Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 40

Estávamos no carro, indo em direção a uma casa de praia, que ficava a uma hora de distância da capital. Chegamos lá, havia um casal que nos recebeu muito bem, pelo que vi, era o caseiro e a esposa.

— Boa tarde, senhor Oliver, é um prazer vê-lo por aqui.

— Boa tarde, para vocês dois.

Entramos na casa e Oliver me apresentou o casal que se chamava Danilo e Selma e mostrou o Noah a eles.

Selma se apaixonou pelo Noah, que logo foi para seus braços, então ela mostrou meu quarto, que ficava ao lado do de Oliver. Selma era uma mulher muito simpática.

— Amo crianças, Aurora, não vejo a hora do meu Miguel nascer.

— Você está grávida? — Perguntei, porque não se notava.

— Sim, estou de 10 semanas, não vejo a hora da barriga aparecer. — Riu — Quando descobri, já fui fazer aquele exame para saber o sexo antes, não aguentava de curiosidade, esse bebê é muito desejado.

— Fico feliz por você, Selma, crianças são a herança que Deus dá!

Após conversar bastante, Oliver mandou arrumar as coisas de Noah, Selma e Danilo nos acompanharam também, a praia estava quase vazia, no lugar onde estávamos. Noah estava muito lindinho de sunga e uma blusinha de manga longa, com um chapéu de estampas de dinossauros, suas bochechas estavam rosadas. Selma estava com um maiô e eu estava com um biquíni verde. Comprei uma saída de praia combinando com ele. Oliver estava brincando com Noah na praia e me ignorava completamente, fazia parecer que eu não estava ali. Aproveitei para entrar na água, que estava uma delícia.

O fim de tarde foi muito agradável, Oliver ficava conversando com Danilo a maioria do tempo, Noah cochilou e Selma e eu conversávamos coisas aleatórias.

A noite, após Noah dormir e o casal de caseiros ir embora, me sentei na varanda e observava as ondas de longe.

Me sentia em paz e, por um momento, não me preocupei com meu futuro e nem com a minha vida. Aquele foi um dia bom, apesar de não me pertencer, eu me sentia bem ao lado de Noah e do Oliver, porque, de um jeito ou de outro, era ele que cuidava de mim e se preocupava. Sei que sou apenas uma funcionária e ele desconta todo o meu salário, mas às vezes parece que ele se preocupa realmente comigo e isso me faz sentir gratidão, mesmo nas vezes que ele me ignora, pois sei entender seu lado também. Oliver é desconfiado de tudo e com razão, o que ele passou não foi nada fácil.

— Está com a cabeça longe, hein? — A voz de Oliver ecoou nos meus ouvidos. Olhei para ele, mas não respondi coisa alguma, tanto que ele se aproximou e se sentou ao meu lado.

— No que está pensando? — Perguntou.

— Em nada. — Eu não falaria que estava pensando nele, ele iria se achar.

— E é possível pensar em nada?

— Acho que sim.

— Achei que dormiria cedo, já que gastou tanta energia hoje na praia.

E ele me notou? Porque parecia que para ele eu nem estava lá.

— Tem razão. Mas não quero que pare sua vida por causa dele. Quando ver que é a hora de ir embora, quero que vá sem medo.

Sei o que Oliver queria dizer, mas eu não queria ir embora, não queria deixar o único lugar em que já me sentia em casa. Mesmo se eu saísse da casa dele, eu continuaria na vila, lá era um lugar acolhedor e eu jamais deixaria Noah por vontade própria.

— E se eu não quiser ir embora? — Minha pergunta saiu sem querer, olhei nos olhos de Oliver e vi que eles brilhavam mais que o normal.

Ao longe, ouvíamos o quebrar das ondas, vindo com o barulho das árvores que o vento trazia. Era uma noite clara, pois a lua estava em sua totalidade e nós nos olhávamos como se um quisesse enxergar a alma do outro.

— Se quiser ficar para sempre, eu jamais irei me opor. — Sua resposta saiu como um sussurro e logo vi que ele aproximava mais seu rosto do meu, eu entendia o que iria acontecer naquele momento e meu corpo não se opôs nenhum minuto. Oliver me beijou.

Era um beijo calmo e, ao mesmo tempo, profundo, suas mãos agarraram meu corpo de uma forma feroz, como se me segurasse para que eu não fugisse dali, mal sabendo ele que não existia lugar melhor no mundo para mim naquele momento do que em seus braços.

Eu não sei o que estava acontecendo, mas naquele momento eu não me importei com o que aconteceria amanhã. Oliver não estava bêbado, nem havia outra desculpa para dizer que me confundiu com alguém. Eu também não teria desculpa alguma para dizer que tentei me esquivar de algo que meu corpo queria e não lutou nenhum segundo para parar.

Nosso beijo foi se intensificando e suas mãos me seguravam mais forte. O momento se tornou mágico para mim, pois havia, além do desejo, algo acelerado em meu peito, que jamais havia sentido na vida e não conseguia discernir o que era.

Por um segundo, ele parou o beijo e falou no meu ouvido.

— Por favor, durma comigo hoje.

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