POV: AIRYS
Sem pensar, minha mão se ergueu e estalou contra o rosto dele. O som do tapa reverberou no silêncio da caverna. Sua pele ficou avermelhada no mesmo instante. Ele levou os dedos até a marca, seus olhos semicerrando.
O rosnado que veio depois fez meu corpo estremecer. As garras dele cravaram na lateral do meu quadril, e um gemido escapou dos meus lábios. A dor misturada à adrenalina me fez agir no impulso.
Me inclinei e o beijei.
Seu corpo travou no mesmo instante. Por um segundo, ele ficou rígido, como se não acreditasse no que eu tinha acabado de fazer. Então, algo mudou. As garras se retraíram, dando lugar a uma pegada firme e dominante. Suas mãos apertaram meu quadril com mais força, e antes que eu pudesse assimilar, fui pressionada ainda mais contra a rocha.
Seu corpo nu roçou contra o meu, quente, forte, bruto. O beijo não foi gentil. Foi voraz, faminto, possessivo.
Daimon não pedia. Ele tomava.
E naquele momento, eu não sabia se o tinha trazido de volta... ou apenas despertado algo ainda mais perigoso.
Suas mãos ásperas subiram por meu corpo molhado, deslizando sobre o tecido encharcado até agarrar meus seios com força. Meus lábios se entreabriram em um arfar involuntário, o calor de seu toque contrastando com a frieza da pedra áspera em minhas costas. O tecido foi puxado sem delicadeza, e seus dedos desceram perigosamente, explorando cada centímetro exposto de minha pele.
Meu instinto reagiu antes que minha mente acompanhasse. Segurei sua mão com força, interrompendo seu avanço. Rompi o beijo, minha respiração entrecortada, o coração descompassado. Mas Daimon não aceitou minha resistência. Ele rosnou, seus olhos ainda brilhando em vermelho intenso, e avançou novamente para me tomar em outro beijo bruto e possessivo.
Minha mão subiu mais uma vez e desceu com força contra seu rosto.
O som seco ecoou pelo espaço rochoso.
Daimon recuou alguns centímetros, piscando, sua cabeça tombando para o lado como se o impacto o tivesse arrancado de um transe. Seus dedos roçaram a marca vermelha em sua pele, e então ele rosnou baixo, a mandíbula trincando com força, quando ergui a mão novamente pronta para descer outro tapa se fosse necessário.
— Pare de me bater! — Sua voz saiu grave em uma ordem, segurando meu pulso no ar e soltando lentamente.
Meus olhos faiscaram, o peito ainda arfando pela adrenalina que pulsava em minhas veias.
— Então pare de tentar me caçar e tentar me devorar! — Rebati, nervosa, a voz carregada de frustração.
O silêncio que se seguiu foi denso, sufocante. Suas narinas dilataram, seus olhos percorreram meu rosto, tentando recuperar algum tipo de controle. Suas mãos deslizaram para o lado do meu corpo, mantendo-me presa contra a pedra, mas sem tocar diretamente minha pele. Era como se precisasse me manter ali, perto, mas ao mesmo tempo estivesse lutando consigo mesmo.
Meu coração martelava tão alto que eu podia ouvi-lo nos meus ouvidos.
Ele fechou os olhos por um segundo, inspirando fundo antes de praguejar algo baixo. O peito dele vibrava em rosnados contidos, os músculos de suas costas e braços tensos, prontos para explodir. Suas mãos se fecharam em punhos ao lado do meu corpo.

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