POV: DAIMON
“Esse cheiro... Essas emoções...” Fenrir ergueu as orelhas em minha mente, tenso, sentindo o mesmo impacto que eu.
As emoções da pequena humana se misturavam às minhas, presas em minha entranha, tão bem enraizadas que eu podia sentir a intensidade do que ela carregava naquele momento: rejeição, mágoa, tristeza, medo, receio, abandono... desejo e desespero.
Tantas emoções comprimidas dentro de um único ser. Como era possível?
Meu peito apertou, algo incômodo formou um nó em minha garganta. Meu estômago revirou, um frio subiu por minha espinha. Era estranho. Eu não deveria sentir isso. Não assim.
“É estranho sentir isso.” Fenrir rosnou, angustiado. “Você sente, Alfa. Sente como ela está por dentro? Machucada.”
Ela sangrava por dentro, e cada gota emocional dela respingava em mim com força absurda.
Como ela podia sentir tanto de uma vez só?
Antes que Airys se afastasse, não pensei. Apenas reagi.
A puxei de volta para os meus braços, mantendo-a ali, segura. O calor de seu corpo contra o meu me afetou de uma forma inexplicável. Sua respiração acelerada roçava minha pele, o tremor sutil de seus ombros denunciava sua vulnerabilidade. Eu queria... Não. Eu precisava silenciar o caos dentro dela. Precisava fazer cessar aquele turbilhão de emoções tempestuosos que a Deusa parecia fazer questão de nos fazer sentir, sentir cada partícula desta pequena humana intrigante.
Preferia mil batalhas a lidar com aquilo.
“Não sabemos lidar.” Fenrir bufou, agitado, incomodado com algo que não conseguia nomear.
Não, não sabíamos lidar porque boa parte das nossas emoções haviam sido arrancadas de nós.

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