Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 53

George percebeu que o filho havia ficado novamente sério.

— Acha que é uma boa ideia? — Perguntou com uma expressão preocupada.

— Não, não acho. Acho que voltar lá é um absurdo, mas devo apoiar minha futura esposa, quero que ela fique bem, e se ficar bem, significa ir até lá, irei apoiá-la, independente do que penso ou não.

— Tem razão. Mas não se preocupe tanto, Betty não pode fazer mais nada contra ela.

— O senhor acha mesmo isso? Tem gente que pelo simples fato de existir, faz mal às pessoas pai. — O corrigiu.

— Eu sei, mas sei que com você ao lado dela, nada de mal poderá acontecer. Me sinto culpado às vezes filho, se não fosse por meu problema, você não teria precisado ficar longe dela. — O homem lamentou.

— Vamos parar com isso. Os únicos culpados nesta história estão todos presos. Estou aliviado que o Adam e o Harry também foram pegos e estão pagando pelo que fizeram.

— Mas… — O homem tentava falar.

— Deixa de pensar isso. — O interrompeu. — Nós não podemos nos responsabilizar pelos erros dos outros. Quando uma pessoa está disposta a fazer mal contra a outra, ela sempre arruma uma oportunidade para o ato.

O homem percebeu que o filho não queria mais lamentar pelo que aconteceu, então decidiu que já era hora de deixar o passado de lado.

— Quando vocês irão viajar? — Perguntou.

— Hoje a noite.

— Tão rápido assim? — Surpreendeu-se.

— Sei lá, a Denise tem pressa, parece que algo que ela quer muito depende dessa viagem, eu não a entendo, apenas estou seguindo suas instruções, eu confio nela e isso apenas me basta no momento.

— Espero que ocorra tudo bem, ficarei aqui torcendo por vocês.

— Eu também espero. Eu já vou indo, e pai. — Tocou no ombro do pai. — Fala para a Cora não ficar sem jeito perto de mim, tudo bem? Eu não sou contra o relacionamento de vocês, quero muito que sejam felizes.

— Eu sabia que você iria nos entender. — Abraçou o filho e se despediu.

Andando um pouco, Saulo resolveu olhar para atrás, onde o pai ainda estava parado.

— Me lembrei de mais uma coisa. — Falou.

O pai olhou para o filho esperando que ele continuasse:

— Se protejam, vocês estão velhos demais para cuidarem de um bebê.

— Oras seu… — Praguejou.

Saulo saiu dali sorrindo, deixando seu pai todo sem graça.

Após fazer algumas compras para a viagem, foi para casa fazer suas malas, Denise estava dentro do quarto já adiantando algumas coisas.

Enquanto Saulo entrava do closet, viu uma mala guardada atrás de algumas caixas, abrindo para examiná-la, viu que estava cheia de roupas da noiva.

— Não mexa nessa aí!

Se assustou com a voz da mulher, que apareceu onde ele estava.

— Por quê? Não levará esta mala aqui?

— Não. Na verdade, esta mala é da primeira viagem que fizemos à Inglaterra, é porque ainda não desfiz quando voltei.

— Por quê? Poderia pedir a Tereza que ela te ajudava nisso.

— Porque tem coisas aí dentro que ainda não quero tocar.

Saulo entendeu o que a mulher se referia, afinal, sabia que os exames de sua ultrassonografia estavam lá dentro ainda, e nem ele havia tido acesso àquilo.

— Tudo bem, me perdoe. — Fechou a mala com cuidado e colocou no lugar que estava guardada.

— Sem problemas, quando voltarmos, nós iremos desfazer todas as malas juntos, inclusive esta. Combinado?

— Combinado.

Ele não entendia como Denise estava empolgada com a viagem, mas esperava que ela estivesse certa em tudo que planejava.

[...]

Chegando à Londres, depois de quase doze horas de voo, o casal foi direto para um hotel, não seria uma boa ideia ir para a casa dos pais, pois mesmo não morando ninguém ali, aquela casa trazia memórias muito tristes para Denise, que embora parecesse estar calma, sentia-se que a sua aura era de preocupação.

