Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 39

Após sair pela porta da mansão, Denise encontrou com Angelina em seu carro, desta vez ela quem estava dirigindo.

— Que milagre é esse que não veio com seu motorista? — Perguntou entrando no carro.

— Bem, hoje iremos fazer coisas de meninas, não quero que ninguém nos atrapalhe, além do mais, se meu motorista me ver entrando na clínica obstétrica, ligará imediatamente para meu marido, que pensará que está acontecendo alguma coisa comigo.

— Seu marido parece ser bem protetor.

— Na verdade, ele quer é outro filho, se souber que estamos indo lá, pensará que eu que estou grávida, e aí já sabe né? Irá contar para a família toda, antes mesmo de confirmar se é verdade ou não.

— Nossa. — Riu. — Angelina, você não quer outro filho?

— Eu quero, mas bem mais para frente, meu filho ainda é muito novinho.

— Tem razão. Eu mesma quero desse jeito também, mas se depender do Saulo, faremos um todo ano. — Brincou. — Ele deve pensar que carregar uma criança na barriga deve ser fácil, nem imagina o quão enjoada estou esses dias, ainda bem que ele não está aqui, se não iria desconfiar de tudo.

— Ainda bem que essas coisas quem decidi somos nós mulheres, não é? Duvido que se fossem os homens que parissem, com certeza considerariam não ter nenhum.

— Verdade, os homens são muito sensíveis, não podem sentir uma dorzinha que já pensam que estão morrendo.

As duas falavam dos maridos e contavam coisas aleatórias, até chegarem no consultório médico.

Após contar toda a experiência da gestação até chegar aqui, Denise se deitou na cama, levantando sua blusa, mostrando a barriga que ainda não dava amostras de sua gravidez.

Após passar o gel gelado na barriga da moça, e colocar o aparelho, imagens começavam a aparecer na tela, que ficava na parede de frente onde Denise estava.

O médico explicava a Denise todas as coisas e dizia que seu bebê estava desenvolvendo muito bem e saudável, embora ainda estivesse bem pequeno, daí ele colocou para que ela escutasse o barulho que tanto esperava ouvir.

O quarto logo se preencheu, com o barulho de batidas de um coraçãozinho bem acelerado. Os olhos de Denise estavam cheios de lágrimas, pois ali, ela começou a sentir o maior amor do mundo.

Aquele serzinho seria a realização de um sonho e a predição de que as coisas ficariam bem, uma paz se instalou em seu coração, e sabia que tudo que passou até aquele momento, teria um motivo muito maior.

Angelina gravava com seu celular aquele momento, pois mandaria para Denise mostrar futuramente para Saulo.

Após aquele momento mágico, sabendo que estava tudo bem com seu bebê, Denise guardou os resultados em sua bolsa e saiu para comer com Angelina.

— Confesso que ao ouvir o barulho do coraçãozinho do seu bebê batendo, me deu até vontade de ter outro agora. — Angelina disse ainda emocionada.

— Estou tão contente, Angelina. Saulo retornará na próxima semana, e o pai dele já está fora de perigo. Não vejo a hora de comunicar essa notícia a ele. Eu sei que eu disse que contaria no dia do nosso casamento, mas, depois de tudo que passamos juntos, Saulo merece saber sobre o nosso bebê e tenho certeza de que ele ficará contente.

Enquanto comiam e conversavam, Denise não parava de olhar as imagens do ultrassom, mesmo que não pudesse entender muita coisa, ela sabia que aquele pontinho em formação era seu bebê, que estava crescendo em sua barriga, totalmente bem.

— Eu me lembro que senti esta mesma emoção quando descobri a minha gravidez, você verá o quanto é forte e conhecerá o maior amor do mundo. Os filhos nos mudam de uma forma, que não conseguimos mais nos reconhecer como a mulher que éramos antes da existência deles.

— Eu estava pensando. Que tal passarmos numa loja de artigos infantis e comprarmos um sapatinho de bebê? Quando o Saulo chegar, lhe darei de presente, e tenho certeza que ele não entenderá nada de imediato.

