Eu não iria ficar correndo atrás do Rodrigo, esperando ele ter um pingo de consideração por mim.
O que custava ele ter me avisado que iria sair? Que estaria ocupado? Eu teria entendido e não teria ligado pra ele.
As vezes eu achava que o nosso namoro estava por um fio.
Que o fato de nunca termos brigado assim antes, não fortaleceu o nosso relacionamento ao ponto de sobrevivermos a qualquer coisa.
A gente nunca precisou se preocupar com mulheres ou homens, pois tínhamos a segurança do trabalho e dos estudos.
Como se o fato de não termos tempo pra fazermos esse tipo de coisa, colocassem a gente em uma posição confortável e confiável.
Mas eu estava sentido a gente mais distante do que o costume.
A gente não ia mais a praia, e nos finais de semana não estávamos mais juntos.
Ele também nem estava mais indo surfar.
Tudo bem que eu odiava que ele fosse sem mim, mas era algo que ele gostava muito e que eu não o via mais fazer.
Durante as últimas semanas, tudo estava resumido a brigas e desentendimentos, e eu não ficaria em um relacionamento assim.
Eu o amava.
Mas amava o Rodrigo carinhoso e companheiro, que dividia coisas importantes da vida dele comigo.
Não um Rodrigo, frio, grosso, e sem consideração por nossa história.
Definitivamente eu não iria mais insistir nisso.
Se fosse pra ser daquela forma seria melhor terminar, antes que a gente se machucasse mais ainda, ao ponto de não conseguirmos ser nem amigos.
Resolvi tomar um banho, me arrumar e procurá-lo, a gente precisava conversar, e decidir juntos o que seria de nós dois.
Antes de sair, fui até o quarto dos meus pais que estavam dormindo.
Caminhei até o meu pai com todo o cuidado pra não acordar minha mãe.
— Papai? O chamei quase cochichando, e ele abriu os olhos.
Pai: Algum problema filha?
— Eu vou lá no Rodrigo tá bom? Volto mais tarde.
Pai: Tudo bem filha, não vamos fugir daqui.
Falou dando um largo sorriso.
— Te amo. Falei dando um beijo no rosto dele.
Pai: Também te amo, cuidado com o trânsito.
Assim que abri a porta do meu apartamento, eu dei de cara com o Rodrigo.
— Tá certo, mas vou logo avisando que eu estou bastante arritada com você e não estou afim de me irritar mais ainda.
Rudrigo: Não vai, te garanto. Vamos?
Ele segurou minha mão com tanta firmeza, que na hora eu me dei conta do quanto o toque dele me fazia falta.
Fomos caminhando até o elevador em silêncio, descemos em silêncio, e isso foi estranho.
Parecia que a gente estava evitando falar um com o outro com medo de brigar.
Quando entramos no carro dele, o olhei e ele me olhou de volta.
— Eu estou sentindo tanta saudades de você.
Rodrigo: Eu estou aqui Mel.
— Não. Você não está. O cara que eu amo não é esse.
Rodrigo: Por favor, não vamos brigar, eu te prometo que depois de eu te levar nesse lugar, teremos a conversa que você quiser, tudo bem?
— Você promete?
Rodrigo: Prometo.
E assim, fomos em direção a esse local tão misterioso.

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