha, e eu comecei a separar os ingredientes pra fazer a lasanha, o arroz e o purê.
Durante os meses que passei distante, cozinhar serviu de terapia pra mim, eu sempre pensava na vida com mais clareza misturando os ingredientes, era como se a culinária me ensinasse a colocar cada coisa no seu devido lugar.
Eu precisava deixar a minha vida organizada novamente.
Passei a manhã inteira preparando tudo, depois que terminei, coloquei tudo na mesa, fiz um suco e guardei na geladeira e fui tomar banho pra me preparar pro almoço.
A medida que o tempo ia passando, eu ficava mais nervosa, era essa a sensação que o Rodrigo sempre provocava em mim.
Depois do banho, escolhi um mini vestido lilás, com um decote absurdamente exposto, que com certeza deixaria o Rodrigo de pau duro, ele precisava entender que eu podia fazer com ele o que eu quisesse, e que por mais que ele pensasse que estava no controle, ele não estava.
Depois do que ele me fez sentir, me tratando como uma qualquer, ele iria ver o bicho que ele fez nascer em mim novamente.
Eu estava quieta, agora não mais.

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