Ele deu a volta na mesa dele e caminhou até mim.
Pai: Filho, quanto tempo, que bom ver você aqui.
Eu fiquei em silêncio, analisando ele, que estava com os cabelos grisalhos, mas continuava muito bonito.
— Oi pai...
Ele me abraçou forte, e eu senti o quanto ele estava com saudades, e eu o abracei de volta pois embora eu tentasse não demonstrar, o abraço dele me fez muito bem.
Pai: Venha, sente-se e me conte o que trouxe você aqui?
Eu sentei enquanto ele nos servia um drinks.
— Eu vim aqui conversar com você, mas pretendo voltar pra Fortaleza hoje mesmo.
Ele sentou e ficou em silêncio enquanto eu falava.
— Primeiramente gostaria de saber o que levou você a trair a minha mãe.
Ele ficou um tempo em silêncio, como se estivesse pensando no que deveria me falar.
Pai: Eu não me sentia o suficiente pra ela.
— Mas você sempre teve mais grana do que ela.
Pai: Não se tratava de poder aquisitivo, mas de não se sentir amado o suficiente.
— Você está falando que a culpa foi dela?
Pai: Não, a culpa foi toda minha, pois eu deveria ter me separado dela antes de fazer tudo o que fiz.
A verdade é que quando conheci sua mãe, ela ainda sofria por um ex namorado dela.
Nós fomos felizes Rodrigo, acredite, eu amei muito a sua mãe e sei que ela também me amou, mas ela sempre teve esse amor de juventude no coração dela.
Rapidamente a minha mente me levou até o Pyter.
— Então você já sabia sobre o Pyter antes de mim?
Tem coisas que não cabem aos filhos saberem, mas se você está me perguntando, deve haver um motivo.
Eu respirei fundo antes de iniciar a conversa mais difícil que tive em toda a minha vida, e em nenhum momento o meu pai me olhou com acusação, ele apenas escutou tudo com bastante atenção.
Pai: Meu filho, eu sei que eu não sou a melhor pessoa pra aconselhar você, mas antes de tudo, você precisa saber se alguma delas quer o mesmo que você, se elas amam você do jeito que você diz amá-las, pois se elas não sentirem nada por você, não é certo obrigá-las a estarem do seu lado.
Amor não é obrigação Rodrigo, as pessoas precisam querer ficar.
— Eu não consigo aceitar e nem se quer imaginar elas com alguém pai.
Pai: Você vai ter que aprender a conviver com isso Rodrigo, pois a pior coisa da vida é estar em um relacionamento sem reciprocidade.
— Como você esqueceu a minha mãe? O que você fez?
Pai: Eu sumi, deixei tudo nas mãos dos meus sócios, e fui me curar sozinho pra não precisar machucar mais ninguém.
— Como assim? Você machucou outra mulher além da minha mãe?
Pai: Sim, a melhor amiga dela, ela não era só um simples caso, ela era a calmaria em dias de guerra, e outras vezes ela era a própria guerra.

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