Não que eu tivesse alguma intenção com o Matheus, apesar dele ser muito gato, a gente nem se conhecia direito, mas a minha preocupação era por conta do ciúmes do Rodrigo, que achava que ninguém podia se aproximar de mim.
— Eu vou indo gente, volto daqui a pouco com a minha prancha nova.
Eles voltaram a rir, eu dei as costas e saí.
Decidi ir caminhando até o estabelecimento pra ir pensando no que eu iria fazer pra impedir que o Rodrigo atrapalhasse mais ainda a minha vida.
Infelizmente eu nutria um sentimento por ele que eu tinha medo de admitir que era amor.
Um amor não correspondido, pois embora ele sentisse desejo por mim e fizesse questão de demonstrar isso, eu não podia dizer que ele me amava, pois alguém que ama, nunca faria o que ele andava fazendo comigo.
Tirei o celular do bolso e olhei no GPS e vi que eu já estava a uma esquina antes do local.
Assim que cheguei, vi que havia uma prancha enorme da fachada, e tinha alguns manequins com roupas de surf.
A loja era completa, e tinha de tudo relacionado ao surf, e as pranchas eram absurdamente lindas.
Logo um rapaz foi me atender, mas a minha atenção foi imediatamente pro Matheus que estava saindo de uma salinha no fundo da loja.
Assim que ele me viu, ele abriu um sorriso e caminhou em minha direção.
Matheus: Pode deixar Gabriel, eu atendo a moça. Ele disse ao rapaz que foi me atender.
— O que você faz aqui?
Veio comprar algo pra sua prancha?
Perguntei.
Matheus: Na verdade, essa loja é minha.
— Jura? E como você arranja tempo pra administrar isso aqui e ainda surfar?
Perguntei surpresa.
Matheus: Eu tenho ajuda, os meus funcionários são todos surfistas, e a gente reversa, isso faz as coisas funcionarem por aqui.
Eu olhei ao redor, e além do rapaz, havia mais um homem e duas mulheres, que aparentavam ter a minha mesma idade.
Matheus: Mas então? No que eu posso te ajudar?
— Bom, você falou que iria me ensinar a surfar, então eu preciso de uma prancha.


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