Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 31

No quarto, os dois sangue-frio olhavam para o corpo do senhor Caetano, caído morto no chão.

— Não iremos mexer em nada, do jeito que ele caiu o deixaremos, assim pensarão que ele passou mal. — Túlio explicava. — Você realmente me garante que esse veneno não irá aparecer nos resultados de autópsia?

— Claro que garanto, já faz bastante tempo que estou pesquisando sobre ele, não foi fácil conseguir trazê-lo para a farmácia. — Liana disse.

— Cadê a Lúcia? — Túlio perguntou preocupado.

— Mandei ir até a vila pegar a feira do mês, junto com o Joaquim, relaxa, ninguém irá desconfiar, além disso, ela me disse que o Caetano estava nervoso, todos vão pensar que foi um ataque cardíaco, o que ninguém nunca saberá, será o motivo do ataque. — Ria maléfica.

— Você está certa disso mesmo, não é Liana? Vamos sair daqui, leva essa xícara logo, já lava e guarda, ninguém pode saber que estivemos dentro deste quarto.

— E nunca irão saber. — Riu. — Vamos, o Oliver deve chegar logo.

Os dois assassinos saíram do quarto do homem, e o deixaram do jeito que estava, sem deixar nenhum rastro de que passaram por ali.

Túlio foi para a dependência e Liana voltou para a farmácia, quando Lúcia e Joaquim chegaram com as compras do mercado, Oliver e Saulo chegaram juntos.

— Boa tarde, Lúcia, não precisava ter ido pegar as sacolas, eu mesmo iria fazer isso. — Oliver chegou falando.

— É que a dona Liana pediu, e além do mais senhor, o seu pai pediu para ir imediatamente para o quarto dele, quando chegasse, parece ser urgente.

— Urgente? — Preocupou-se — Será que aconteceu alguma coisa nas plantações?

— Não sei senhor, ele chegou e já foi direto para o quarto, perecia estar muito nervoso.

Oliver subiu para ir falar com o pai.

— O que será que aconteceu? — Saulo ficou na cozinha com Lúcia e se perguntou.

— Não sei, mas o senhor Caetano chegou tão nervoso aqui, procurando o senhor Oliver, parecia ter algo muito sério para falar, nunca o vi daquele modo. — Que estranho, quando saímos pela manhã, tudo parecia tão bem.

Antes de continuarem a conversa, escutaram os gritos de Oliver vindo do quarto do pai, Saulo e Joaquim correram para ver o que acontecia, mas já acharam Oliver carregando o pai nos braços no corredor, estava desesperado.

— O que houve? — Saulo perguntou.

— Ele não está respirando, vamos levá-lo ao médico! — Oliver dizia.

Os três homens correram para o hospital da vila, chegando lá, já foi constatado o óbito do senhor Caetano, o corpo dele foi levado para a capital, para saber as causas da morte, Oliver estava desolado, não conseguia acreditar na notícia que acabara de receber, seus pensamentos estavam confusos e não esperava uma notícia como aquela tão cedo, o pai era tão forte e cheio de saúde.

Logo Liana chegou, consolando o namorado.

— Sinto muito meu amor, quando soube, vim correndo para cá, não fique assim, estou com você, e vou te ajudar a passar por toda essa dor.

Abraçou Oliver, que se derramava em lágrimas no colo da mulher.

— Eu ainda não posso acreditar. — Dizia entre o choro.

— Como assim? — A conversa lhe interessou.

Denise contou o que aconteceu no dia que saiu pelos fundos do refeitório, e Saulo começou a ficar desconfiado, resolvendo investigar mais sobre aquilo, porque se lembrou que Lúcia falou que ele havia chegado em casa muito nervoso.

— Olha, esquecendo todos esses problemas, eu quero te dizer algo. — Saulo voltou sua atenção para Denise.

— O quê? — Seus olhos pretos brilhavam de curiosidade.

— Diga a seus tios, que amanhã às oito da noite, irei visitá-los, vou contar que estamos namorando, assim paramos com esse negócio de sair escondido, me sinto como se estivesse cometendo um crime, quando saio escondido com você.

— Você tem certeza que quer me namorar realmente? — Questionou. — Porque se for começar para depois me deixar aqui e ir embora para seu país, é melhor ficarmos apenas como estamos.

— Relaxa morena, se um dia eu voltar para a Inglaterra, é para apresentar você aos meus pais como minha esposa.

— Ai, ai — Denise ciciou desacreditada.

— Não acredita? — Sorriu — Ainda bem que tenho todo o tempo do mundo para poder te mostrar que falo apenas a verdade.

Denise seria muito iludida se acreditasse nas palavras de um homem, logo ela, que já havia sido enganada uma vez.

Não que não gostasse da ideia de se casar com ele, e sim por achar que estar com Saulo para o resto de sua vida, seria sonhar alto demais.