Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 58

A cerimônia começou com a entrada dos padrinhos. Primeiro entraram Mark e Angelina, depois, Oliver e Aurora com os gêmeos no colo, logo após, Saulo entrou acompanhado de Cora. Alice veio atrás, toda linda, jogando pétalas de flores no chão, mas quando chegou perto de onde Aurora estava, jogou algumas pétalas no rosto dela, fazendo careta e mostrando a língua, demostrando que ainda estava bem contrariada com a irmã, que não parou para escutar o que ela tinha para dizer.

Após isso a noiva entrou.

Denise estava lindíssima, seu vestido parecia de uma verdadeira princesa, a maquiagem havia lhe caído bem como uma luva, seu buquê era de flores coloridas, e para completar a sua beleza, ela colocou um longo mega-hair preto, que parecia com seu cabelo antes de ser cortado. Como ela queria a melhor lembrança daquele casamento, não poderia deixar que aquilo passasse despercebido.

Quando Saulo a viu, logo colocou a mão no coração e começou a chorar, Oliver, que estava do seu lado, chegou a segurá-lo.

— Não vá inventar de morrer agora, lembre-se que viúva nova casa rápido. — Falou no ouvido do amigo, tentando amenizar o seu nervosismo.

Saulo engoliu seco e continuou a observar sua noiva, que vinha toda linda para o altar, por mais que tentasse segurar, seu rosto já estava coberto de tantas lágrimas que corriam.

A cerimônia corria em perfeita harmônia, após falar algumas palavras para o fortalecimento do casal, Francisco pediu que trouxessem as alianças.

O pequeno Noah roubou a cena, o menininho estava lindo num pequeno e delicado terno, e não parecia nenhum pouco tímido com os olhares das pessoas. Cada dia que se passava, seus traços pareciam mais com o do pai.

Antes de trocar as alianças, o casal fez os votos, primeiro foi Saulo.

— Desde a primeira vez que pisei meu pé neste país, senti que aqui seria o meu lar, mas também sabia que para a realização disso, teria que encontrar alguém para formar uma família e andar ao meu lado. Foi com esse pensamento, que um dia estava dirigindo vindo do trabalho, e vi de longe uma linda morena de cabelos pretos, em primeiro momento, pensei até que poderia ser uma bela miragem, já que era quase meio-dia e ela estava andando descalço na estrada, em baixo de um do sol quente. Quando parei ao seu lado e vi seu lindo rosto, percebi que você não era uma mulher qualquer, eu senti ali que seria você, a minha companheira para toda a vida, pena que não pude falar no primeiro momento, porque você correu de mim feito louca, entrando naquele canavial. — Riu. — Mas quando as coisas têm de acontecer, elas acontecem naturalmente, e foi assim com a gente, pude te reencontrar, te conhecer, me apaixonar por você, por seu jeitinho atrapalhado e descontraído de viver a vida. Nós passamos por altos e baixos, e tivemos que superar muitas coisas, mas hoje estamos aqui, juntos. E é assim que pretendo ficar pelo resto da minha vida com você, eu te amo Denise, você é a mulher da minha vida, e enquanto Deus me der vida e forças, farei de tudo para que você seja a mulher mais feliz do mundo ao meu lado, independente do que acontecer de agora em diante, sempre estarei com vocês.

Saulo chorava mais do que falava.

Logo Denise começou a falar.

— Eu sei que a primeira vez que nos encontramos foi estranha, mas quem aqui não correria de um estranho que confessou ter uma arma no carro? — Brincou. — Desde o começo, você sempre foi sincero comigo, sempre me respeitou, me tratou como prioridade em sua vida, e sempre quis saber o que eu estava sentindo antes de tomar qualquer decisão. Não foi difícil descobrir que você seria o homem da minha vida, meu coração já havia me falado que era você desde o começo. Quando aconteceu aquele terrível ocorrido e perdemos nosso anjinho, pensei que também havia chegado o nosso fim, mas Deus achou graça em nós e nos uniu mais ainda, hoje eu entendo que há um propósito em nossas vidas, mesmo não entendendo, eu prefiro acreditar e confiar. — Ela chorava. — Acho que foi por isso que chegamos até aqui, e acho que foi por isso que Deus nos abençoou mais uma vez, eu te amo Saulo, e essa menininha que está aqui. — Tocou a barriga. — Também ama demais o papai dela.

