Entrar Via

A Redenção do Ogro romance Capítulo 15

Camila Coelho

Eu suspiro terminando de escovar meu cabelo. Já faz vinte minutos que estou aqui e até agora ele não subiu. Já tomei banho para retirar o cloro do corpo, e nada…

Provavelmente hoje vou dormir na gaiola.

Ele ficou muito irritado por eu ter escondido o interesse do Daniel.

Eu só escondi, porque achei que ele não fosse notar.

Eu já tinha tudo armado na minha cabeça. Quando percebesse que sua atenção estava sendo demais, eu ia chamar a atenção dele. E se caso não adiantasse nada, eu falaria com o mestre.

Porém, ele pescou a coisa no ar.

Desde que cheguei por aqui, eu tenho notado os olhares de Daniel. As gentilezas vão muito além do que é seu trabalho. Numa das vezes em que fui no meu apartamento arrumar minhas coisas, ele comprou um lanche pra mim e eu não pedi nada. Fiquei sem graça de não aceitar, mas percebi que neste dia ele estava puxando muita conversa, para quem só estava fazendo minha segurança. Eu sabia que estava sendo demais, porque tinha certeza que nunca Bernardo permitiria essas gentilezas.

Eu não tenho culpa nenhuma nisso, eu não alimentei nada... Mas eu sei que vou ser castigada por não ter contado nada para ele.

Não queria que ninguém perdesse o emprego por causa de mim. Afinal, eu sei o que é precisar de dinheiro para viver.

Ponho a escova na penteadeira e escolho um vestido larguinho para vestir.

Ele deixou bem claro, que me queria vestida, então eu devo fazer o que ele pediu.

Nesses últimos meses o contrato tem sido vantajoso para mim. Eu reencontrei meu equilíbrio. Com os jogos frequentes, já não me sinto no meu limite. Até os pesadelos melhoraram. Eu sempre consigo contornar eles, o que não acontece quando estou em crise.

O que eu não estou conseguindo lidar é com a atenção duplicada dele sobre mim. Ele é controlador, e isso faz com que sempre esteja ao meu redor, olhando, me observando. E como observa…

Os carinhos depois dos jogos tbm estão me tirando do eixo. Eu preciso manter um espaço, para não me envolver com este homem.

Homens são egoístas. Nenhum deles presta! E a vida já me ensinou isso muito bem. Eu só estou aqui, pq ele precisa de mim... No dia que não quiser mais, ele rescindirá o contrato, não importando se estou envolvida ou não. É só ele enjoar ou eu deixar de cumprir alguma regra. Então eu tenho sempre que me manter no controle. Não está nos meus planos me apaixonar.

Só que Bernardo é apaixonante!!!

Suas duas regras são cumpridas às riscas. E ele definitivamente, é um alívio para minha alma cansada das adversidades da vida. Eu não preciso me preocupar com nada. Ele sempre compreende minhas necessidades antes de mim mesmo.

Escuto a porta do quarto se abrir e logo ele aparece em minha frente com o cabelo já seco e vestindo um robe, com aquele semblante sério que eu odeio ver.

Eu também já conheço ele bem. Sempre quando ele está assim, é quando está contrariado e irritado.

Bernardo é o sol ... A luz mora dentro dele. Ele é sorridente, falante, uma pessoa que todos gostam de ter por perto. É irritante também, às vezes parece um moleque implicante, às vezes um velho ranzinza e às vezes, um homem sábio.

O melhor de tudo. Ele é sincero!!! E essa qualidade me quebra, porque a minha vida sempre foi uma mentira completa.

Eu odeio quando ele fica assim!

Chego a ficar com dor no coração.

-Camila te quero na cama, de quatro agora.

Abandono o vestido que ia pôr, e vou até a cama ficando de quatro.

Ele para atrás de mim e diz.

-Sabe porque está sendo castigada Camila?

-Por ter escondido o interesse do Daniel por mim.

-Levará vinte palmadas Camila. E dê graças a Deus que não é um cinto na minha mão. Porque o tamanho da raiva que eu estou se fosse um cinto, eu ia te machucar.

Eu suspiro.

-Sim mestre!

-Quantas vezes já te disse que eu não quero que esconda as coisas de mim?

-Muitas mestre! Mas eu não queria prejudicar o rapaz.

Ele suspira, vejo ele se encaminhando até a minha frente e se abaixa me olhando.

-Eu que decido se ele deve ser prejudicado por desrespeitar minha submissa ou não. Eu decido tudo sobre você, Camila. Nunca se esqueça disso.

-Sim mestre, não me esquecerei.

Ele sai da minha frente e sinto uma de suas mãos na minha cintura. Sinto o calor de seu corpo, quando vem a primeira palmada. Ardida e quente.

Sinto a adrenalina tomando conta de mim...

-Conte Camila. E você não tem permissão de gozar.

Ele me conhece. A dor para mim funciona como um afrodisíaco. Eu fico quente depois de uma certa dose, e muitas vezes gozo apenas com a estimulação dela no meu organismo. Não gozar levando palmada na minha bunda, é a mesma coisa de dizer para um baunilha que ele não deve gozar recebendo sexo oral.

-Sim mestre. Um…

Ele dá outro tapa na outra banda.

Eu suspiro.

-Dois.

A terceira vem bem no meio da minha bunda. Pegando a boceta no embalo. Eu gemo, e meu corpo todo treme. Suspiro.

-Três…

E mais uma...

-Quatro…

E assim, foram vinte palmadas. Ele se empolgando cada vez mais em cada uma delas. E eu com os meu dedos amassando os lençóis com força, fazendo com que meus dedos fiquem brancos. Meu maxilar e corpo rígido. Meus pés com os dedos tortos. Usando toda a minha concentração para não gozar.

Verify captcha to read the content.VERIFYCAPTCHA_LABEL

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: A Redenção do Ogro