A equipe de Carlson espalhou-se pelo galpão como uma onda precisa e silenciosa. Cada canto foi revirado, cada porta arrombada. No fundo, uma passagem escondida chamou a atenção: um túnel estreito, não mapeado, que levava direto até uma das docas.
— Encontramos alguma coisa! — gritou um dos agentes pelo rádio.
Carlson correu até lá. Quando a equipe emergiu do túnel, encontrou um barco a motor já ligado, prestes a partir. Três comparsas aguardavam ansiosos, com duas malas cheias de dinheiro a seus pés. Ao perceberem a presença policial os cercando, abaixaram as armas. Em poucos segundos estavam dominados, algemados contra o chão.
— Presos. E o dinheiro também. — informou um dos agentes.
Carlson respirou fundo, ciente de que, por pouco, aquele plano milimetricamente arquitetado não havia dado certo.
— Se não fosse pela intervenção de Lily, esses homens estariam longe agora… — murmurou, já visualizando o relatório mentalmente.
*****
Assim que Elizabeth e John saíram do galpão, Sara veio correndo ao encontro de Elizabeth mal contendo as lágrimas de alívio ao ver que todos estavam salvos.
— Graças a Deus, vocês estão bem! — exclamou, abraçando Elizabeth com força. — Eu rezei tanto… pensei que nunca mais veria você.
Elizabeth a apertou contra o peito, com a voz embargada:
— Obrigada, Sara. Suas orações chegaram até nós.
Logo depois, Mary veio correndo e Elizabeth pegou a filha no colo a abraçando com força, John não se conteve e abraçou as duas e ali havia um homem quase em frangalhos abraçando aqueles que a pouco tempo atrás pensava que teria perdido uma delas para sempre.
— Obrigado, Deus. quando pensei que tudo estava perdido. O Senhor veio em nosso auxílio de uma forma inesperada.
*****
Enquanto isso, em uma sala improvisada no próprio galpão, fortemente vigiada, David Graham estava sentado, algemado à mesa. O rosto ensanguentado, a respiração pesada, os olhos faiscando ódio. Dois policiais mantinham posição atrás dele, mas foi Carlson quem assumiu a dianteira do interrogatório.
— Você sequestrou a esposa e a filha de John Walker. Quase as matou. — a voz de Carlson era firme, sem hesitar — Quer sair daqui vivo? Então comece a falar. Quem estava por trás de tudo?
David soltou uma risada amarga, cuspindo sangue no chão.
— Eu não me importo com o que vai acontecer comigo, só lamento não ter conseguido meu objetivo.
Carlson inclinou-se sobre a mesa, o olhar frio.
— Diga o nome. Quem está por trás de todo esse plano?
O silêncio pesou por alguns segundos. Então David ergueu o rosto devagar, um sorriso cruel se formando em seus lábios partidos.
— Pamela White Hamilton.
Do outro lado do vidro, John sentiu o chão desaparecer sob seus pés. O ar lhe faltou, o coração disparou. O nome ecoou em sua mente como um golpe certeiro.
David percebeu o impacto e continuou, quase se deliciando com a dor alheia:
— Ela me encontrou quando eu estava perdido, arruinado, sem nada. Me deu um propósito: destruir John Walker. Pamela planejou cada detalhe, cada infiltração, cada movimento. Eu apenas executei.
Carlson fechou os punhos sobre a mesa, a raiva evidente, mas manteve o controle.
— Onde ela está?
David soltou uma risada sombria.
— Pamela sempre está dois passos à frente… ela é mais esperta do que parece.
Do outro lado do vidro, John sentiu o sangue gelar ao ouvir o nome de Pamela. Ele se apoiou na mesa, como se o peso da revelação fosse maior que o próprio corpo.
— Eu sabia… — murmurou, a voz embargada.
Carlson entrou na sala de observação, aproximando-se devagar.
— Senhor Walker, suas suspeitas se confirmaram, mas até o senhor não poderia imaginar que ela chegaria tão longe.
John ergueu os olhos cheios de raiva, o peito arfando. Socou a parede com tanta força que o som ecoou pela sala.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...