Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 60

Já no quarto com Denise e a filha, uma enfermeira auxiliava a sua esposa que estava amamentando sua bebê.

Ele se aproximou das duas, quando a enfermeira saiu de perto.

— Ela se parece tanto com você, amor. — Denise dizia, olhando sua pequenina em seus braços, seus olhos estavam cheios de lágrimas. — Não posso acreditar que ela está aqui, nós conseguimos.

— Você conseguiu. Isso que você quer dizer, não é mesmo? Porque se fosse depender de mim, estaríamos perdidos. — Saulo corrigiu. — Nunca pensei que você fosse tão forte assim, eu não tenho palavras para descrever tudo isso.

— Nem eu, amor, nem eu!

Ela se lembrou das dores e de como apertava a mão do marido, nas horas que achava que não iria conseguir, também acabava morrendo de rir quando Saulo desmaiava e isso acabou ajudando um pouco a esquecer a dor no momento.

Após algumas horas, Oliver e Aurora chegaram.

— Que coisinha mais fofa, Denise. — Aurora e Oliver babavam na pequena bebê que dormia lindamente. — Tão cabeludinha. — Ressaltou.

— Viemos rapidinho, quando o Saulo me ligou dizendo que precisava de roupas, pensei que era as da Denise ou da Elisa. — Oliver disse rindo. — Jamais imaginaria que chegaria aqui e o veria desse jeito.

Todos olhavam para o homem de pijama.

— Riam da minha cara, eu deixo. — Respondeu com vergonha.

— Ele estava tão desesperado. — Denise contava como o marido se comportou desde que saíram de casa até a hora do parto. — Mas isso tudo foi bom, para vermos que seu coração está maravilhosamente bem.

— Meu nervosismo é muito comum, só para vocês saberem, o médico me falou que fui muito forte até, tem pais que não aguentam e saem da sala. — Saulo se defendia.

— Você é realmente muito forte mesmo. — Oliver abraçou o amigo. — Agora vá tomar um banho e tirar esse pijama ridículo, ficaremos aqui cuidando das duas por enquanto.

[...]

Um dia após o parto, já estavam em casa, Elisa estava super saudável, os exames de Saulo também estavam tudo nos conformes.

Todos vinham visitar a pequena bebê, e traziam mais presentes.

— Olha só Noah, sua priminha. — Denise colocou o menininho ao lado da filha.

— Que linda. — Disse dando um beijinho em sua testa.

— Ei, garanhão, eu vou ficar de olho em você, viu! — Saulo repreendeu o menininho, e todos riam da cena.

— Qual é, por acaso acha que meu filho não é um bom partido? — Oliver disse fingindo-se ofendido.

— A Elisa não vai se casar. Quando completar a idade certa, a mandarei estudar numa escola para moças e de lá vai fazer a obra de Deus e se dedicar apenas a ele.

— Ah é, então por que você não faz isso? — Denise interferiu.

— Porque já sou muito velho. — Respondeu.

— Agora que é uma idade boa. — Denise continuou. — Faz igual a Dalva e o Francisco.

— Ok, vamos deixar essa conversa de lado por enquanto. — Mudou de assunto.

— É isso mesmo, se você e a Denise saírem por aí, nós cuidaremos da Elisa. — Oliver interrompeu.

— Acha que deixaria minha filha numa casa cheia de garanhões? Nem pensando. — Saulo voltou a falar.

A possibilidade de imaginar a filha no meio daquele tanto de menino, estava lhe deixando com a pressão baixa.

— Meus filhos são muito respeitadores, só para você saber. — Aurora entrou na conversa.

— Eu sei disso, mas vamos evitar essa conversa por um tempo, não quero pensar na possibilidade.

— É verdade, enquanto estamos discutindo por uma coisa que nem sabemos se vai acontecer, a Elisa dorme tranquila e o Noah nem sabe do que estamos falando. — Oliver falou.

— Verdade, mas seria legal imaginar que os dois um dia se casarão, eu gosto muito do Noah. — Denise disse.

— Se for para ficar tudo em família, vocês precisam providenciar as esposa para os gêmeos também. — Aurora completou brincando.

E todos caiam na risada.

— Eu vou me mudar desta casa o mais rápido possível. — Saulo falava, fazendo careta e pegando a filha no colo. — Fique bem longe dessas pessoas, meu amor. — Cochichava no ouvido da bebê.

A alegria estava instaurada naquela casa, e tudo ficou mais alegre, quando três meses após o nascimento da filha, Denise descobriu uma nova gravidez.

A notícia pegou todos de surpresa, e Oliver não perdia a oportunidade de alfinetar o amigo.

— Você não respeitou o resguardo da sua esposa não? — Batia no ombro de Saulo.

— Mas é claro que sim! — Respondeu indignado. — Mas aconteceu e agora estamos mais felizes que tudo.

— Por acaso vai fazer filho todo ano agora, é?

— Aprendi com um amigo meu. — Zombou.

— Você está levando muito a sério em fazer as esposas dos meus filhos, muito bem. — Brincava.

— Oras, nem pense nisso, está me ouvindo? — Corria atrás de Oliver tentando fazer ele retirar o que disse.

Alguns meses depois, a outra filha do casal nasceu. Eloá era a cara de Denise, apenas os olhos havia puxado o do pai.

Alice estava muito feliz em saber que a quantidade de meninas estava se igualando a dos meninos.

Após alguns meses do nascimento da segunda bebê, o casal decidiu tirar umas férias junto a família de Oliver.

O local escolhido foi a casa de praia no litoral, já que ninguém estava disposto a viajar para muito longe, ainda mais com aquele tanto de criança.

Havia outras duas casas por perto, uma, morava o senhor George Taylor com a esposa Cora, e a outra havia uma família de férias. A família era composta por um casal jovem e um filho da idade de Alice.

No final, acabaram todos se reunindo no mesmo lugar. Alice ficava feliz em ter uma criança da idade dela para brincar. Enquanto alguns se distraiam, Saulo e Oliver bebiam e observavam a cena de longe.

— Quem diria né cara, que um dia estaríamos assim. — Saulo começou a dizer.

— Nem fala. Tem vezes que acordo de madrugada e paro para pensar em minha vida e de tudo que aconteceu até chegar aqui. Aí olho para a cama e vejo a Aurora dormindo e vou no quarto das crianças e vejo elas. Me sinto muito abençoado.

— Eu imagino a sensação, ainda mais você que esteve a beira de fazer uma besteira.

— Não me lembre disso. — Oliver suspirou. — Eu era um idiota imaturo, que bom que um anjo apareceu em minha vida.

— Você pretende contar algum dia ao Noah, sobre a mãe dele? — Saulo perguntou.

Eles aproveitavam que as esposas estavam longe.

— Não sei. O Noah se parece muito comigo, mesmo assim, ele ainda trem alguns traços daquela mulher, talvez algum dia ele me questione porque não se parece com a Aurora.

— E aí, o que vai fazer?

— Eu vou contar. Que uma pessoa o colocou no mundo, mas que foi a Aurora que cuidou dele sempre desde praticamente o primeiro dia, e que ela é a mãe dele.

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