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A LUNA HUMANA VENDIDA AO ALFA SUPREMO romance Capítulo 50

POV: AIRYS

Meus olhos encontraram os de Daimon. Ele se inclinou para frente, me avaliando, o cenho franzido, atento.

— Por que você está fazendo isso comigo? — Minha voz era um sussurro trêmulo.

Foi o Beta quem respondeu.

— A testemunha possui cicatrizes em suas costas, marcas profundas. — Ele se adiantou, apresentando imagens. Fotos que eu não fazia ideia de quando ou como haviam sido tiradas. — Também temos filmagens das ações dos prisioneiros.

Minha visão escureceu por um instante. O julgamento não dependia mais de mim.

A verdade já havia sido selada.

Um telão desceu no centro do salão, e a imagem projetada congelou meu sangue. Meu próprio rosto tomado pelo desespero, olhos inchados de tanto chorar, a pele marcada pela brutalidade. A voz trêmula e quebrada soou, implorando, suplicando por um fim:

— Papai, por favor, não faça isso de novo… — Minha voz era um sussurro afogado pelo pavor. — Por favor, eu não aguento mais.

Um estalo seco reverberou no vídeo. Meu rosto foi jogado para o lado com a força do tapa. A mão dele agarrou meu maxilar com brutalidade, obrigando-me a encarar seus olhos frios.

— Cala a boca. — O tom dele era carregado de desprezo. — Eu me recuso a ter uma filha sem lobo como você. Prefiro sua morte.

O grito rasgou minha garganta quando Malik, atrás de mim, cravou as presas em minha carne. A dor me fez arfar, meu corpo estremeceu, e meus olhos cintilaram em um amarelado fraco, selvagem, que não sustentou, regredindo ao fracasso.

O vídeo acelerou, cenas em sequência. Meu corpo amarrado, pele ferida, lábios ressecados, olhos vidrados pela fome e pela sede. Dias se arrastando, minha existência reduzida a dor, sangue e espera pela morte.

— Basta. — Rugiu o Alfa imponente carregado de algo perigoso. O vídeo se interrompeu imediatamente.

O ancião ergueu-se, a sentença implacável:

— Por desafiarem as leis Lupinas, torturarem e forçarem uma humana a passar por mutações sem seu consentimento, este conselho declara os prisioneiros culpados. — Seu tom não carregava emoção. — Sob pena de morte.

O desespero explodiu no salão.

— Airys, por favor, nos perdoe! — Malik se atirou para frente, agarrando minha perna, a mão subindo de forma invasiva, apertando minha pele. Meus músculos se retesaram, o nojo e o medo misturados em minha garganta. — Por favor, eu faço qualquer coisa! Eu posso te amar, eu posso ser o marido que você sempre sonhou!

Meu pai tentou gritar algo, mas o som morreu em sua garganta.

Daimon se moveu.

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