Ao ver o que realmente estava acontecendo, ele começou a ficar nervoso com a situação.
— Fica calma, respira e inspira. — Saulo disse desesperado.
— Eu estou calma. — Ela respondeu tranquilamente.
— Eu vou pegar as coisas da bebê, você não se mexe e nem saia daqui por nada.
— Espera, vou tomar banho antes de irmos para o hospital. — Levantou-se e foi para o banheiro.
— Você é louca? E se a bebê escorrega e cai aí no chão? — Perguntava desacreditado, vendo que ela tirou a camisola e ligou o chuveiro.
— Acha que é tão simples assim? Escorregou e saiu? — Ria da cara do marido.
Saulo não conseguia acreditar em quão calma a esposa estava, lidando com aquela situação.
— Morena, a Elisa está para nascer e você está com essa calma toda?
— Quer que eu faça o quê? Vou deixar para gritar quando as dores ficarem mais fortes. — Brincou.
— Meu Deus! — Andava de um lado para o outro dentro do banheiro, com medo da mulher precisar de algo.
Após terminar o banho, Denise foi para o quarto calmamente. Saulo já estava com as bolsas nas mãos, nem o pijama que estava vestido trocou, enquanto a esposa vestia sua roupa.
— Você não vai trocar de roupa não?. — Perguntou.
— Como vou me preocupar com isso, enquanto minha filha já está prestes a vir a esse mundo?
— Eu já disse para ter calma.
— Como ter calma se precisamos ainda chegar à capital? Por que eu não aluguei um helicóptero nessas últimas semanas? — Perguntava preocupado.
— Não é para tanto, iremos chegar à tempo, eu estou pronta.
— Espera, eu te carrego.
— Não precisa amor, eu consigo ir até o carro.
O desespero do Saulo era nítido, ele não entendia como a esposa estava tão calma, não era desse jeito que ele via nos filmes. Quando a bolsa das mulheres estourava, elas gritavam histéricas e corriam para o hospital.
— Você está bem? — Perguntou enquanto estava dirigindo para a capital.
— Sim, a dor está aumentando um pouco, mas ainda é tolerável.
— Acha que conseguiremos chegar lá a tempo?
— Mas é claro! — Riu — Não está pensando em parar e fazer meu parto aqui na estrada, não é?
— Não é isso... — Disse nervoso. — Fica calma, respira fundo.
Saulo suava frio, parecia que seria ele que colocaria a bebê no mundo.
— Eu estou calma, amor, você que precisa respirar e prestar a atenção na estrada.
— Eu não estou nervoso. — Respondeu com as mãos tremendo.
— Quer parar e respirar um pouco?
— Claro que não! Você está preste a ter um bebê! Ai. — Tocou a mão no peito.
— O que foi? — Perguntou preocupada.
— Nada.
— Para o carro Saulo! — Ordenou.
— Não, precisamos chegar ao hospital logo.
— Para agora!
Saulo obedeceu, parando no acostamento.
— Vamos trocar de banco. — Denise desceu do carro.
— Não, você está louca? — Ele não acreditava no que a mulher estava falando.
— Você está quase para dar um treco aí, vai logo e me obedece, eu vou dirigir.
Abriu a porta do motorista e empurrou o homem para o banco do passageiro. Então Denise pegou no volante e começou a dirigir.
— Isso está errado, morena.
Não conseguia acreditar no que estava acontecendo, a pessoa que devia estar nervosa era Denise, mas agora ela dirigia o carro como se nada estivesse acontecendo.
— Fica calmo, se não quem vai precisar de um médico é você, não inventa passar mal agora, quero você comigo na hora do parto.
— Eu estou nervoso, mas ainda sim, consigo dirigir até o hospital, que tipo de marido sou agora, se não posso ajudar a minha esposa?
— É normal ficar desse jeito, amor, não se preocupe, cada um tem uma reação diante a uma situação.
Enquanto Denise dirigia calmamente, Saulo ia bebendo água e tentando se refrescar, mesmo com o ar do carro ligado e o vidro aberto, ele continuava suando como um cuscuz.
Estacionando em frente ao hospital, Denise desceu linda e plena, enquanto seu acompanhante estava de chinelo, com um pijama listrado e cabelos molhados de tanto suor.
— Por favor, um médico! — Denise pediu chegando na portaria.
— A senhorita está se sentindo bem? — Uma enfermeira perguntou preocupada.
— Estou entrando em trabalho de parto, mas preciso de um médico primeiro para o meu marido, ele não está nada bem.
— Chamaremos um médico para vocês dois. — A enfermeira olhou para o homem à sua frente, que estava branco como um papel.
— Dê, não me faça passar vergonha, estou ótimo. — Ele falava, mas estava prestes a desmaiar.
— Dá para se ver de longe o quão bem você está. — Ela ria, não imaginava que o marido iria ficar daquele jeito.
Logo vieram dois médicos atender os dois pacientes.
— Não demore, espero por você. — Denise disse, enquanto estava sendo levada para a sala de pré-parto.
— Eu estou bem, mantenha a calma e respira fundo. — Saulo respondeu.
— Quem precisa se acalmar é você, meu querido, até parece que quem vai ganhar um bebê é você. — Sorriu, saindo do campo de vista do marido.
— Senhor Saulo, respire fundo e mantenha a calma, sei que esse é um momento muito esperado por vocês, mas não se esqueça que deve cuidar da sua saúde também, não quer que sua bebê nasça e cresça sem a presença do pai, não é mesmo? — O médico que estava lhe atendendo já o conhecia.
— Não, claro que não! Eu só estou emocionado, é minha primeira filha!
— Olha, vamos fazer assim, te darei este calmante para acompanhar o parto de sua esposa. Mas depois que tudo estiver bem, faremos uma bateria de exames, já que precisa cuidar desse seu coração.
— Tudo bem, obrigado doutor.
Após tomar o medicamento e aferir a pressão, Saulo foi levado até onde Denise estava se preparando para o parto.
— As dores estão aumentando. — Ela falava, já não parecendo mais tão calma como antes. — Ai.
— Nós podemos optar por uma cesária morena, vai ser melhor e menos doloroso para você.
— Não! Quero que seja natural, não vamos recorrer a uma cirurgia sem nenhuma necessidade.
— Tudo bem, estou aqui com vocês. — Segurou a mão da esposa.
Ele já estava mais calmo e ajudava ela a se concentrar e respirar fundo.
Assim, três horas após chegarem ao hospital, Elisa veio ao mundo, num parto totalmente humanizado, tendo como marco principal, três desmaios de Saulo e suas caras e bocas ao assistir um parto pessoalmente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Caminho Traçado - Uma babá na fazenda
Do capítulo 70 em diante não se entende mais nada, pulou a história lá pra frente… um fiasco de edição!!!...
A partir do capítulo 10, vira uma bagunça, duplicaram a numeração dos capítulos, para entender é preciso ler apenas os lançados em outubro de 2023, capítulo 37 está faltando, a rolagem automática não funciona, então fica bem difícil a leitura! Uma revisão antes de publicar não faria mal viu!!!...
Nossa tudo em pe nem cabeça, tufo misturado, não acaba estórias e mistura com outro, meu Deus...
Lindo demais...