A Redenção do Ogro romance Capítulo 18

18 /101

Camila Coelho -alguns dias depois

Estou na mesa já tomando meu café duplo. Eu não consigo começar o dia sem ele.

É um vício que eu mantenho. Se acontecer algo e eu não tomar meu pretinho, eu não começo bem o dia.

Hoje não tenho aula de dança. Eu vou aproveitar para arrumar minhas coisas, já que o final de semana foi agitado.

Bernardo estava inspirado! E quando não está? Mas saber que seu segurança estava sobrevoando a sua gaiola, como ele mesmo disse, despertou uma adrenalina. Então ele ficou o final de semana inteiro tentando provar para si mesmo, que eu era dele.

Como sei disso? Já tenho bastante experiência na vida com dominadores possessivos para entender como funciona a cabeça de um. Ninguém ralha na sua propriedade, se ele não autorizar. Daniel não foi autorizado... então... Se ele pudesse, ela fazia xixi em mim…

Leila já está na cozinha concentrada em seus afazeres. Ela é uma senhora muito tranquila e carinhosa. Está sempre disposta a nos ajudar.

Escuto barulho na escada e vejo ele descendo com rapidez. Deixei ele se arrumando no quarto para ir a academia. Ele sempre leva a roupa de trabalho e se arruma lá.

Quando vou, eu volto para casa com o segurança.

-Bom dia meninas ... -eu e Leila respondemos bom dia.

Não importa como Bernardo está vestido, ele sempre exala masculinidade e sexualidade. Escolheu para academia hoje uma camiseta branca e um short preto. Ele põe a bolsa em cima do sofá e se senta na mesa. A primeira coisa que ele faz, é dar uma mordida na minha torrada e roubar minha xícara de café.

Eu bufo e reviro os olhos... É sempre assim…

Eu nem esquento por causa da torrada, mas eu fico puta quando ele rouba o meu café só para me irritar. Afinal, café é sagrado!

Tá bom, tá bom .. eu esquento com a comida também, mais o café... Principalmente o meu... Não mexa com o meu café, se você não pode lidar com o meu mau humor de manhã.

Vou voltar a tomar café com canela, só para estragar o paladar dele. Eu tinha que gostar de café amargo como ele?

-Mestre... -dou um grito estridente.

-O quê? - ele fala divertido.

-Me devolva meu café... -falo raivosa

-Porque eu faria isso?

-É meu café... Porque não pega uma caneca para o senhor e põe, o jarro está cheio.

- Mais eu quero o seu…

-É o mesmo..

-Não... o seu é mais gostoso! -eu bufo. Vou até a cafeteira e pego uma outra caneca no armário. Encho novamente e volto para a mesa com a caneca. Ele me olha, comendo a minha torrada, de um jeito presepeiro e eu falo…

-Não…

-O quê?

Ele pega a caneca que eu acabei de encher de café e toma um gole, me devolvendo a outra caneca.

Eu bufo!!!

-Mestre... Quando você quer... Você é irritante!!!!

Ele sorri e enfia o dedo no meu ouvido.

-Bom dia, e vê se toma esse balde de café. Quando eu chegar quero ver você calminha.

Vira as costas e sai. Quando chega na porta, ele para e diz.

-Ahhhhh... Sua segurança começa a trabalhar hoje. O nome dela é Fernanda. Espero que vocês se entendam. Quando ela chegar, André vai te apresentar.

Pisca o olho e sai. Leila me olha com um sorriso no rosto e diz.

-Você dois são uma comédia!!!

- Ele é irritante!

-Isso ele é… -E solta uma gargalhada.

E essa tal de Fernanda? Não seria André meu segurança? Eu não creio que ele tenha contratado uma segurança mulher, para me vigiar.

Que homem louco!

**************

-Oi Senhora Camila, quero te apresentar sua nova segurança. Fernanda está é a Senhorita Camila.

Fecho meu bloco de desenho e me levanto do sofá indo em direção aos dois.

-Prazer Senhora. -ela diz me estendendo a mão.

-Pode me chamar de Camila. Não deu muito certo com os meninos, mas com você, eu tenho certeza que vai ser diferente.

-Claro!

Já que ela é mulher, e a única segurança feminina do grupo... Pelo menos eu imagino que seja... Ela sabe bem o quanto a lealdade feminina é importante! Então eu pretendo não só ter uma segurança, mas uma amiga.

-André, pode nos deixar a sós?

-Sim Senhora!

Fernanda é de origem asiática e bem mais alta que eu. Cabelos lisos presos num coque. Está usando um terninho preto de calça e uma blusa branca de botões por baixo. Ela sorri para mim, esperando o André sair.