Era estranho dizer aquilo, mas quando chegasse a idade certa, Noah tinha o direito de saber de algumas coisas.
— Mas só vou dizer a ele o que quiser saber. — Oliver disse. — Serei sincero com o que ele quiser saber.
— E se por acaso ele quiser saber mais da mãe biológica? — Saulo o questionava.
— Eu vou dizer a verdade. Mas espero que isso demore muito tempo.
— Será que ele vai ter curiosidade sobre ela?
— Não sei. Provavelmente, sim, é normal. Talvez ele me pergunte como ela era.
— E o que vai fazer?
— Eu vou mostrar uma foto dela e matar o assunto.
— Você ainda tem foto da Liana? — Perguntou surpreso.
— Eu guardei uma, já pensando numa situação como essa.
— A Aurora sabe disso? — Perguntou preocupado.
— Não.
Os dois pararam um pouco para observar ao redor, cada um imerso no seu próprio pensamento.
— Acha que a Aurora vai achar ruim se souber disso? — Oliver perguntou, após refletir um pouco.
— Eu não sei. Ela é uma pessoa muito compreensível, acho que o certo é você se sentar com ela e conversar sobre isso.
— E como eu puxaria uma conversa como esta? Já faz tempo que a Liana morreu e nós nunca falamos sobre ela.
— Até morta aquela mulher causa problemas. — Saulo ironizou. — Vocês não precisam falar sobre isso por agora. Me diz, onde você guardou a foto da Liana?
— Está num envelope dentro do cofre, com algumas informações sobre ela.
— No cofre da sua casa na fazenda?
— Não, no cofre daqui da casa de praia.
— Ela tem acesso à senha do cofre?
— Sim, mas ela nunca mexeu.
— Se é assim, não tem com o que você se preocupar, e você já não sentia mais nada por ela antes mesmo dela morrer, a Aurora não vai ficar com nenhuma neurose se encontrar a foto.
— Tem razão.
Alice e seu novo amiguinho passaram de mãos dadas perto de onde os dois homens estavam sentados conversando.
— Ei! O que isso significa? — Saulo se levantou rapidamente, indo em direção aos dois.
— Estamos brincando, tio. — Alice respondeu calmamente.
— Mas por que vocês estão de mãos dadas?
— É porque ele é a minha dupla.
— Nada disso. — Falou soltando as mãos das crianças. — Uma dupla não precisa ficar de mãos dadas.
Quem via aquela cena, até pensava que Saulo era o pai da menina.
— Então por que o senhor não reclamou a Elisa também? — Alice perguntou indignada.
— O que tem a Elisa?
Quando Saulo olhou em direção onde a filha mais velha estava, quase desmaiou com a cena. Elisa e Noah estavam caminhando na beira do mar de mãos dadas.
— O que é isso? — Correu em direção onde as duas crianças estavam, desgrudando a suas mãos. — O que você pensa que está fazendo com a minha filha, seu pestinha?
— Calma, sogro! — Noah respondeu brincando.
Saulo olhou para o menininho, desacreditado do que ouvia.
— Sogro? Quem te ensinou a falar isso?
Noah apontou para Denise, que gargalhava com a cena.
— Morena? Você por acaso quer que eu morra por aqui mesmo? — Andou em direção da esposa que estava com a filha mais nova nos braços.
— Deixa os dois brincarem, eles estão caçando conchas.
— De mãos dadas?
— É um desafio. — Ela continuava rindo. — Pare de pensar maldade, eles são apenas crianças.
Vendo que estava exagerando, Saulo respirou fundo e voltou para perto das crianças.
— Tudo bem, vocês podem brincar, mas nada de dar as mãos, ouviu?
— Está bom sogro. — Noah respondeu.
— Você ao menos sabe o que significa a palavra sogro? — Perguntou ao menino.
— Não. Foi a tia Dê que mandou eu te chamar assim.
— Sogro é um monstro muito feio, então não me chame mais desse jeito, tudo bem?
— Tudo bem, tio.
Após resolver aquela situação voltou para onde o amigo estava.
— Você deve parar com essa neura, as crianças vão ficar com medo de você. — Oliver disse.
— Foi mal, é que é mais forte do que eu.
Todos ficaram ali até o sol de pôr, quando já estava de noite e as crianças já estavam dormindo, os dois casais se reuniram na sala da casa.
— Só de pensar que vou começar a faculdade no próximo mês, me dá uma preguiça. — Aurora dizia deitada no colo do marido.
— Quando a Eloá completar um ano, eu também quero voltar a estudar. — Denise respondeu.
— E nós temos que começar a ampliar o hospital da vila, já que essas duas irão trabalhar lá quando se formarem. — Oliver disse.
— Nem fala. —Saulo respondeu.
— Falando nisso, Aurora, você já enviou os documentos necessários que eles te pediram ontem? — Oliver perguntou.
— Nem fala. — Se levantou num pulo. — Estou esperando um e-mail de confirmação. O documento só abre no computador e não trouxe meu notebook.— Pôs a mão na boca.
— Relaxa amor, usa o computador do escritório.
— Então eu vou lá rapidinho e já volto. — Caminhou em direção ao escritório.
— Quer que eu vá com você? — Oliver perguntou.
— Não precisa, eu já volto.
Então os três voltaram a jogar conversa fora.
No escritório, Aurora ligava o computador enquanto colocava os papéis na impressora. Como seu e-mail estava demorando para carregar, ela observava as coisas ao seu redor, lembrando quando esteve ali a primeira vez. Seus olhos rodaram por todo o ambiente, até ir ao encontro do cofre, que estava na parede. Ela não entendeu porque fez aquilo, mas resolveu abrir ali. Achou alguns envelopes, o que com certeza eram papéis muito importantes que pertenciam ao marido. Mas houve um envelope em especial, que lhe chamou a atenção. Estava escrito, totalmente confidencial, por mais que não quisesse fazer aquilo, a curiosidade era bem maior, então resolveu abrir.
Seus olhos se encheram de lágrimas ao ver a foto que estava lá dentro. A imagem de Liana sorridente, toda maquiada, lhe casou um misto de emoções e sentimentos, ela não entendia como uma foto podia lhe causar tanto mal.
Não conseguia entender o porquê de Oliver ainda manter uma foto daquela mulher ali naquela casa.
— Amor, você está demorando muito, precisa de ajuda?
Oliver apareceu no escritório e deu de cara com a esposa chorando, segurando um envelope.
— Oliver, por que você tem uma foto desse monstro, guardada aqui?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Caminho Traçado - Uma babá na fazenda
Do capítulo 70 em diante não se entende mais nada, pulou a história lá pra frente… um fiasco de edição!!!...
A partir do capítulo 10, vira uma bagunça, duplicaram a numeração dos capítulos, para entender é preciso ler apenas os lançados em outubro de 2023, capítulo 37 está faltando, a rolagem automática não funciona, então fica bem difícil a leitura! Uma revisão antes de publicar não faria mal viu!!!...
Nossa tudo em pe nem cabeça, tufo misturado, não acaba estórias e mistura com outro, meu Deus...
Lindo demais...