CAPÍTULO 190
Débora Andrade
Muitas coisas começaram a passar pela minha cabeça, inúmeras hipóteses, era como se Leonardo já estivesse ali. Comecei a olhar para todos os lados, fui até a janela, mas para meu alívio, Luigi entrou.
— Está tudo bem? — Mal me olhou e parecia saber que algo estava errado. — A minha mãe não te falou mais nada, né?
— Foi você quem comprou essas coisas? — perguntei apavorada, apontando para a cama.
— Sim, não gostou? Pensei que gostasse de vermelho... — ergueu o vestido, mas a minha cabeça não estava boa.
— Não é isso, é que Leonardo me ligou, disse que está perto, me mandou voltar pra casa, ele vai aparecer, Luigi. Leonardo não brinca com essas coisas, eu...
— Calma, vou avisar meu novo chefe de segurança, Leonardo não virá, e se aparecer, estarei pronto o esperando! — segurou nos meus ombros, tentando me acalmar — Venha, vou te ajudar a se vestir, fique tranquila...
— Estou com medo, Luigi...
— Eu estou aqui, fique tranquila! — respirei fundo.
Ele me ajudou a me vestir, porém a minha mente não parava de pensar, conheço muito bem aquele homem, virá atrás de mim. Todos os cantos que eu olhava, tinha a impressão de ver aquele nojento.
— Pronto, está linda! Quer secar os cabelos?
— Não, pode deixar, é melhor irmos para a sala.
— Certo.
Quando saímos, olhei por uma última vez para a cama, porque Leonardo falou de um presente, e fiquei intrigada com a caixinha, então quando estávamos na porta, voltei para verificar.
Era um lacinho da Polly, a minha gatinha que ganhei do Luigi.
— O que significa isso? — procurei pelo quarto e não vi a minha gata.
— Uma ameaça! — Luigi respondeu, soltei o laço e saímos apressados, a encontrando escondida atrás de um armário do outro quarto.
— Vou levá-la na sala! — vi que Luigi pegou o celular e começou a fazer ligações... seguranças e mais alguém importante, me agarrei na Polly e o esperei, até que fossemos juntos.
A sala estava bem arrumada, a mesa de jantar nunca esteve tão bonita e com tanta comida chique. A mãe dele estava num belo vestido dourado, e muito bem arrumada, não sei como conseguiram convidar pessoas tão rapidamente, e organizar uma festa como essa, mas logo depois reparei que os convidados começaram a chegar, e eu ainda olhava para todos os lados, com receio.
Eu não conhecia a maioria, mas fiquei feliz em ver que Salvatore veio com a Maria.
— Que bom que conseguiram vir! — falei ao cumprimentá-los.
“Estranho, Luigi o chamar...“
— Estávamos viajando, mas demos sorte do Luigi ligar e estarmos pra cá. Maria passou mal, a trouxe num médico daqui que já conhecemos.
— Mas agora está tudo bem? — vi que ele olhou pra ela e ela sorriu.
— Não conte a ninguém ainda, mas Maria está... grávida. — falou baixinho e me tirou um sorriso. — Estamos com medo, será uma gravidez delicada, correremos riscos, mas...
— Ah que legal! Vai dar certo, sim! Está de quanto tempo?
— Algumas semanas. — respondeu Maria envergonhada.
Fiquei um pouco com eles, e agora entendo as coisas, ela foi feita pra ele, Salvatore nunca me olhou assim, mas acho bom... prefiro mil vezes o jeito louco do Luigi.
Fiquei um pouco apreensiva com pessoas estranhas na casa, embora a Fabi tenha vindo com o Don, não vi a Rebeca nem a Laura, “acho que não chamou Laura.“
As entradas e bebidas começaram a ser servidas, e de repente o meu medo se tornou real, vi Leonardo entrando na sala, como se tivesse vindo da cozinha, se já estivesse lá dentro.
Estava muito bem vestido. Embora não seja um homem novo, está em muita boa forma pra quem tem quarenta e sete anos.
Porém o seu rosto me faz tremer, principalmente ao entender o seu semblante, e olhando para Luigi, vendo tamanha semelhança, principalmente na área dos olhos.
A música ambiente que tocava foi desligada, e agora todos olhavam pra ele, e meu corpo tremia por inteiro.

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