Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 57

Meu celular havia descarregado enquanto falava com Oliver, nem deu tempo de avisar que estava na casa da Lúcia, mas tudo bem, eu não acordaria ninguém esse horário, para pedir um carregador emprestado, amanhã eu falaria, além disso, não preciso dar nenhuma explicação, ele não havia me dado folga? Então, o que tinha a ver com a minha vida?

Me ignorou esse tempo todo, me fazendo de besta.

O resto da madrugada passou voando, logo pela manhã, acordei bem cedo para pegar carona com Joaquim, ele me deixou na casa grande e foi para a capital, tirei meus saltos e carreguei nas mãos, meus pés doíam um pouco, e também não queria fazer nenhum barulho àquele horário, ainda estava com a roupa da festa e havia dormido maquiada, entrei em meu quarto, que ainda estava escuro, acendi a luz me assustando com o homem sentado na cama.

— Espero que tenha se divertido muito.

Oliver estava sentado na minha cama, ainda vestia a roupa de ontem, e sua cara estava terrivelmente assustadora, tentei disfarçar.

— Bom dia senhor!

Dei um sorriso bem largo para ele, que se levantou como um raio, e veio incrivelmente rápido em minha direção.

— Olha para a minha cara, e vê se estou tendo um dia bom.

Oliver estava ignorante e nervoso, seja lá o que tivesse acontecido com ele, com certeza não era problema meu, então por que queria descontar em mim?

— Precisa de algo?

— Por que chegou agora

— Se esqueceu que me deu folga até às nove horas de hoje?

— Onde você estava? Onde dormiu?

O interrogatório começou, então percebi que seu estresse era por minha culpa.

— Senhor Oliver, por acaso aconteceu algo? Porque se me lembro bem, não tenho nenhuma satisfação para lhe dá.

— Como não? Por que desligou o telefone na minha cara?

— Ah... Foi isso? — Entendi agora sua irritação. — Na verdade, meu celular descarregou.

— Por que não dormiu em casa?

— Fui convidada para dormir em outro lugar, já que não sabia como voltar para casa.

— Como não sabia? Eu me ofereci para trazê-la!

— Isso foi depois, só se ofereceu, por ter me dado carona antes, se você não tivesse me visto, nem se lembraria de mim.

— Como assim Aurora? Você havia me falado que não iria. — Tentava se justificar.

— Olha, quer saber? Deixa quieto tudo isso. — Respondi cansada. — Me desculpa pela ligação, meu celular estava descarregado e não tive como ligar para você, agora, por favor, se não tiver mais nada para falar, pode me deixar sozinha

— Não, eu não vou sair daqui! — Eu não estava entendendo nada. — Escuta, me fala onde dormiu.

— Num motel. — Brinquei.

— O quê? — Se desesperou.

— Estou brincando, foi na casa da Lúcia e do Joaquim. — Respondi, e sua feição mudou.

— Por que não veio para casa?

— Porque já havia combinado com eles, e não sabia como iria voltar para casa, antes de você ter falado que me traria de volta.

— Mas eu te liguei para vir comigo.

— Eu já estava na casa deles, e, além disso, não precisava se incomodar, o senhor estava muito ocupado com sua hóspede.

Não resisti, Oliver achava que tinha direito de se meter em minha vida, então me achei no direito de alfinetá-lo.

— Aurora. — Sua voz já havia mudado de tom. — Eu nunca estou ocupado demais para você.

Agora pronto! Oliver havia mudado totalmente a conversa, estava cansada de ser feita de tola.

— Oliver, me perdoa pelo que irei dizer agora, mas por favor, para de me fazer de idiota.

— Eu nunca a fiz de idiota Aurora. — Se aproximou mais de mim.

— Claro que fez, aliás, está fazendo agora. Primeiro conversa comigo como se, se preocupasse, depois me ignora, como se eu não existisse.

— Me perdoa por isso. Eu sei que nos últimos tempos, tenho te tratado com indiferença, mas é que... — Ponderou. — Eu sou inseguro demais.

Sua confissão me pegou de surpresa, o Oliver durão de alguns minutos atrás, estava desmoronando em minha frente.

— Mas eu não tenho culpa de nada.

— Eu sei. O problema sou eu, você é uma pessoa maravilhosa Aurora, é porque às vezes sinto muito medo de ser feliz.

— Oliver. — Desta vez fui eu que me aproximei. — Eu jamais te faria algum mal.

Minha mão se aproximou de seu peito, e nosso olhos se conectaram, o silêncio tomou conta do quarto, e só se ouvia as nossas respirações.

— Eu prometo, que não irei te ignorar outra vez, me perdoa por ser um idiota, desde o dia do julgamento, queria ter feito diferente, mas tinha medo de está interpretando mal, os meus e os seus sentimentos.

Logo me beijou lentamente, Oliver me abraçou forte como se não quisesse me soltar nunca, logo o beijo foi se intensificando, me lembrei de como eu deveria está horrível, com a maquiagem borrada, mas não me importava.

— Fica comigo Aurora. — Pedia entre beijos.

— Mas e a Jade Parker?

— O que tem ela? — Parou de me beijar.

— Você não está com ela?

— Claro que não! Nunca tive nada com aquela mulher. — Respondeu rápido. — É uma longa história, mas ela só estava aqui em casa, porque não queria ser rude com o pai dela.

— Mas... — Lembrei da marca de batom na camisa, só que tinha medo e vergonha de falar.

— Eu não fiquei com ninguém, não há ninguém na minha vida, eu só consigo pensar em você.

Logo Oliver voltou a me beijar, eu tinha um monte de coisas na minha cabeça, mas naquele momento, queria apenas aproveitar, minha noite havia sido perfeita, havia ido em minha primeira festa, por que não deixaria que minha manhã também fizesse algo novo pela primeira vez?

— Por que fala coisas bonitas e depois me ignora?

— Porque sei que eu não consigo resistir a qualquer movimento seu, por favor, me perdoa, deixa eu fazer valer a pena hoje?

— Eu queria tomar um banho antes. — Falei, querendo tirar aquela roupa imediatamente.

— Só se você me deixar ir junto.

Um misto de sentimentos bateu em meu peito, estava com vergonha, mas também estava segura do que queria naquele momento.

— Tudo bem. — Sorri tímida.

Os olhos de Oliver brilharam intensamente, então ele me pegou no colo, me levando para o banheiro, colocou a banheira para encher, enquanto continuava a me beijar e tirava a minha roupa.

— Senhor Oliver, senhor Oliver!

A voz de Denise batendo na porta desesperadamente nos assustou, interrompendo o nosso momento, Oliver saiu do banheiro nervoso, e acho que se Denise não tivesse um bom motivo para nos atrapalhar, ele a mataria, e confesso que até eu faria isso!

Abriu a porta do quarto depressa, e Denise estava com cara de que havia visto um fantasma.

— O que houve Denise? — Perguntou nervoso.

— Desculpa atrapalhar senhor, mas a dona Liana está lá na sala e disse que quer falar com o senhor!

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