Camila Coelho
Estou terminando o último desenho da minha coleção que provavelmente vou demorar a lançar.
Suspiro, guardando os lápis de desenho.
Os planos iniciais, era ficar com Bernardo por seis meses, e depois me dedicar à abertura do meu ateliê.
Já está tudo comprado. Pronto para abrir... Só falta cuidar da burocracia e contratar pessoal.
Mas aí, esses meses seis foram tão especiais, que resolvi deixar a loja em espera por mais seis meses.
Nós merecemos mais tempo juntos. E não vai mudar nada eu adiar mais uma vez a abertura.
Ainda preciso contratar as costureiras para confeccionar os vestidos.
E não posso fazer isso esperando com Bernardo. Ele não permite! E isto está bem claro no contrato.
Me levanto da mesa do escritório e me espreguiço. Bernardo deixou eu usar esse cômodo enquanto ele está no trabalho.
Em falar disso já passa das nove, e ele ainda não chegou.
Ele avisou que chegaria tarde, que ia sair com os meninos. Parece que eles finalmente conseguiram tirar o Sílvio da sociedade. Bernardo não estava muito feliz com o jeito que tudo aconteceu, mas no final deu tudo certo.
Dramas familiares e um pouco de ciúme do Arthur. Sorrio... Eu sabia que Duda ia ser sua perdição. O cara estava maluco por ela e nem disfarçava. Enfim, um dos amigos vai sair do status de solteiro.
Aí você deve se perguntar... "Pq acha que só Arthur vai se comprometer? Paulo também está vidrado na Sabrina…
É... Está... Mas Sabrina é mais complicada que Duda. Neste caso, se ela continuar escondendo as coisas do seu dominador, o contrato vai desandar. Mas são escolhas dela... A gente aconselha, porém ela precisa tomar suas próprias decisões.
Dentre os meninos o único que sei que nunca se casará é Bernardo.
Como sei disso? Porque ele não faz questão nenhuma de esconder isso de ninguém. Ele acha que o exemplo que ele teve em casa, o transformou no pior candidato a ser pai do mundo... eu discordo.
Seu senso de justiça o transformaria num pai protetor. Fora que Bernardo é empático, o que já é uma grande qualidade, já que a maioria das pessoas não são.
Ele nunca faria algo que pudesse magoar seu filho.
Já eu... Eu sim não seria uma boa mãe ... Desde cedo aprendi a ser egoísta e me importar comigo mesmo. E isso eu aprendi com a minha mãe.
Eu seria uma péssima mãe... Daquelas que esqueceria de dar comida e banho no filho. Sinto até pânico quando penso nisso…
Talvez por isso eu tenha gostado tanto do Bernardo. Ele me dá tudo que eu preciso sem me cobrar coisas que eu não tenho como dar…
Ele não fica dosando suas atitudes de acordo com o que tenho pra doar.
Viver com ele é muito prático e confortável.
Mas eu torço pelas pessoas.
Quero ver elas felizes e realizadas. Então fico feliz em ver o Arthur se dando bem com a Duda. Rezo para Deus para que ele dê sabedoria para Sabrina e que ela e Paulo dêem certo.
Já Bernardo... Eu quero que ele seja feliz, não importando de qual forma ele alcance esse objetivo.
Ele acha que poderá ser feliz sem uma família. Mas quando ele vê seus irmãos construindo as suas, tenho certeza que ele mudará de ideia.
Às vezes eu acho que ele se sente tão reticente em relação ao irmão porque tem medo de amar a família dele e no final, ter que abrir as mãos dos sobrinhos, por causa de alguma confusão.
Ele tende a se afastar das coisas que ama, para não se decepcionar. Igual a mim...
Entendem porque eu o entendo tão bem? Ele é uma versão masculina minha... Ficamos assim por motivos diferentes, mas no fundo é a mesma história de sempre... Amamos e fomos magoados…
Eu suspiro ouvindo ele me chamar da sala. Olho para o relógio do celular: 10:40. Até que não demoraram muito! Sempre que eles vão para esse bistrô, eles perdem a noção do tempo... E Bernardo sempre chega bêbado!
Guardo minhas coisas na gaveta e vou em direção às escadas. Vejo ele tirar o paletó e jogar no sofá, despencando sentado lá enquanto tira a gravata.
-Boa noite, mestre!
-Porque gostava de passarinho?
Eu enruguei a testa.
-Demorei?
-Cheguei tem uns dois minutos e te chamei duas vezes e você não ouviu…
Reviro os olhos... Seu rosto está vermelho, o que indica que bebeu além da conta.
Bernardo tem tendência a beber BASTANTE!!! Mas é difícil ele perder o controle e ficar bêbado de cair ou tropeçar. Mesmo porque a sua tolerância para bebida é imensa. Mas sempre que algo vai mal na sua cabeça ou ele está estressado, esses excessos acontecem. Ele anda lidando com muita pressão com o pai…
O velho não dá trégua... Fora que o assunto "irmão" é algo que tira ele oficial do sério...E ainda tem os problemas do hospital! Ainda bem que resolveram o lance do Sílvio, isso estava tirando o sono dele.
Chego perto dele e sento em seu colo de frente para ele.
-Sentiu saudade, mestre?
-Vou te castigar passarinho... Demorou dois minutos para chegar aqui embaixo…
Sinto o cheiro de charuto e whisky.
Encheu o pote né, meu bem?
Ela aperta as minhas pernas. Estou usando apenas uma camisa larga e uma calcinha de algodão. Ele permitiu esses trajes, enquanto ele não estava em casa. É confortável! Fora que eu não posso ser a submissa sexy de olho pintado o tempo todo.
Ele segura minha nuca e me leva até a sua boca, me beijando com ternura.
-Vem... Você precisa descansar... -murmuro em sua boca.
-Não... Eu quero te comer... Você está sexy com essa camisa...
Ele levanta a barra e olha para a minha calcinha de algodão. -Não posso dizer o mesmo dessa calcinha…
Eu sorrio. Ele levanta a barra da minha camisa e põe a cabeça embaixo dela, captura o bico do meu seio e morde, fazendo o mesmo com o outro…
-Mestre... -Automaticamente sinto minha calcinha molhar…
-Hummm... Apertei o botão…
Eu rio de novo.
Ele tira a cabeça debaixo da minha camisa e se encosta no sofá me olhando com os olhos semicerrados.
-Vamos subir. -falo me levantando de seu colo e puxando sua mão.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Redenção do Ogro
A história desse livro é muito massa e uma Pena que está postado a história toda...