Solon
A sala do Supremo era um santuário de silêncio. Luxuosa, fria e intimidante, como o próprio dono dela. As janelas iam do chão ao teto, emoldurando um céu nublado que parecia prever o que estava por vir.
Ele estava de pé diante do vidro, as mãos cruzadas nas costas, observando o horizonte como se o mundo fosse seu jogo... e cada lobo, apenas uma peça a ser sacrificada quando necessário.
E talvez fosse.
"Você me chamou, meu lorde?" perguntei, controlando o tom, buscando soar reverente mesmo com a fúria latente que borbulhava por baixo da pele.
Ele não se virou. Apenas falou, com a voz baixa e calculada. Cada palavra uma lâmina afiada.
"Stefanos rompeu a ordem. Matou emissários do Conselho. Marcou uma fêmea de vínculo... questionável. E agora, se declara em guerra contra o Trono."
Dei um passo à frente, o coração acelerado. Aquilo era a minha brecha.
"Então... agora está pronto para ouvir meu plano?" soltei, com o sorriso contido de quem acredita que, finalmente, será valorizado.
"Seu plano é patético, perto do que enfrentamos." A resposta veio como um tapa. "Você subestima o melhor Alfa da minha ordem. Stefanos já te destruiu uma vez... e fará de novo, se não soubermos usar as peças certas."
Engoli em seco, forçando uma expressão neutra.
"Fui pego de surpresa… eu estava em desvantagem..."
"E é exatamente por isso que perdeu." A voz dele estava repleta de desprezo. "Você reage, Solon. Nunca antecipa. Stefanos, por outro lado… sempre j**a dois passos à frente. Ele sabia os riscos. Sabia que desafiaria a estrutura. E mesmo assim, avançou."
"Se o senhor apenas ouvir..."
"Já ouvi demais." O Supremo cortou, agora se virando.
E quando seus olhos encontraram os meus, um arrepio percorreu minha espinha. Aquela expressão calma, fria, calculista… era pior do que qualquer grito.
"Agora, o que quero… são nomes."
Franzi o cenho, confuso. "Nomes?"
"Os líderes que se aliaram a você. Os que financiaram sua tentativa fracassada de criar um herdeiro com o sangue azul. Os que acreditam que o dom da Deusa pode ser explorado como um bem comercial. Os que, como você, sonham em dividir a linhagem sagrada. Quero os nomes de todos que estiveram contigo nas sombras."
Tentei manter a postura, mesmo com a tensão latejando em meu pescoço.
"E se eu entregar... terei Nuria de volta?"
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