— É uma ótima ideia, vamos sim.

Após comerem, as mulheres foram para a loja de departamento infantil, Denise se sentia no céu, pois uma coisa era comprar algo para presentear o filho de alguém, outra coisa bem diferente, era comprar algo para o próprio bebê.

Havia muitos sapatinhos de recém nascidos por lá, um mais fofo que o outro, mas um lhe chamou a atenção, era branco, feito de crochê, com um lacinho delicadíssimo. Quando a balconista começou a empacotar o sapatinho, o envolveu com um pequeno e delicado pingente de arco-íris, fechando a caixa e entregando a Denise.

— Isso ficou tão lindo, Denise, se eu fosse você, colocaria uma câmera escondida no quarto, para gravar a reação do Saulo.

— Tem razão, esse tipo de momento deve ser registrado para ver futuramente. Mas até o Saulo chegar, tenho que ter cuidado e esconder isso daqui como se fosse a coisa mais secreta do mundo.

— Se quiser posso guardar na minha casa. — Angelina ofereceu.

— E correr o risco de seu marido descobrir e achar que a grávida é você? — Riu

— É verdade, melhor não.

O final do dia foi de passeios e conversas jogadas fora.

Eram cinco da tarde, quando Denise chegou na mansão dos sogros, e já foi direto para o quarto. No corredor, encontrou Cora.

— Boa tarde, senhorita Denise, deseja alguma coisa?

— No momento não Cora, muito obrigada, mas a noite, se puder por favor, traga meu jantar.

— Deseja comer algo em especial senhorita?

— Não, Cora, o que for feito para o jantar eu aceito. — Denise abriu a porta do quarto para entrar.

— Senhorita — Cora lhe chamou a atenção.

— Sim. — Denise parou para escutar o que a senhora tinha a lhe dizer.

— Sinto muito pelo jeito que a tratei quando a senhorita e o senhor Saulo chegaram aqui, me arrependo muito de ter a julgado mal sem conhecê-la, hoje percebo que a senhorita é uma boa pessoa e será uma ótima esposa para o Saulo.

— Ora, oras Cora, por que está me falando isso assim, logo agora?

— Não sei. — Parou por um instante. — Trabalho nesta casa há muito tempo, eu vi o Saulo nascer. Fui eu que praticamente o criou, no começo, senti ciúme em saber que agora se casando com uma brasileira, ele não quererá mais morar aqui, no fundo, sinto que ele é meu filho, sabe? Não queria ficar longe dele. E depois, acabei indo na ideia da senhora Taylor, sabe o que dizem quando você anda muito com uma pessoa, acaba pegando as atitudes e costume dela, seja para o mal ou para o bem.

— Tudo bem Cora, a melhor forma da pessoa mostrar o arrependimento é aceitar e enxergar seus erros, e é o que você está fazendo agora, no fundo, você deve ser uma boa pessoa também, já que foi você que criou o Saulo, e ele tem uma grande estima por você. Tenho certeza que tem uma grande parcela na boa formação do caráter dele.

— Espero do fundo do meu coração, que vocês sejam felizes, e que nada nem ninguém atrapalhe o relacionamento de vocês. — Tocou a mão de Denise. — Se eu puder fazer algo para compensar o mal que lhe fiz, por favor, me diga, que farei sem hesitar.

— Descansa seu coração Cora, o que aconteceu no passado fica no passado, o que importa é de agora para a frente. Se depender de mim, esse assunto morre aqui, vamos nos alegrar, na próxima semana Saulo e o pai estarão de volta.

— Verdade, com licença senhorita Denise.

Denise entrou no quarto e Cora desceu as escadas da casa.

Indo para cozinha, ela viu uma cena que lhe chamou a atenção, pela janela, viu Betty no quintal, conversando com o motorista e o jardineiro.

A mulher parecia dar ordens, enquanto os homens a escutavam com muita atenção.

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