RODRIGO
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Já estava virando costume acordar com a cabeça doendo, desde que me apaixonei pela Yanka, ficou frequente.
"Hoje é a porra do almoço com o filho da puta do namorado da Yanka, eu não acredito que ela vai ter coragem de fazer isso"... Pensei.
Coloquei uma roupa e desci na intenção de encontrá-la, mas quando cheguei na cozinha, só encontrei a minha mãe e o Pyter, já sentados pra tomar café da manhã.
Fingi que tinha esquecido de pegar algo e voltei, com a intenção de ir no quarto da Yanka, mas a encontrei já descendo as escadas.
Eu sabia que a minha mãe e o Pyter estavam ocupados tomando café, então eu não vi problema em abordá-la ali mesmo.
Eu queria convencê-la a desistir daquela loucura, mas ela estava irredutível, e ainda mandou eu parar de me sentir dono dela.
Eu não tive tempo de responder, ela saiu andando rápido, evitando que eu a pegasse pelo braço, como venho feito todos esses dias.
Fui pro meu quarto, tentando não explodir.
Os meus nervos estavam a flor da pele, quando finalmente me senti mais calmo, eu desci pra me juntar a ela e aos nossos pais no café da manhã.
Tentei ignorar os olhares da minha mãe em minha direção.
Ela estava super chateada comigo, pelas coisas que aconteceram com a Melissa e que eu escondi dela.
O Pyter continuava sendo gentil, o que me deixou aliviado.
Percebi que a Yanka praticamente engoliu a comida, ela parecia querer sair de perto de mim o quanto antes.
Logo depois ela se levantou e saiu, me deixando sozinho com o Pyter e minha mãe.
Mãe: Eu espero que você não tenha convidado a Melissa, Rodrigo.
— É claro que não, mãe.
Pyter: Meu amor, vamos deixar esse assunto pra lá.
Laura: Nem tudo da pra ser ignorado Pyter, eu e o Rodrigo nunca fomos de esconder nada um do outro, e agora eu fico sabendo das coisas pela boca de qualquer pessoa, menos da boca dele.
Fiquei irritado, me levantei e fui pro meu quarto.
Eu poderia sair quebrando tudo dentro de casa, mas eu estava tentando trabalhar o meu auto controle.
Eu precisava desabafar com alguém, e fazia tempo que eu não tinha uma conversa com o Demétrio.
Peguei a caixa do celular novo, coloquei o meu chip dentro e liguei.
Demétrio: Já bateu a saudade?
— Vai se foder, maluco.
Demétrio: Já vi que tá com problemas. Quer que eu vá aí?
— Não precisa, eu só liguei pra desabafar mesmo, precisando do conselho de alguém normal.
Demétrio: Velho, pra você me chamar de normal, você só pode estar maluco mesmo. Mas diz aí, o que tá pegando?
— Eu fiz a pior burrice da minha vida quando pedi a Melissa em noivado.
Demétrio: Porquê você está falando isso cara?
— Porque eu noivei com ela pra dar um castigo na Yanka, mas eu tô apaixonada por essa ninfeta do cão Demétrio, eu estou completamente fodido da cabeça, e pra piorar ela arranjou um namorado e vai trazer ele aqui hoje pra almoçar.
Demétrio: Puta que pariu Rodrigo, como você foi deixar isso chegar a esse ponto cara? E agora, como você vai resolver essa parada?
— Não sei mano, eu comi a Yanka ontem, e estava decidido a largar tudo por ela. Eu terminaria com a Melissa se a Yanka quisesse, mas ela não me quer, ela disse que eu não sou homem pra ela.
Minha mãe e o Pyter já tinha voltado, quando escutamos o som da campanhia, e minha mãe foi atender.
Quando eu vi aquele cara entrando na minha casa, eu senti o meu sangue ferver.
Fiquei em pé olhando pra ele.
Tinha cara e jeito de mauricinho, cheio da grana.
O Pyter foi logo apertando a mão dele, e minha mãe ficou cheia de sorrisos e simpatia.
Quando a Yanka desceu, eu tentei ao máximo não voar em cima do cara, ele não só a elogiou, como a beijou na minha frente e eu não pude fazer nada.
Minha mãe disse que eles combinavam um com o outro e eu não consegui segurar a língua dentro da boca.
Falei que era cedo demais pra fazer aquele tipo de afirmação.
O que me deixou mais puto da vida foi o fato dele me responder, e ainda insinuar que ainda tinha mais coisas pra mostrar pra Yanka, dando um duplo sentido na frase.
Eu poderia esmurrar ele, ali mesmo na frente de todo mundo, a sorte dele foi que a Yanka o carregou logo pra cozinha.
Sentei bem de frente pra eles, pra que a Yanka pudesse ver o quanto eu estava com raiva.
"Ela me encarou de volta, sem transparecer medo.
Mas eu queria que ela sentisse medo de mim? Que tipo de imbecil eu sou?"... Pensei.
O Pyter foi logo tirando brincadeiras com o idiota do Diego, perguntando como ele havia caído na lábia da Yanka.
Mas uma vez não consegui me controlar.
Eu queria deixar claro que sabia exatamente qual era o tipo dele, que se aproveita da inocência das mulheres, era ela que tinha caído na lábia dele.
Mas ele me respondeu com ironia, o que me deixou intrigado.

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