Nuria
O ar ficou pesado.
A proximidade, o calor do corpo dele, o toque firme segurando meu queixo... tudo me envolvia como uma corrente invisível.
Eu deveria lutar contra isso.
Mas, droga...
Meu corpo reagiu antes que minha mente pudesse impedir. Um arrepio subiu pela minha espinha quando os dedos dele deslizaram do meu queixo até minha nuca, se infiltrando pelo meu cabelo com uma dominação lenta, perigosa.
Ele inclinou meu rosto ainda mais para ele, me forçando a encará-lo.
Seus olhos prateados estavam sombrios, carregados com algo indecifrável.
"Ainda não respondeu minha pergunta?" Sua voz saiu baixa, rouca, carregada de algo que me fez tremer por dentro.
Minha mente gritava para me afastar. Para dizer algo, para escapar desse domínio sufocante que ele exercia sobre mim.
Mas meu corpo...
Meu corpo queria a atenção dele.
Eu odiava admitir. Odiava sentir isso.
Mas fazia tanto tempo que não me sentia viva assim.
Stefanos inclinou-se ainda mais perto, seus lábios quase tocando minha orelha. O calor da sua respiração me fez prender o fôlego.
"Se continuar me olhando desse jeito..." a voz dele desceu como um ronronar perigoso. "Não vou mais conseguir segurar meu lobo."
Eu engoli em seco, e um pequeno gemido escapou dos meus lábios antes que eu pudesse contê-lo.
Maldição.
Ele ouviu.
O corpo dele ficou ainda mais rígido, como se aquele som tivesse sido um convite silencioso.
Antes que eu pudesse reagir, senti a mão dele descendo firme pela lateral do meu corpo, deslizando por minha perna antes de agarrar minha coxa.
Um ofego escapou de mim quando, com um movimento ágil, ele me segurou contra seu quadril e me ergueu.
O mundo girou por um segundo antes que eu sentisse a superfície fria da mesa sob mim.
A mesa onde eu tinha acabado de colocar a bandeja com o chá.
Meu coração martelava tão forte que eu mal conseguia respirar.
Stefanos estava entre minhas pernas, seu corpo pressionando o meu, seu cheiro me intoxicando.
Eu o encarei, sentindo meu sangue ferver.
O olhar dele...
Deusa, aquele olhar.
Quente. Possessivo. Mortal.
Ele não me via apenas como uma loba rebelde. Ele me via como algo que ele queria.
Minha loba estava em êxtase. Ela queria isso.
E, por um momento, eu quis também.
Stefanos não esperou por um convite verbal.
Ele reivindicou minha boca.
O primeiro beijo de verdade desde que o inferno começou.
E eu me perdi nele.
Um gemido escapou de mim enquanto minhas mãos agarravam sua camisa, puxando-o para mais perto. Ele respondeu apertando minha coxa com mais força, como se quisesse me prender ali para sempre.
O beijo era tudo que eu não sabia que precisava.
Explosivo. Quente. Desesperado.
Minha pele queimava onde ele tocava. Meu corpo cedia, traidor.
Eu estava presa na teia dele.
As mãos de Stefanos eram pura exigência. Uma desceu pela curva da minha cintura, a outra, enroscou-se ainda mais no meu cabelo, puxando-o para trás, expondo meu pescoço para ele.
A porcelana se espatifou no chão, o líquido quente se espalhando rapidamente.
Deusa—
Eu quase me queimei, mas nada importava.
Tudo que eu queria era sair dali.
Stefanos ergueu as mãos devagar, como se percebesse que algo tinha mudado drasticamente.
"Nuria," ele chamou, mais baixo dessa vez.
Eu não conseguia olhá-lo.
Não conseguia vê-lo sem que minha mente tentasse me arrastar de volta para o passado.
"Olhe para mim loba. Fiz algo que te machucou?" eu tremia.
Abaixei para pegar os cacos da xícara, querendo fazer qualquer coisa que me distraísse do pânico rastejando pelo meu peito.
Mas então, Stefanos se moveu para me ajudar.
E eu recuei.
"Não," minha voz saiu cortante. "Eu... eu faço outra."
Ele franziu o cenho. "Eu não pedi...—"
"Me desculpe," eu cortei, ainda sem olhá-lo. "Eu... Eu faço outra."
Stefanos não se moveu.
Pela primeira vez, ele parecia... atônito.
Como se não soubesse o que fazer, como se nunca tivesse estado nessa posição antes.
Como se estivesse tentando raciocinar o que diabos acabou de acontecer.
Eu não esperei.
Me virei e saí do quarto, deixando para trás o cheiro dele, o calor dele... e um Alfa que, pela primeira vez, não tinha uma resposta.

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