Central de Inteligência Privada do Grupo Walker
O primeiro analista voltou a intervir, os olhos brilhando de excitação nervosa:
— Senhor! Conseguimos identificar uma anomalia! — Com um gesto rápido, projetou na tela principal uma chuva de códigos, gráficos em tempo real e a rota de tráfego de dados. — O malware usado no hospital é idêntico ao que encontramos na invasão ao sistema da escola. Só que… — ele deu uma pausa, quase sem fôlego — alguém cometeu um erro. Uma única requisição não passou pelo servidor mascarado. Temos um IP cru, vindo de um provedor da zona leste da cidade.
Carlson imediatamente se endireitou na cadeira, os olhos fixos como lâminas.
— Localize. Agora. Quero equipes em campo, drones no ar e varredura térmica em um raio de cinco quilômetros. Usem satélites de alta órbita se for preciso. Se eles estão com Mary e Elizabeth, cada minuto perdido pode custar caro!
Os operadores começaram a digitar em velocidade frenética, a sala inteira tomada pelo som metálico dos teclados e bipes de sistemas ativando. Telas exibiam imagens aéreas em tempo real, mapas em 3D da região, dados de calor sendo cruzados com sinais de celular.
De repente, o analista responsável pelo rastreamento franziu a testa.
— Senhor… há algo errado.
— Fale — ordenou Carlson, já sentindo o sangue gelar.
— O IP inicial foi válido, mas… agora o sistema mostra sinais sendo replicados em várias partes do mundo. Rússia, Alemanha, Hong Kong, México… — ele engoliu seco. — Estão mascarando a origem.
Todas as telas começaram a piscar pontos vermelhos, espalhando-se pelo mapa como um vírus em expansão.
Carlson bateu o punho sobre a mesa, cerrando os dentes.
— Esse cara é bom. Maldito.
Antes que pudessem reagir, outro operador levantou-se bruscamente.
— Senhor, estamos recebendo uma chamada não identificada!
A sala inteira estremeceu quando os monitores deram um rápido estalo, a imagem tremendo. Em seguida, a escuridão tomou as telas por um segundo, até que uma transmissão começou.
Primeiro, apareceu Elizabeth. Amarrada a uma cadeira, as mãos presas para trás, o rosto abatido e pálido, mas com o olhar firme, tentando demonstrar calma. Logo depois, outra imagem surgiu: Mary, adormecida em um quarto decorado em tons de rosa, repleto de motivos infantis, brinquedos espalhados… como se alguém tivesse preparado o ambiente para uma criança ficar a vontade.
O ar sumiu da sala. John, ao ver a cena, sentiu o chão desaparecer debaixo dos pés.
Uma voz ecoou pelo sistema de som, distorcida mecanicamente e grave, reverberando como um trovão metálico:
— Olá, John Walker… quanto tempo, não? — a risada distorcida arrepiou até os mais experientes. — Você sempre se achou inatingível, intocável… veja agora. Veja o que eu tirei de você: sua linda e amada esposa… e sua doce filha.
John se levantou de um salto, os olhos ardendo de raiva.
— Desgraçado! Quem é você? Devolva minha esposa e filha? O que quer de mim?! — gritou, a voz rouca de fúria.
A imagem oscilou levemente, a voz soou mais baixa, quase provocadora:
— Em breve você saberá. — Pausa. O silêncio era sufocante. — Mas até lá… pare de tentar me encontrar. Cada passo que você der, cada movimento… será pago em sofrimento.
John bateu o punho na mesa com tanta força que os papéis se espalharam.
— Se tocar nelas, eu juro que vou te caçar nem que seja no inferno!
A voz riu, fria, distorcida.
— Ah, John… você não entende. Eu já estou no inferno... E trouxe você comigo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...