Houve um burburinho entre os convidados.

— É isso mesmo que vocês ouviram, nós estamos grávidos.

Numa mistura de emoções, os dois disseram sim no altar, logo após o casamento ser oficializado, uma banda começou a tocar uma música.

Aurora escutava as palavras da amiga e chorava junto de felicidade, até senti um chute na canela, se assustando, olhou para baixo e viu Alice a olhando com cara de poucos amigos.

— Está vendo Rora, você não sabe de nada! — Mais uma vez mostrou a língua para a irmã, não perdendo a oportunidade de zombar dela.

— Ok, dona sabichona, dessa vez você estava certa, me perdoa por não te escutar. — Aurora pediu.

— Eu te perdoo com uma condição. — Chantageou.

— E qual seria?

— Me deixa comer aqueles docinhos ali. — Apontou para os doces na mesa.

— Tudo bem senhorita, mas vá com calma, porque se não sua barriga vai doer.

Aurora viu Alice correr para onde estava a mesa de doces.

— Me parece que vocês duas se resolveram, hein? — Oliver se aproximou da esposa.

— Sim, mas pensa numa menininha de personalidade difícil?

— Com certeza ela tem a quem puxar. — Ele riu.

— O quê? Está dizendo que ela me puxou?

— Claro, ou você se esqueceu de como você era quando chegou aqui?

— Ah, mas você também não ajudou muito no início. — Ela explicou.

— Que bom que nós não desistimos um do outro também. — ele a abraçou, lembrando o quanto se sentia sortudo, tendo aquela mulher ao seu lado.

— Eu te amo Oliver, te amo para sempre...

Quando Alice correu para pegar os docinhos, foi até onde a noiva estava, para abraçá-la e dar as felicitações formalmente.

— Tia Dê, trouxe esse docinho para você. — Disse enquanto abraçava Denise.

— Obrigada meu amorzinho, estava morrendo de vontade de comer alguma coisa doce.

— Que bom que a senhora vai ter uma menina, tia, eu estou muito feliz.

— Eu também estou minha linda, muito feliz mesmo.

Alice abraçou Saulo também.

— Tio, parabéns.

— Obrigada Alice, e obrigada por tudo que fez pela Denise.

— Quando essa menininha nascer, vocês podem fazer mais algumas? Eu quero que a quantidade de meninas na fazenda superem os meninos. — Pediu.

Tendo a risada do casal como resposta.

— Bem, se for por minha vontade, isso vai acontecer sim! — Saulo respondeu empolgado.

Logo Oliver se aproximou do amigo.

— Olha só, o novo papai da aérea. — Brincou.

— Cara, eu vou ser pai! — Saulo respondeu alegre, abraçando o amigo. — Tem noção do quanto eu estava querendo te contar isso?

— Meus parabéns Saulo, você e a Denise merecem demais uma benção como essa.

— Acha que me sairei bem?

— Você se dá muito bem com crianças, será um ótimo pai, pode ter certeza.

— Estou tão empolgado com isso!

[...]

E assim se passaram os meses, o quarto da menininha estava pronto, e os presentes não paravam de chegar.

— Olha só esses lacinhos que a Aurora fez de presente. — Denise mostrava para Saulo.

Todas as noites eram assim, ele chegava do trabalho e ia com a esposa para o quarto da pequena bebê, olhar todas as coisinhas que compraram e ganhavam de presente.

Ela se chamaria Elisa, esse foi o nome que escolheram, e tinha como um dos significados, promessa divina.

— Que sorte a nossa, laços nunca irão faltar.

— E olha o que tia Lúcia, fez. — Mostrou uma manta toda feita em crochê.

— O que acha que está faltando ainda? — Saulo perguntou, enquanto observava os desenhos delicados na parede quarto.

— Só falta ela. — Acariciou a barriga.

Ele se aproximou da barriga de Denise, que já estava enorme. Havia acabado de completar 39 semanas.

— Ela virá no tempo dela. — Saulo respondeu, beijando a barriga da esposa.

Fecharam a porta do quarto e foram se deitar.

Já era madrugada, quando Denise acordou sentindo algo estranho.

— Saulo. — Acordava o marido. — Acho que está na hora.

— Só mais cinco minutinhos. — Virou as costas dormindo outra vez.

— Você não entendeu, é hora da Elisa nascer!

— O quê? — Em menos de um segundo Saulo estava de pé.

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