Camila Coelho
-O quê? -Fernanda me olha aflita.
-Não tenho mais para onde correr. Eu tinha que ter feito esse curso assim que entrei para a empresa do Barreto. Eu não tenho esse certificado e é obrigatório toda segurança ter. Como eu entrei em caráter de emergência, fui deixando pra depois, agora não tem mais jeito. Essa turma nova que entrou vai ter que fazer também, então Barreto me obrigou a ir.
Merda! Se ela ficar uma semana fora, ela vai ter que ser substituída. Eu não quero ninguém da segurança do Bernardo aqui.
E se eu passar mal? Ainda tenho uma consulta de rotina semana que vem. Eles não podem saber disso, se não vão contar para o Bernardo.
Merda! Merda! Merda!
-Eu fico sozinha. Bernardo nem vai saber, ele está viajando.
-Bernardo não vai Cami, mas Barreto vai.
Eu suspiro.
-O quê vou fazer Fernanda? Eu não posso correr o risco de ter um dos seguranças do Bernardo aqui. E se eu passar mal? Tá certo que faz tempo que isso não acontece, mas e se acontecer? Fora a consulta que está marcada pra semana que vem…
-Eu vou ver se consigo adiantar a consulta para amanhã. Já com a segurança, eu tive uma ideia... Só não sei se você vai gostar…
-Fala…
-Não tem o Daniel?
Eu abro a boca e fecho. O ex segurança do Bernardo? Aquele que foi despedido por ele, por causa de mim. Aquele que me viu protagonizando uma cena na sala do Bernardo. Fernanda não pode está me propondo isso?!
-Não Fernanda…
-Escuta... Ele acabou de sair de um serviço. Está de folga... Sei que Bernardo o despediu por causa do ciúme de você. Mas o cara é um ótimo segurança e tem intimidade com você.
-Se o Bernardo descobrir vai ser um inferno, Fernanda. Fora que ele deve ter raiva de mim, porque protagonizei uma cena na frente dele.
-Ele não vai descobrir... Posso fazer o relatório no nome dele e pedir ao Barreto para não contar nada.
-Mas a Vanessa deve ir nesse curso que você vai fazer, não é? Arthur vai saber…
Vanessa é a nova segurança de Duda. Agora ela é acompanhada por dois seguranças em vez de um. Isso é o preço por ser mulher do CEO do grupo Albuquerque.
-Bernardo não é mais seu dominador... Você escolhe os seus seguranças. Lembra? Agora se ele tem raiva de você, eu posso falar com o Barreto, se ele aceitar a missão, é porque não tem.
-Eu sou uma missão?
-Sim, baby... -ela sorri... - e veja pelo lado bom. Vai ser muito mais prazeroso olhar para aquela espécie de homem do que olhar para mim. E ele não vai contar nada se você quiser. Ele e Bernardo cortaram relações. Principalmente porque a última missão dele foi culpa do Bernardo.
Merda! Além de fazer ele ser despedido, ele ainda foi punido com uma missão ruim. Esse homem deve me odiar!
-Que missão foi essa?
-Ele passou seis meses fazendo segurança de um cardeal da igreja católica. Deve ter sido muito chato.
Eu caio na gargalhada, não
consigo me conter. Barreto foi bem criativo na punição. Eu sei bem como são esses padres. Sinto até um calafrio quando lembro do meu passado.
-Não acredito que Barreto fez isso com ele.
-Tinha que fazer, afinal ele deu em cima de sua "missão". Isso não é permitido!!!
-Pqp!!! -Eu caio na gargalhada de novo.-Fernanda esse homem deve me odiar. Deve achar que eu sabia da armadilha do Bernardo. Eu não sabia... Acho melhor não.
-É a melhor opção. Barreto não vai deixar você sem segurança. E como é protegida do Bernardo, vai ser um dos seguranças dele se não escolher.
-É qual vai ser a desculpa que eu vou dar para o Barreto?
-Que Bernardo não é mais seu dominador e que você não quer ninguém bisbilhotando a sua vida. Pronto!
É uma boa ideia. Se eu deixar as coisas bem claras para Daniel. Não vejo mal algum. E ele não vai contar nada que eu não queira.
-Ok! Pode falar com Barreto... -Ela dá um risinho toda serelepe.-Fernanda, não ponha caraminholas na cabeça.
-O quê? Ele é gato... Vai te fazer bem se divertir um pouco…
-Fernanda…
-Tá bom, tá bom... Não está mais aqui quem falou.
Que doida!!!
*****
Alguns dias depois
Estou terminando de marcar a bainha de um vestido, quando escuto alguém batendo a porta do ateliê. Já passava das 16 h e as costureiras acabaram de sair daqui.
-Entra…
Vejo Daniel botando o rosto no vão da porta.
-Oi... posso entrar?
-Claro.
Ele escancara a porta e me mostra dois cafés na mão,de uma cafeteria famosa que tem na esquina. Minha boca chega a salivar. Que perdição!
-Pode fazer uma pausa? -Ele diz.
-Claro... Mas eu não tomo mais café…
-É descafeinado com leite de amêndoas.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Redenção do Ogro
A história desse livro é muito massa e uma Pena que está postado a história toda...