O casal não iria ficar por muito tempo naquele lugar, já que haviam marcado um horário de visita na prisão para o outro dia. Após isso, iriam apenas visitar os amigos Mark e Angelina, que foram muito bons para eles nos seus últimos dias que ficaram no país.

— Você está bem, Morena? — Perguntou preocupado, pois quando chegaram ao hotel, Denise estava pálida.

— Estou, sim, só preciso comer alguma coisa, esses voos longos me deixam exausta.

— Vou pedir para trazerem algo para comermos aqui no quarto, a noite se quiser, nós podemos sair para comer em algum lugar.

— Quero sim, por favor, me leve para um lugar bem bonito. — Disse animada.

— Você anda bem disposta ultimamente, estou gostando tanto disso. — Beijou sua testa.

— Eu quero ser quem era antes. — Deitou-se na cama — Não quero ser uma pessoa amarga para o resto da vida, tem tanta coisa boa que já me aconteceu para poder agradecer, não posso ser ingrata e focar apenas no que me fez mal.

— Me diz uma coisa boa pelo qual você ache que deva agradecer.

— Você. — Respondeu sem delongas — Eu amei você desde o primeiro dia que te vi. Obrigada por não desistir de mim, e não dar importância ao que falei quando estava confusa, eu sinto muito, meu sofrimento me tornou egoísta, ao ponto de não me importar com os seus sentimentos também.

— Oh, morena… — Saulo se deitou junto a ela na cama. — Ouvir isso de você agora, me faz ficar mais apaixonado ainda, você acha mesmo que depois de tudo que passamos juntos, eu iria simplesmente desistir de você? — A abraçou forte. — Você está muito encrencada senhorita Denise, quem mandou roubar meu coração? Agora você tem de viver comigo a vida inteira, até quando ficarmos velhinhos e partimos dessa para melhor.

— Quer mesmo envelhecer ao meu lado? — Perguntou a ele.

— Claro que sim, e é melhor você se preparar, viu? Porque mesmo velhinho, eu serei insaciável.

— Oxe, que história é essa, Saulo? — Não entendeu o que o amado acabava de dizer.

— Nada. — Riu — Só lembrei de uma coisa agora.

— Está escondendo alguma coisa de mim por acaso? — Fingiu-se indignada.

— Claro que não, só não tive tempo ainda de contar que meu pai e a Cora estão juntos.

— Sério? Tipo, juntos? — Juntou dois dedos.

— Isso aí, juntos. Do tipo que beijam na boca e fazem coisas obscenas na cama. — Brincou.

— Ah, amor, não diga deste modo, parando para pensar agora, eles até que são bonitinhos juntos.

— É porque você não viu a cena que vi ontem pela manhã. — tentava apagar da memória o pai apertando a bunda de Cora.

— Qual foi? E para de ser preconceituoso, seu pai nem é velho.

— É melhor deixar quito. — Fez careta. — Estou brincando. Na verdade, estou feliz. — Se ajeitou na cama e ficou serio. — Eu gosto da Cora, foi ela que cuidou de mim desde pequeno, no fundo, ela é como uma mãe, e agora, sei que será uma ótima sogra para você.

— Você vai contar isso a sua mãe? — O questionou.

— Mas é claro, acha que irei perder a oportunidade de jogar uma bomba dessas em cima dela.

— Sei que combinamos de vê-la juntos, mas queria conversar com ela primeiro sozinha.

— Por quê? — Perguntou preocupado.

— Por favor, eu prometo que serei breve, preciso enfrentá-la sozinha, mostrar a ela que suas atitudes não me abalam mais.

— Mas se ela acabar falando algo que te machuque? Eu não posso deixar que ela faça isso com você.

— Isso não irá acontecer, confie em mim.

— Confio plenamente em você Morena, de olhos fechados, eu confio em você.

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