A noite havia se instalado silenciosa sobre o apartamento. Na penumbra do quarto, o som mais alto era o sutil tic-tac do relógio na parede. Ethan estava deitado, o corpo relaxado na aparência, mas o coração em alerta máximo.
Helen estava demorando.
Ele olhava para a porta entreaberta, já com a respiração alterada só de lembrar o que ela havia dito mais cedo:
— “Às vezes… eu gosto de ceder.”
Quando ela surgiu, foi como o estouro de um trovão em meio ao silêncio.
Estava descalça, os cabelos soltos caindo pelas costas, os olhos como lâminas afiadas cravadas nele. Vestia uma camisola preta de cetim curto, com as costas nuas e uma fenda lateral que deixava evidente que não havia nada por baixo. O tecido abraçava o corpo com luxúria e precisão. A boca estava levemente molhada, os lábios entreabertos, como se cada respiração fosse feita para provocar.
Ethan se ergueu um pouco, apoiado no cotovelo, e sentiu a temperatura do quarto subir dez graus.
— Chatinha… — disse, rouco.
— Shhh. — Helen ergueu o dedo, caminhando até ele com passos lentos. — Hoje… você não fala nada.
Ethan abriu a boca para retrucar, mas o olhar dela fez tudo congelar.
Era desejo puro, direto, perigoso.
Ela parou ao lado da cama e, sem tocar nele, subiu um dos joelhos no colchão. Depois o outro. Se posicionou sobre ele, sem pressa, com o olhar fixo no dele. Ethan engoliu seco. O lençol agora parecia uma barreira ridícula diante do que estava por vir.
— Eu fiquei o dia inteiro… — disse ela, com a voz baixa, quase um sussurro — te ouvindo fazer piadas sujas, me olhando como se quisesse me comer com os olhos, e fingindo que não sentia nada.
Ela se aproximou mais, até os rostos ficarem a centímetros.
— Mas eu sentia. Cada maldito olhar. Cada palavra. Cada vez que você mordia o lábio, eu pensava: “Esse homem não tem noção do que está me fazendo sentir.”
Ethan fechou os olhos por um segundo, respirando fundo.
— Helen…
— Eu disse que você não fala. — ela sussurrou contra os lábios dele. — Ainda não.
Ela passou os dedos pela barriga dele, traçando linhas invisíveis sob a camiseta. Passou as unhas levemente, subindo até o peito. Ethan arfou, sentindo o corpo inteiro estremecer. Helen sorriu e levantou o tecido com delicadeza, expondo a pele quente, a tensão evidente.
— Tá sentindo isso? — ela perguntou, colocando a mão sobre o coração dele, que batia forte. — Isso é o seu autocontrole gritando por socorro.
— Chatinha, não faz isso…
Ela inclinou o rosto até encostar os lábios no pescoço dele, mas sem beijar. Apenas o sopro morno, um toque fantasma que fazia o corpo dele gritar.
— Agora eu quero brincar. — sussurrou ela.
E brincou.
Ela montou sobre ele com autoridade, rebolou devagar, sentindo o volume sob o lençol se tornar cada vez mais evidente.
— Você ficou provocando o dia todo, não ficou? — ela perguntou, mordendo o lábio inferior. — Fez piadas, olhou demais… e eu fingi que não vi.
Ethan gemeu baixo, apertando os lençóis com força.
— Chatinha… você tá…
— Quieto. — disse ela, colocando o dedo sobre os lábios dele.
A camisola escorregou por um dos ombros. A pele dela parecia feita de mel. Quente e tentadora.
— Eu te esperei, Ethan. — ela disse, agora deslizando as mãos por baixo da camiseta dele, sentindo o calor da sua pele. — E agora que você está aqui, todo meu… e eu quero brincar com meu presente.
Ethan tentou levantar as mãos, mas ela segurou os pulsos dele.
— Não. — disse, firme. — Hoje, quem toca… sou eu.
E então ela o beijou.
Mas não foi um beijo comum.
Foi um beijo devorador, profundo, cheio de intenções. A língua explorando, dominando. Os dentes mordendo com leveza. As mãos pressionando os ombros dele contra o colchão.
Ethan estava completamente entregue.
Helen desceu os lábios até o pescoço dele, até o peito. Depois se sentou de novo, olhando para ele com um sorriso vitorioso.
— Você ainda quer falar? — provocou.
— Eu quero te implorar. — ele murmurou, com a voz rouca.
Ela riu e desceu o corpo, beijando o caminho entre o peito e a barriga, até alcançar o cós do short. Passou os dedos ali, circulando, apertando devagar. Ethan arfava como se estivesse sendo torturado.
— Diga que é meu.
— Sou todo seu. — ele sussurrou, com os olhos brilhando.
Ela desceu os beijos do pescoço até o peito, enquanto uma das mãos encontrava o caminho por dentro do short dele. Ethan gemeu mais alto, os quadris involuntariamente indo ao encontro do toque.
Helen ergueu o rosto, encarando-o.
Então desceu o short com lentidão, revelando o membro rígido, pulsante, completamente à mercê dela. Ela se inclinou e, antes de tocá-lo, apenas soprou. Ethan gemeu alto, os quadris arqueando.
— Você vai me matar… — disse ele.
Ele virou o rosto devagar e seus olhos a encararam fixamente. A camiseta era justa e fina, ele conseguia ver o desenho dos seus seios que era a perdição de Ethan, o short, curto… Era o mesmo visual do sonho.
Ethan fechou os olhos com um gemido.
— Não… agora não.
— O que foi? — ela perguntou, se aproximando.
Ele pegou o lençol e o puxou até a cabeça.
— Você não entenderia. — murmurou. — Meu coração não aguenta outra ilusão.
Helen franziu o cenho e se sentou na beira da cama.
— Ethan…
Ele tirou o lençol do rosto devagar e a encarou.
— Você tem alguma ideia do que eu sonhei?
Ela o olhou de cima para baixo.
— Se você me contar… talvez eu pense em realizar.
Ethan arqueou uma sobrancelha.
— Você jura?
Helen riu, deixando a caneca no criado-mudo e se levantando para sair.
— Vai depender de você se comportar amanhã…
— Ou se eu me comportar… hoje à noite?
Ela parou na porta. Virou-se e sorriu com um brilho provocante nos olhos.
— Boa noite, Ethan.
E saiu.
Ethan caiu para trás no colchão com um gemido dramático.
— Maldição.
Mas ao contrário de antes… agora ele sabia que Helen estava ali. E que mais cedo ou mais tarde… o sonho podia muito bem virar realidade.

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