No entanto, Anthony era esperto demais para não perceber que havia algo de errado. A demora da mãe e a ausência de Mary que não retornou com eles da escola. Pegou o celular e ligou para a mãe e depois para Mary, como não conseguiu falar com nenhuma das duas, ligou para o pai.
Quando John viu a chamada no visor, sentiu um aperto no peito. O coração disparou, como se pressentisse que não conseguiria disfarçar por muito tempo. Atendeu, tentando soar natural:
— Oi, filho.
— Pai… o que está acontecendo? — a voz de Anthony soava firme, mas carregada de desconfiança. — Por que você, a mamãe e a Mary ainda não chegaram?
John respirou fundo, a mão tremendo. Do outro lado, ouviu a voz abafada de Emily chorando.
— A Emily está chorando, querendo a mamãe — disse Anthony, quase num sussurro.
Essas palavras quebraram qualquer muralha de controle que John tentava manter. Seus olhos marejaram, mas ele se forçou a responder:
— Anthony… meu filho, escute com atenção. Eu não sei quando eu, a mamãe ou a Mary vamos voltar. Por isso, preciso que faça algo por nós. Cuide do seu irmão e de suas irmãs, está bem?
Houve um silêncio carregado de tensão antes da resposta:
— Mas, papai… — a voz do garoto falhou — você nunca deixou a gente sozinho, sem dizer aonde iam. Aconteceu alguma coisa com a mamãe e a Mary? Elas não atendem minhas ligações…
John passou a mão nervosa pelos cabelos, a respiração curta.
— Você já é um rapaz esperto, Anthony. Eu não posso entrar em detalhes agora… mas, por favor, faça de tudo para que seus irmãos não sintam tanto nossa falta.
O silêncio do outro lado foi pesado. John quase podia ouvir o coração do filho batendo acelerado. Por fim, Anthony perguntou com medo:
— Pai… a mamãe e a Mary estão bem?
John fechou os olhos, lutando contra a dor de dizer a verdade.
— Eu… acredito que sim, filho. Mas precisamos de fé. Escute: vou pedir para sua madrinha, a tia Sara, ir ficar com vocês. Isso vai ajudar.
A voz de Anthony saiu embargada, mas determinada:
— Eu entendi, pai. Vou cuidar dos meus irmãos. Eu prometo.
John engoliu em seco, as lágrimas queimando nos olhos.
— Fica com Deus, filho.
— O senhor também, papai.
Quando desligou, John ficou alguns segundos olhando o celular, sentindo-se esmagado pela agonia. Em seguida, virou-se para Adam, a voz grave e contida:
— Adam… pode pedir para a Sara ir ficar com as crianças?
— Claro, John — respondeu Adam, já pegando o celular. — Vou pedir que ela leve o Filip e a Olívia. Talvez distraia um pouco as crianças.
— Ótimo… mas pede para ela ser discreta. Não pode comentar nada com mais ninguém.
Adam assentiu e se afastou alguns passos. O coração dele também estava apertado, mas tentou manter a firmeza enquanto ligava o número de Sara.
Ela atendeu rápido, alegre:
— Adam! Está tudo bem?
A voz dele saiu mais séria do que gostaria:
— Sara… eu preciso que você vá imediatamente para a casa do John. Leve o Filip e a Olívia, ajude a cuidar das crianças.
— Claro… mas o que aconteceu? Por que essa urgência?
Houve um breve silêncio. Adam sabia que não conseguiria esconder. Inspirou fundo e, com a voz grave, revelou:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...