Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 61

— Vai ficar aqui? — Me levantei, por não acreditar no que dizia.

— Acha mesmo, que eu ficaria longe de você? — Tirou a camisa, se levantando e me agarrando. — Temos algo pendente, esqueceu?

Oliver sabia como me deixar constrangida, seus beijos me tomaram e me preencheram, tirando todo a tensão que estava há alguns minutos.

— Estou com medo. — Comecei.

— Do quê?

— Toda vez que estamos juntos, alguma coisa ruim acontece!

— Não vai acontecer nada Aurora. Eu não deixarei que ninguém nos atrapalhe, nem nesta noite, nem de agora para frente.

Então me pegou no colo, me levando para o quarto.

— Oh, não, temos um intruso.

Noah dormia lindamente na cama de casal, como jamais imaginaria que Oliver viria, e que dormiríamos juntos, não me preocupei em arranjar um lugar para o bebê, que estava em sono profundo.

— O que tem no outro quarto?

— Não sei, quando cheguei, Denise e Lúcia já estavam terminando de arrumar a casa.

Desci de seu colo, e fomos para o outro quarto. Dentro dele havia uma escrivaninha, e uma poltrona.

— Não acredito nisso. — Falou frustrado — Aurora, essa noite passa, mas pode ter certeza que será a última que você me escapa.

— Eu não quero adiar mais nada!

Não sei de onde me veio tanta coragem, então grudei no pescoço de Oliver outra vez, o beijando com toda a intensidade do mundo, para mim não importava onde seria, na cama, no sofá, no chão, ou em cima da mesa, eu o queria e não podia mais esperar.

Naquela madrugada, nós fizemos amor, isso mesmo! Havia mais que desejo entre nós, um sentimento tão profundo e intenso que não tinha noção que pudesse existir.

Embora, o amanhã fosse cheio de incertezas, me senti segura o suficiente ali, deitada no tapete da sala, aproveitando cada pedacinho de seu corpo, como se fosse completamente meu.

Dormimos ali mesmo, no tapete da sala, quero dizer, ficamos ali, porque a última coisa que fizemos foi dormir, pois nossos corpos se recusavam a descansar, sentindo a necessidade do outro.

Era sete da manhã e ouvi o barulho de alguém bater na porta.

— Oliver. — O bonitão do meu patrão estava nu, com os braços envoltos ao meu corpo. — Acorda, tem alguém batendo na porta.

— A essa hora?

— Já são sete e pouco.

— Já? Deve ser a Lúcia, mandei que viesse preparar seu café!

— Por quê? Eu mesma posso fazer isso.

— Não quero você com outros afazeres, a não ser cuidar do Noah.

— Tudo bem, mas precisamos levantar, ou ela vai nos achar aqui no chão. — Me soltei de seus braços.

— Aurora. — Falou manhoso, e mais uma vez me puxou para si. — Sem pressa, por favor. — Beijou meu pescoço. — Deixa a Lúcia lá fora, até o Noah colaborou conosco e está dormindo ainda.

Dito isso, me beijou mais uma vez, subindo em cima de mim, me fazendo estremecer novamente.

[...]

Noah já havia acordado e brincava no tapete da sala, não no mesmo é claro, o da noite passada retirei para poder lavá-lo, ele brincava com alguns brinquedinhos que Joaquim trouxe da fazenda, como a casa era pequena, não tinha muita coisa para fazer, então me sentei no sofá e fiquei mexendo do celular disfarçadamente, olhando para a foto do homem, que me fez perder o juízo na madrugada inteira, ele havia acabado de tomar café e saído, pobrezinha da Lúcia, ficou esperando lá fora, por mais de uma hora e meia, antes de me levantar para abrir a porta, e quando ela viu o Oliver aqui, ficou rosa de vergonha.

Eu não sei se ela sabe o que aconteceu entre a gente, mas sei que a coitada ficou constrangida por chegar tão cedo e nos atrapalhar.

— O que está fazendo Lúcia?

— Uma lasanha.

— Está com um cheiro delicioso.

— E o gosto também estará, o senhor Oliver virá almoçar aqui?

— Não sei Lúcia, ele não disse. — Respondi triste — Foi para a fazenda e não deu nenhuma notícia até agora.

— Você está um pouco apreensiva Aurora?

— Na verdade, estou é muito, enquanto aquela mulher não ir embora definitivamente daqui, não me sentirei melhor.

— Eu também penso assim, minha filha. Ela não tem direito de aparecer de uma hora para outra, como se nada tivesse acontecido, o que será que o senhor Oliver irá fazer?

— Eu não sei Lúcia, mas confio nele!

— Você está gostando dele não é?

— Está tão na cara assim? — Perguntei envergonhada.

— Está sim! Na cara dos dois, e eu fico muito feliz de ver o patrão seguindo a vida, com uma pessoa que presta e que ama o filhinho dele de verdade.

— Acha que ele está gostando de mim Lúcia? — Queria ouvir uma segunda opinião, queria saber o que as outras pessoas achavam.

— Claro que sim. — Se aproximou de onde estava. — O patrão está até voltando a ser como era antes, e é por sua culpa Aurora, você está fazendo que ele perceba que ainda existem mulheres boas neste mundo.

— Posso te confessar algo, Lúcia?

— Claro que pode menina, te tenho como se fosse uma filha, igual a Denise.

— Você sabe, eu não tenho estudos, e nem onde cair morta, acha que Oliver iria querer algo sério comigo?

— Que bobagem menina, olha, não é fazendo comparações não. Mas, dona Liana era assim que nem você, sem parente, dinheiro, e qualquer noção de estudos superior, e o senhor Oliver quis namorá-la. Imagina com você, que além de muito bonita, tem caráter e um ótimo coração, ele vai é casar e fazer todos seus caprichos.

— Eu não tenho nenhum capricho Lúcia, na verdade, a única coisa que queria nesse mundo era a minha irmãzinha perto de mim. — Lembrei de Alice e me preocupei em saber como ela estava.

— Você vai ter, pode ter fé, tudo irá se ajeitar, é como falo para a Denise, na hora certa tudo acontece, e sobre esse seu medo de que o Oliver não queira nada com você, tira do seu coração, olha só o Saulo e a Denise, quando soube que eles estavam juntos não podia acreditar que ele queria algo serio com ela, e olha só, ele quer casar o mais rápido possível e ela fica enrolando, tenha fé filha!

— Tenho fé sim Lúcia, falando em Denise, como será que estará por lá, e por que ainda não ligou para dar alguma notícia?

— Pois é, eu também estou morrendo de curiosidade para saber o que está se passando lá, vamos ligar para ela? — Perguntou animada.

— Vamos sim.

Após pegar meu celular, o telefone chamou umas cinco vezes antes de ser atendido.

— Alô Denise, esqueceu de mim, foi?

— Oi Rora, não foi não, é porque ainda estava sem tempo, mas eu ia te ligar agora mesmo.

— Ia era? E o que você iria me falar?

— Você nem sabe, o patrão não dormiu aqui na fazenda esta noite, então quando chegou, Liana estava com a cara nada boa, e já queria explicações.

— O quê? Quem ela acha que é para fazer isso? Onde aquela bruxa está agora Denise?

— Nesse exato momento, está no escritório com o Oliver, os dois estão brigando!

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